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Literatura | Vinícius de Moraes: o poetinha do Brasil

09 jul 2021

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Poeta, compositor, crítico, dramaturgo, roteirista e diplomata Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913 na cidade do Rio de Janeiro. Ficou conhecido como poetinha devido seu gosto por usar as palavras no diminutivo. Segundo sua família, aos 9 anos já escrevia seus primeiros poemas. Na juventude, quando não dispunha de recursos para comprar presentes, presenteava seus irmãos com poemas em seus aniversários.

Em 1930 ingressou no curso de direito da Rua do Catete, concluindo em 1933. Embora escrevesse desde cedo, foi somente em 1932, aos 18 anos, que publicou seu primeiro poema no periódico A Ordem no Rio de Janeiro. Em 1933 publica seu primeiro livro “O caminho para a distância”. Um de seus poemas mais famosos “Soneto de separação” foi escrito em 1938 e “Soneto de fidelidade” em 1939.

Em 1943 foi aprovado na carreira diplomática do Itamaraty, onde permaneceu até 1968, quando foi expulso pelo presidente Costa e Silva no início do período mais duro da ditadura militar. Através do Ato Institucional Número Cinco se alegou que a vida boêmia do escritor era incompatível com a carreira diplomática, aposentando-o compulsoriamente. Em 2010 o governo brasileiro realizou uma retratação através de uma promoção póstuma como "ministro de primeira classe" do Ministério das Relações Exteriores, o que equivale a embaixador, cargo mais alto da carreira diplomática.

Com uma carreira que transitou por várias facetas, Vinicius nunca abandonou a poesia, passando a dedicar-se também à música na década de 1950, quando ajudou a fundar a Bossa Nova. Em 1956 inicia sua longa parceria com o músico e compositor Tom Jobim (1927-1994) e em 1962 os dois lançam Garota de Ipanema. Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto, na época com 19 anos, foi a musa inspiradora desta canção. Em 1970 inicia sua parceria com o músico Toquinho (1946), com quem irá permanecer até o fim de sua carreira lançando o disco “Um pouco de ilusão” no ano de sua morte.

Vinicius aproveitou sua vida ao extremo e em 9 de julho de 1980 faleceu de edema pulmonar em sua casa. Seu legado perpassa por gerações e sua produção alcança todas as gerações desde a infância.