BNDigital

Bibliotecas Nacionais | Biblioteca Apostólica Vaticana

15 jun 2022

Artigo arquivado em Bibliotecas Nacionais
e marcado com as tags Biblioteca Apostólica Vaticana, Biblioteca do Vaticano, Bibliotecas Nacionais

A cidade de Roma é reconhecida por seu valor histórico e arqueológico. Entre as riquezas que abriga, está a Biblioteca Apostólica Vaticana, que conta mais de quinhentos anos de existência.

A presença de um acervo documental dos papas remonta ao século IV, sendo ao mesmo tempo arquivo e biblioteca. Em escrito datado de 784, Adriano I faz referência ao "bibliothecarius" da Igreja Romana, dando este título ao bibliotecário Theophylactus. No entanto, estas primeiras peças foram dispersadas, por razões não muito conhecidas. Os papas subsequentes compilaram novos itens ao longo dos séculos, formando a coleção que é descrita em um inventário do século XIII. Porém, este repositório também sofreu grandes perdas ao ser trasladado para Perugia, Assis e Avignon, quando do exílio papal no século XIV.

O que restou em Avignon foi parar na coleção particular da família Borghese, sendo comprado por Leão XIII apenas em 1891. Entrementes, após o retorno do papado a Roma, depois de 1415, os pontífices procuraram resgatar o patrimônio perdido da biblioteca.

Em 1450, Nicolau V decidiu disponibilizar para estudos acadêmicos os manuscritos em latim, grego e hebraico. Sisto IV, o papa do Renascimento, na esteira do fomento às artes e à cultura, voltou seus olhos de modo especial para a biblioteca. Na bula Ad decorem militantis Ecclesiae, de 15 de junho de 1475, inaugurou-a oficialmente, nomeou Bartolomeo Platina para seu prefeito e fez investimentos para sua manutenção.

No século XVI, sob o papado de Gregório XIII, o material específico de arquivo começou a ser separado do bibliográfico. Com Paulo V, estes documentos arquivísticos foram finalmente destinados a outra instituição, os Arquivos Secretos do Vaticano. Neste mesmo período, o espaço físico da biblioteca já se mostrava pequeno para conter o crescente acervo. Foi construída então uma nova sede, localizada no Cortile del Belvedere, que permanece a mesma até hoje. Destaca-se nessas instalações o Salão Sistino, uma grande câmara com 70 metros de comprimento, ricamente decorada com afrescos. Ao longo do século XVII, foram fundados outros setores, como o Departamento de Numismática, o Museu Sacro e a Coleção de Gravuras.

Atualmente, a Biblioteca Vaticana preserva mais de 180.000 manuscritos; 1.600.000 livros impressos, cerca de 9.000 incunábulos (livros impressos nos primeiros tempos da imprensa, utilizando-se tipos móveis, e que geralmente imitavam os manuscritos em sua forma); mais de 300.000 moedas e medalhas; mais de 150.000 estampas, ilustrações e gravuras; 200.000 fotografias (dados do site em maio de 2022).

Em 1934, Pio XI ampliou os serviços prestados pela Biblioteca Vaticana, incentivando a criação de um curso acadêmico. O primeiro ano letivo da Escola Vaticana de Biblioteconomia teve início em novembro daquele ano. Entre 2002-2003, a escola ganhou uma nova sede, no Palácio São Paulo, localizado em Roma na Via dela Conciliazione. Ali, dispõe de estrutura informatizada, além de uma biblioteca profissional e outra destinada à guarda das teses de seus alunos.

Maiores informações sobre pesquisas online no acervo da Biblioteca Vaticana podem ser encontradas no site vaticanlibrary.va

Também é possível acessar a versão digitalizada do Papiro Hannah, encontrado no início do século XXI e doado à biblioteca. Este manuscrito é considerado a testemunha mais antiga dos textos do Novo Testamento da Bíblia.

Explore os documentos:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss_I15_1_080.pdf
(fac-símile de manuscrito mexicano cujo original está no acervo da Biblioteca Vaticana)

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/bndigital0885/bndigital0885.pdf
(publicação de documentos do Arquivo Secreto do Vaticano)

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1457601/mss1457601.pdf
(index da bula e demais documentos existentes na Livraria do Vaticano pertencentes a Portugal)

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon1163367_414/icon1163382.jpg
(Sisto IV)

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss1286763_65/mss1286763_65.pdf
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss1286760_62/mss1286760_62.pdf
(Cartas a frei Camilo de Monserrate, aceitando a doação de seis exemplares da "Flora Fluminense" à Santa Sé e dizendo que o Papa saberá apreciá-los)

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon537479/icon537479.jpg
(reprodução de “A escola de Atenas”, pintura de Rafael no Museu do Vaticano)

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon545463/icon545463.jpg
(reprodução de “O dilúvio”, pintura de Michelangelo na Capela Sistina)

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon856330/icon856330.jpg
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon393099/icon1083702.jpg
(imagens da Capela Sistina)