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Literatura | José de Ribamar Ferreira, o imortal Ferreira Gullar

10 set 2021

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São Luís do Maranhão foi o berço de José de Ribamar Ferreira, nome verdadeiro de Ferreira Gullar. Seu pseudônimo teve origem na junção do sobrenome de seu pai Newton Ferreira e sua mãe Alzira Ribeiro Goulart, com uma pequena adaptação na grafia do nome da mãe. Em sua infância brincava de jogar bola e de pescar, passando a dedicar-se com mais afinco a literatura na juventude. Ao vislumbrar a vida adulta chocou-se, e então decidiu tornar-se poeta, numa espécie tentativa de fuga.

Passou por vários movimentos literários, inspirou e ajudou a fundar muitos deles, mas não se detinha, como o concretismo. Primava pela autenticidade da poesia enquanto forma de expressão, sem compromisso com regras e padrões. Em 1954 lançou “A luta corporal” seu segundo livro publicado que despertou interesse de autores como Oswald de Andrade e dos poetas concretistas Haroldo e Augusto de Campos. Nessa obra, apresentou uma proposta que desintegrava a sintaxe propondo uma ruptura com o padrão de leitura sequencial, isso o lançou no cenário literário nacional e o fez integrar o movimento concretista por um curto período. É autor dos modelos livro-poema e poema espacial.

Em 1959 rompeu com o concretismo e fundou, junto com outros autores, o neoconcretismo. Entre seus tantos feitos literários, sua constante luta contra os padrões fez sua obra ser considerada precursora do livro de artista brasileiro.

Em 2014 foi eleito para Academia Brasileira de Letras, foi o sétimo ocupante da cadeira 37. Morreu em 4 de dezembro de 2016 na cidade do Rio de Janeiro e decorrência de problemas pulmonares. Seu corpo foi velado inicialmente na Biblioteca Nacional, atendendo a seu desejo, e posteriormente na Academia Brasileira de Letras.