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Literatura | Hilda Hilst, poetisa, escritora e dramaturga brasileira

04 fev 2021

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Poetisa, escritora e dramaturga brasileira, Hilda de Almeida Prado Hilst nasceu em 21 de abril de 1930 na cidade de Jaú em São Paulo. Sua história é marcada pela forte influência de seu pai, Apolônio de Almeida Prado Hilst, que em seu nascimento lamentou ao saber que era uma menina. Isso trouxe a Hilda a determinação de deixar seu nome na história e provar ao pai que podia lhe dar orgulho sendo mulher. Como a própria autora dizia, seu pai não se tratava de uma influência literária e sim a razão para que ela tivesse se tornado escritora.

A mãe, Bedecilda Vaz Cardoso, se separou de Apolônio quando Hilda tinha 2 anos de idade. Embora fosse apaixonada por Apolônio, não resistiu à indisposição com os familiares do marido que não a aceitavam. Após o divórcio Hilda mudou-se com a mãe para Santos e de lá mantinha contato com o pai através de cartas. Cresceu ouvindo sua mãe contar histórias, sempre com muito carinho, de seu pai.

Quando Hilda tinha 5 anos de idade seu pai foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide. Uma passagem marcante na vida dela ocorreu quando, aos 16 anos de idade, foi visitar seu pai na fazenda em Jaú e em uma crise ele a confundiu com Bedecilda e lhe implorou repetidamente: “Só três noites de amor, só três noites de amor”. A doença do pai fez com que ela nunca quisesse ter filhos com medo de transmitir os genes da doença a eles. Além dos livros dedicados ao pai, a série de poemas “Odes maiores ao pai” foi escrita em memória dele.

Em 1965 ela decidiu viver perto da natureza. Buscando inspiração e tempo para escrever mudou-se para Campinas e deu início a construção da Casa do Sol, local onde viveu até o fim de sua vida e produziu 80% de suas obras. Lá ela lia de 8 a 12 horas por dia. Sua escrita era baseada na disciplina de escrever pelo menos 500 palavras por dia.

Na década de 1960 ela se lançou na dramaturgia com “A possessa” em 1967. No início dos anos 1970 ela publica “Fluxo-floema”, sua primeira obra ficcional. Na década de 1990 quis impactar os leitores que, segundo ela, não a liam. Resolveu escrever ficção erótica e afirmava que a obra “O Caderno Rosa de Lori Lamby” era um deboche dos editores que não a trataram com a seriedade que desejava.

Hilda teve uma vida muito produtiva, foram mais de 40 obras publicadas. Na década de 1990 sua saúde começou a sofrer alguns abalos e em 4 de fevereiro de 2004 ela veio a óbito.