BNDigital

Vindo a lume no início de 1821 em São Luís (MA), pouco após a abolição da proibição de circulação de impressos que não fossem da Impressão Régia, O Conciliador do Maranhão foi o primeiro periódico lançado em sua província. De orientação política estritamente áulica, não era nada “conciliador”, já que defendia apenas os interesses portugueses no contexto do processo político que levou o Brasil à Independência. A razão para isso era simples: a ruptura entre a colônia e a metrópole traria desvantagens para a elite local. O jornal pioneiro da província, afinal, circulou somente até 23 de julho de 1823: avesso à Independência, assim como o governo local, de que era propriedade, acabou extinto com o cerco imperial a São Luís, naquele ano, meses depois do Grito do Ipiranga e das tropas de Dom Pedro I adentrarem o Maranhão, para impor a adesão da província ao Império. Na ocasião, a junta governativa provisória que comandava a província extinguiu o primeiro jornal maranhense, lançando, em seu lugar, em 4 de agosto de 1823, a Gazeta Extraordinária do Governo da Província do Maranhão, impressa no mesmo maquinário, ou seja, na Typographia Nacional, e distribuída gratuitamente até o ano seguinte. Esse, que seria o segundo jornal da história do Maranhão, também era chamado de Gazeta Extraordinária do Governo Provisório. E, como toda imprensa oficial, publicava praticamente só atos administrativos da província recém-incluída ao Império.

Fontes:

- Acervo: edições do nº 1, de 4 de agosto de 1823, ao nº 6, de 14 de agosto de 1823.
- MOLINA, Matías M. História dos jornais no Brasil: da era colonial à Regência (1500 – 1840) v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
- SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.