Literatura | Eça de Queirós, romancista português
por Raquel Ferreira
01 dez 2021
Artigo arquivado em Literatura
e marcado com as tags A Relíquia, Eça De Queiroz, O primo Basílio, Romance Realista, Secult
Natural da Póvoa de Varzim, cidade ao norte de Portugal, José Maria Eça de Queiroz (1845-1900), mais conhecido como Eça de Queiroz, é considerado um dos maiores escritores de língua portuguesa do século XIX, ao lado do nosso Machado de Assis. Seu estilo de romance caracteriza-se pelo realismo, com afiadas críticas à sociedade burguesa de sua época.
O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878), A Relíquia (1877), Os Maias(1888), são algumas de suas obras principais, onde desfilam sua riqueza linguística na descrição de lugares e personagens, bem como as alfinetadas recorrentes à prepotência e falsa moralidade da elite portuguesa de então. Não raro, suas obras eram alvo de duras críticas, como esta sobre O Primo Basílio, publicado no jornal Cruzeiro:
A despeito das críticas, o Primo Basílio teve sua primeira edição rapidamente esgotada no ano seguinte ao seu lançamento (O Repórter) e as outras obras tornaram-se igualmente requisitadas pelo público leitor. Grande amigo de Ramalho Ortigão, o teve como seu fiel defensor: “O Primo Basílio confirma definitivamente a consagração do seu nome. Eça de Queiroz dispensa hoje todos os elogios. Suporta inabalavelmente todas as críticas. A sua obra pertence á immortalidade [sic]” (Gazeta de Notícias).
Formou-se em direito na Universidade de Coimbra, local que ainda lhe renderia a amizade com Antero de Quental. Em 1866, passa a viver em Lisboa, atuando como advogado e jornalista. Colaborou para periódicos como Renascença, A Imprensa, foi diretor de O Distrito de Évora e fundou a Revista de Portugal. A publicação de suas obras transcende sua vida, tendo grande parte delas lançadas postumamente, em livros, jornais e revistas.
A partir de 1873, tem início sua carreira diplomática, tendo sido cônsul português em Havana (Cuba), Newcastle e Bristol (Reino Unido), Paris (França). Essa teria sido, também, uma época bastante fértil para a escrita dos seus romances quando, utilizando-se de anotações de suas viagens - tal qual a obra A Relíquia que, publicada originalmente no ano de 1887, conta com referências a uma viagem que fez entre 1869 e 1870 ao Egito e Palestina, ainda antes de sua atuação como cônsul - aproveitava para reforçar, em seus textos, os traços de obscenidade, imoralidade, desonestidade presentes no seio das elites europeias.
No Brasil, alguns de seus textos foram publicados postumamente em periódicos como Fon Fon (Frei Genebro e A Arte). A importância de seu legado para língua portuguesa, e para a imprensa - inclusive a brasileira, como lembra Ana Merege no artigo escrito para a BN Digital - suscitou a criação de um monumento em sua homenagem, localizado no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, localidade nobre da cidade. A estátua também recebeu críticas (Fon Fon), mas foi executada.
Suas obras foram traduzidas para mais de 20 idiomas, e sua atuação como cônsul português em Havana foi transformada em filme dirigido por Francisco Manso e lançado em 2020.
Explore outros documentos:
Manuscritos
O São Cristóvão
As cidades e as Serras.
Trecho de obra literária
Iconografia
Monumento Praia de Botafogo
A América
Bem Público (Lisboa)
Dois Mundos
Figaro
Fon-Fon
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/7591
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/19038
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/19234
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/22394
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/22675
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/42859
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/46760
Jornal do Brasil
A Lanterna
Seis de Março (PE)

Eça de Queiroz (O Cruzeiro)
O Crime do Padre Amaro (1875), O Primo Basílio (1878), A Relíquia (1877), Os Maias(1888), são algumas de suas obras principais, onde desfilam sua riqueza linguística na descrição de lugares e personagens, bem como as alfinetadas recorrentes à prepotência e falsa moralidade da elite portuguesa de então. Não raro, suas obras eram alvo de duras críticas, como esta sobre O Primo Basílio, publicado no jornal Cruzeiro:
“[…] o perigo do movimento realista é haver quem supponha que o traço grosso é o traço exacto. Digo isso no interesse do talento do Sr. Eça de Queiroz, não no da doutrina que lhe é adversa; porque a esta o que mais importa é que o Sr. Eça de Queiroz escreva outros livros como o Primo Basílio. Se tal succeder, o realismo na nossa língua será estrangulado no berço; e a arte pura, appropriando-se do que ele contiver de aproveitável, porque o há, quando não se despenha no excessivo, no tedioso, no obsceno e até no ridículo, a arte pura, digo eu, voltará a beber aquellas águas sadias do Monge de Cister, do Arco de Sant’Anna, e do Guarany” [mantivemos as grafias originais].
A despeito das críticas, o Primo Basílio teve sua primeira edição rapidamente esgotada no ano seguinte ao seu lançamento (O Repórter) e as outras obras tornaram-se igualmente requisitadas pelo público leitor. Grande amigo de Ramalho Ortigão, o teve como seu fiel defensor: “O Primo Basílio confirma definitivamente a consagração do seu nome. Eça de Queiroz dispensa hoje todos os elogios. Suporta inabalavelmente todas as críticas. A sua obra pertence á immortalidade [sic]” (Gazeta de Notícias).
Formou-se em direito na Universidade de Coimbra, local que ainda lhe renderia a amizade com Antero de Quental. Em 1866, passa a viver em Lisboa, atuando como advogado e jornalista. Colaborou para periódicos como Renascença, A Imprensa, foi diretor de O Distrito de Évora e fundou a Revista de Portugal. A publicação de suas obras transcende sua vida, tendo grande parte delas lançadas postumamente, em livros, jornais e revistas.
A partir de 1873, tem início sua carreira diplomática, tendo sido cônsul português em Havana (Cuba), Newcastle e Bristol (Reino Unido), Paris (França). Essa teria sido, também, uma época bastante fértil para a escrita dos seus romances quando, utilizando-se de anotações de suas viagens - tal qual a obra A Relíquia que, publicada originalmente no ano de 1887, conta com referências a uma viagem que fez entre 1869 e 1870 ao Egito e Palestina, ainda antes de sua atuação como cônsul - aproveitava para reforçar, em seus textos, os traços de obscenidade, imoralidade, desonestidade presentes no seio das elites europeias.
No Brasil, alguns de seus textos foram publicados postumamente em periódicos como Fon Fon (Frei Genebro e A Arte). A importância de seu legado para língua portuguesa, e para a imprensa - inclusive a brasileira, como lembra Ana Merege no artigo escrito para a BN Digital - suscitou a criação de um monumento em sua homenagem, localizado no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, localidade nobre da cidade. A estátua também recebeu críticas (Fon Fon), mas foi executada.
Suas obras foram traduzidas para mais de 20 idiomas, e sua atuação como cônsul português em Havana foi transformada em filme dirigido por Francisco Manso e lançado em 2020.
Explore outros documentos:
Manuscritos
O São Cristóvão
As cidades e as Serras.
Trecho de obra literária
Iconografia
Monumento Praia de Botafogo
A América
Bem Público (Lisboa)
Dois Mundos
Figaro
Fon-Fon
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/7591
http://memoria.bn.br/DocReader/259063/19038
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http://memoria.bn.br/DocReader/259063/46760
Jornal do Brasil
A Lanterna
Seis de Março (PE)

Eça de Queiroz (O Cruzeiro)