Biblioteconomia | Leibniz, o gênio bibliotecário
por Daniel Fernandes
04 mar 2022
Artigo arquivado em Biblioteconomia
Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) foi um dos mais relevantes filósofos da era moderna: buscou conciliar razão e fé, tradição e modernidade, filosofia e teologia, num contexto em que muitos pensadores queriam abandonar, definitivamente, o legado filosófico do passado. O que pouca gente sabe sobre sua vida, porém, é que ele trabalhou mais de uma vez como bibliotecário em algumas cortes e também contribuiu para o campo da biblioteconomia.
Em 1673, após a morte de seus um de seus empregadores, o Barão de Boinenbourg, Leibniz procurou se estabelecer em Paris ou Londres, mas, não encontrando empregador, finalmente aceitou, após dois anos de hesitação, o duque Jean-Frédéric de Brunswick-Calenberg, que o nomeou bibliotecário do Ducado de Brunswick-Lüneburg, cargo que ocupou por 40 anos, até sua morte em 1716. Em 1690, Leibniz também assumiu a responsabilidade geral pela prestigiosa Biblioteca Augusta, em Wolfenbüttel, cerca de 70 quilômetros a sudeste de Hannover.
Como bibliotecário, teve que realizar tarefas exigentes, mas de natureza bastante prática: administração geral da biblioteca, compra de livros novos e usados, catalogação convencional e inventário de livros. No entanto, durante sua trajetória na função, desenvolveu sistemas de catalogação que serviria de guia para muitas das maiores bibliotecas da Europa. Chegou a criar, para as Bibliotecas de Boinenburg, diversos catálogos ordenados sistematicamente, adotando em alguns casos esquemas já desenvolvidos por outros, como Gesner, Draud e Naudé, seu contemporâneo.
Entretanto, embora tenha realizado um exaustivo estudo das iniciativas de classificação em bibliotecas, conhecendo contribuições anteriores, Leibniz parece ter desenvolvido seu esquema de modo independente e seus métodos de catalogação tiveram influência direta no catálogo de Adrien Baillet, bibliotecário francês do século XVII. Para suprir as limitações de um catálogo sistemático, Leibniz criou um índice alfabético de assunto, a fim de complementar o esquema sistemático, inovando-o com a inclusão de elementos sindéticos. Sua experiência mostrou que um índice de autor complementaria perfeitamente o catálogo, facilitando a consulta por este aspecto.
Ainda hoje, suas ideias a respeito das bibliotecas e da biblioteconomia permaneceram quase todas inéditas e por isso sem desdobramentos práticos no cotidiano do profissional da informação, mesmo assim, podemos avaliar seus méritos.
Leibniz dava à biblioteca o caráter de uma instituição pedagógica, docente e pública, igualando-a à escola. Para o filósofo-bibliotecário, a finalidade da biblioteca é contribuir para o progresso humano e para o melhoramento da humanidade. O conhecimento pode avançar somente quando cada indivíduo tem a possibilidade de informar-se sobre o que já foi escrito sobre um determinado assunto, daí a função insubstituível e educativa das bibliotecas no progresso do saber em geral. Elas são espaços de ampliação das informações e do campo de debates.
Segundo o filósofo, o valor de uma biblioteca depende muito mais da qualidade dos livros do que do número de raridades ou preciosidades. Mais do que mero “depósito” de livros, é informação qualificada.
A biblioteca deve ser atualizada permanentemente com aquisições oportunas, pois de outro modo perde sua utilidade, eficácia e importância.
Além do catálogo sistemático e alfabético por autores, Leibniz ensinava que era necessário a existência de um catálogo cronológico por ano de publicação e principalmente um riquíssimo catálogo por assunto.
Em suas recomendações podemos ver o esboço e o programa daquela que será em parte a biblioteca moderna de pesquisa e talvez a antecipação dos atuais centros de documentação.
Interessante é, também, a divisão sistemática das obras da biblioteca proposta por ele: as primeiras divisões, depois ulteriormente fracionadas são dez:
Theologia, Jurisprudentia, Medicina, Philosofia intellectualis, Philosofia rerum imaginationis seu mathematica, Philosofia rerum sensibilium seu physica, Philologia seu res linguarum, Historia civilis, Historia litteraria et res bibliothecaria, Generalia et miscellanea.
Alguns autores afirmam que foi sua experiência como bibliotecário que o levou a conceber a Scientia generalis, sua versão própria de um método científico.
Para saber mais sobre Leibniz, explore os documentos:
Leibniz, sua vida e sua obra:
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75549
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75550
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75551
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http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75563
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75564
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75565
Leibniz, a inteligência cósmica
Leibniz, o inventor do cálculo infinitesimal
Em 1673, após a morte de seus um de seus empregadores, o Barão de Boinenbourg, Leibniz procurou se estabelecer em Paris ou Londres, mas, não encontrando empregador, finalmente aceitou, após dois anos de hesitação, o duque Jean-Frédéric de Brunswick-Calenberg, que o nomeou bibliotecário do Ducado de Brunswick-Lüneburg, cargo que ocupou por 40 anos, até sua morte em 1716. Em 1690, Leibniz também assumiu a responsabilidade geral pela prestigiosa Biblioteca Augusta, em Wolfenbüttel, cerca de 70 quilômetros a sudeste de Hannover.
Como bibliotecário, teve que realizar tarefas exigentes, mas de natureza bastante prática: administração geral da biblioteca, compra de livros novos e usados, catalogação convencional e inventário de livros. No entanto, durante sua trajetória na função, desenvolveu sistemas de catalogação que serviria de guia para muitas das maiores bibliotecas da Europa. Chegou a criar, para as Bibliotecas de Boinenburg, diversos catálogos ordenados sistematicamente, adotando em alguns casos esquemas já desenvolvidos por outros, como Gesner, Draud e Naudé, seu contemporâneo.
Entretanto, embora tenha realizado um exaustivo estudo das iniciativas de classificação em bibliotecas, conhecendo contribuições anteriores, Leibniz parece ter desenvolvido seu esquema de modo independente e seus métodos de catalogação tiveram influência direta no catálogo de Adrien Baillet, bibliotecário francês do século XVII. Para suprir as limitações de um catálogo sistemático, Leibniz criou um índice alfabético de assunto, a fim de complementar o esquema sistemático, inovando-o com a inclusão de elementos sindéticos. Sua experiência mostrou que um índice de autor complementaria perfeitamente o catálogo, facilitando a consulta por este aspecto.
Ainda hoje, suas ideias a respeito das bibliotecas e da biblioteconomia permaneceram quase todas inéditas e por isso sem desdobramentos práticos no cotidiano do profissional da informação, mesmo assim, podemos avaliar seus méritos.
Leibniz dava à biblioteca o caráter de uma instituição pedagógica, docente e pública, igualando-a à escola. Para o filósofo-bibliotecário, a finalidade da biblioteca é contribuir para o progresso humano e para o melhoramento da humanidade. O conhecimento pode avançar somente quando cada indivíduo tem a possibilidade de informar-se sobre o que já foi escrito sobre um determinado assunto, daí a função insubstituível e educativa das bibliotecas no progresso do saber em geral. Elas são espaços de ampliação das informações e do campo de debates.
Segundo o filósofo, o valor de uma biblioteca depende muito mais da qualidade dos livros do que do número de raridades ou preciosidades. Mais do que mero “depósito” de livros, é informação qualificada.
A biblioteca deve ser atualizada permanentemente com aquisições oportunas, pois de outro modo perde sua utilidade, eficácia e importância.
Além do catálogo sistemático e alfabético por autores, Leibniz ensinava que era necessário a existência de um catálogo cronológico por ano de publicação e principalmente um riquíssimo catálogo por assunto.
Em suas recomendações podemos ver o esboço e o programa daquela que será em parte a biblioteca moderna de pesquisa e talvez a antecipação dos atuais centros de documentação.
Interessante é, também, a divisão sistemática das obras da biblioteca proposta por ele: as primeiras divisões, depois ulteriormente fracionadas são dez:
Theologia, Jurisprudentia, Medicina, Philosofia intellectualis, Philosofia rerum imaginationis seu mathematica, Philosofia rerum sensibilium seu physica, Philologia seu res linguarum, Historia civilis, Historia litteraria et res bibliothecaria, Generalia et miscellanea.
Alguns autores afirmam que foi sua experiência como bibliotecário que o levou a conceber a Scientia generalis, sua versão própria de um método científico.
Para saber mais sobre Leibniz, explore os documentos:
Leibniz, sua vida e sua obra:
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75549
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75550
http://memoria.bn.br/DocReader/008567/75551
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Leibniz, a inteligência cósmica
Leibniz, o inventor do cálculo infinitesimal
