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20 de janeiro | Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro

20 jan 2022

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e marcado com as tags Biblioteca Nacional, Cidade do Rio de Janeiro, Gravura Alemã, Gravura em Metal, Santo Padroeiro, Santos, São Sebastião, Secult

Sebastião nasceu em Narbona, França e morreu em Roma no dia 20 de janeiro de 304. A cidade, São Sebastião do Rio de Janeiro, homenageou, através do Santo, o rei de Portugal e Algarve, D. Sebastião, menino ainda na época da sua fundação. O rei nascera em 20 de janeiro de 1554. Nessa mesma data, em 1567, Estácio de Sá seria atingido por flechas, na batalha de Uruçu Mirim travada contra os franceses. A devoção se mostrava tão forte que se acreditava mesmo ter havido a participação do próprio São Sebastião naquela luta.

Ele é venerado pelos católicos, pelos adeptos da igreja Ortodoxa e suas características de guerreiro incansável está representada nas flechas levadas pelo sincretismo ao orixá caçador Oxóssi.

Sebastião chega a Roma em uma época em que a perseguição aos cristãos estava bastante acirrada. Logo se torna alto oficial do exército de Diocleciano chegando mesmo a comandar a guarda pretoriana que servia ao próprio Imperador. Entretanto, Sebastião valia-se dessa posição para operar em favor dos cristãos aprisionados e mesmo pregar em favor do Cristianismo entre os soldados. O Imperador acaba descobrindo sua traição e condenando aquele com quem ele contava como fiel subordinado a ser amarrado a um tronco e atingido por flechas, que, entretanto, não o mataram. Alguns cristãos o resgatam e tratam de suas feridas. Após o restabelecimento, volta a procurar o Imperador que, surpreso ao vê-lo com vida condena-o novamente, dessa vez à morte por flagelação.

As representações do Santo passam por modificações: já figurou como um soldado romano, com barba, mais tarde como cavaleiro de armadura. A associação ao martírio pelas flechas tem início a partir do século XI e essa é a imagem que se fixou. A partir do Renascimento, São Sebastião se mostra investido dessa pureza, devoção e delicadeza sofrida, embora crente e tenaz, que acompanha a representação que mais o caracteriza até hoje, preso a um tronco e atingido por flechas.

Nessa gravura em metal de Dürer (1471-1528), artista alemão, São Sebastião se mostra quase que como um Cristo crucificado, não muito jovem, longos e revoltos cabelos e barba crescida. O monograma representando a assinatura do autor aparece afixado num galho do tronco.

(Seção de Iconografia)


Dürer, Albrecht (1471-1528). [São Sebastião atado a uma árvore], [1500-1501]. 1 gravura: p&b; 11,6 x 7,1 cm.