André Rebouças

André Rebouças

André Rebouças (1838-1898)

Descendente do alfaiate português Gaspar Pereira Rebouças e da escrava alforriada Rita Basília dos Santos, nasceu na cidade de Cachoeira a 13 de janeiro de 1838, em meio à revolta conhecida como Sabinada. Em fevereiro de 1846, a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou português, caligrafia e matemática elementar no colégio de Camilo Tertuliano Valdetaro. Em 1849, fez os estudos complementares no colégio Curiacio e em 1855 sentou praça como voluntários no 1º Batalhão de Artilharia a pé. Matriculou-se em 1859 na Escola Militar de Aplicação, depois Escola Central Politécnica e atual Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em 1861 partiu para a Europa onde iria continuar seus estudos. Visitou instituições de ensino, obras, fábricas, arsenais e portos na França e Inglaterra. Retornou ao Rio de Janeiro em novembro de 1862, dando início a publicação de estudos técnicos. Em 1863, conforme seu diário, obteve sua primeira nomeação para examinar as fortalezas desde Santos até Santa Catarina. Engenheiro militar com a patente de tenente, mesmo quando não designado para obras específicas recebia pequenos soldos mensais. Dirigiu, com seu irmão Antônio, obras nas fortalezas de Cananéa, Paranaguá e Santa Cruz.

Alistou-se como voluntário na guerra entre a Tríplice Aliança e o Paraguai. Quando retornou, em 1866, por motivo de doença, pediu sua exoneração do Exército e conseguiu, em outubro, sua nomeação pelo Conselheiro Zacarias para a direção das obras da Alfândega do Rio de Janeiro no lugar do engenheiro inglês Charles Neate.

Ao mesmo tempo em que dirigia essas obras, iniciava suas atividades como empresário; dava aulas no Instituto Aquino e na Escola Central; procurava apoio financeiro para que Carlos Gomes retornasse à Itália; batia-se junto a ministros e políticos por diversas leis e companhias, conseguindo criar as empresas: Companhia das Docas da Alfândega do Rio de Janeiro, Companhia das Docas de D. Pedro II (RJ) e Companhia Florestal Paranaense.

Foi secretário do Instituto Politécnico e redator geral da publicação dessa instituição. Dedicava-se a divulgar as conquistas da ciência em diversos terrenos. Atuou como membro do Clube de Engenharia através do qual foi muitas vezes designado para receber engenheiros estrangeiros em suas visitas ao Brasil, tanto por seus conhecimentos técnicos como por sua facilidade em falar inglês e francês. Participou da Associação Brasileira de Aclimação e defendeu a adaptação de produtos agrícolas não produzidos no Brasil, como o trigo, e o melhor preparo e acondicionamento dos produzidos aqui, para melhor concorrerem no mercado internacional. Foi responsável ainda pela seção de Máquinas e Aparelhos na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.

Ajudou a criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, ao lado de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e outros, da qual foi eleito tesoureiro. Participou também da Confederação Abolicionista e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Publicou diversos artigos em jornais contra a escravidão, inserindo sua defesa na conciliação entre as classes e buscando convencer os senhores da maior produtividade do trabalho assalariado e da injustiça para com o negro, nos moldes advogados por Joaquim Nabuco. Participou da Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Visconde de Taunay. Monarquista convicto, Rebouças seguiu para o exílio com D. Pedro II. Suicidou-se em Funchal, na Ilha da Madeira, em maio de 1898.

Fonte:http://www.geocities.com/hileia/Reboucas.html

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