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História Geral | Albert Einstein foge da Alemanha nazista e se muda para os Estados Unidos

12 jun 2021

Artigo arquivado em História Geral
e marcado com as tags Albert Einstein, Antisemitismo, Biblioteca Nacional, Ciência, Nazismo, Secult, Totalitarismo

Os anos que antecedem a segunda guerra mundial marcam, entre outras tensões políticas e sociais, a fuga de muitos habitantes da Europa, em particular da Alemanha, Polônia e Tchecoslováquia em razão do cerco imposto pelo regime nazista contra aqueles que não correspondiam ao ideal da raça ariana. Muitos foram os políticos, intelectuais e cidadãos em geral perseguidos, tendo seus bens confiscados e expropriados.

Entre os que testemunharam o avanço de tempos obscuros, o célebre cientista Albert Einstein relatou em carta destinada à irmã Maja em 1922, o sentimento de estarrecimento e alívio de ter escapado de Berlim com vida da investida autoritária de Hitler e de seus seguidores. De origem judaico-suíça, Einstein se tornaria um alvo fácil da intolerância e das políticas antissemitas empreendidas com o surgimento do partido nazista na Alemanha. Circulavam ameaças de morte por indivíduos, oriundos do Exército, os mesmos que tramaram e executaram o assassinato do Ministro das Relações Exteriores da República de Weimar, Whalter Rathenau.

Hoje, a carta recém divulgada configura documento importante sobre os primeiros sinais de alerta em advertência à barbárie que se confirmaria tempos depois. Na carta, Einstein também relatava a experiência de liberdade recém conquistada. A partir dali, Einstein iniciava uma série de viagens por vários pontos do globo, realizando conferências e visitas especiais. O autor da Teoria da Relatividade excursionou pelo Japão, Buenos Aires e Brasil, fato amplamente divulgado e prestigiado pela imprensa brasileira. Visitas à Academia Brasileira de Ciências, Club Germânia, Fundação Oswaldo Cruz, Museu Nacional, Palácio do Catete, a antiga sede do governo federal.Todos localizados no Rio de Janeiro.

Prêmio Nobel de Física em 1921, seus estudos foram rechaçados pelo governo nazista. Considerada “Física judia”, a Teoria da Relatividade foi desprezada após a chegada de Hitler ao poder. Einstein renunciou sua nacionalidade alemã e finalmente passou a viver nos EUA como professor na Universidade de Princeton, onde permaneceu até a sua morte em 1955. Sobre os totalitarismos, Einstein confiava às Ligas das Nações papel essencial para a segurança das minorias, colocando-se contrário ao pangermanismo, porém favorável ao movimento sionista por acreditar que a nacionalidade está onde há o sentimento de pertença do lugar. Um ideal difícil, contudo, possível de alcançar.

Na imagem Albert Einstein em visita ao Museu Nacional e à Academia Brasileira de Ciências em 1925. Periódico Universal.

(Seção de Iconografia)

Periódico Universal, 1925