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Meio Ambiente | Há 30 anos, a Rio-92 ditava os rumos das discussões socioambientais

20 jun 2022

Artigo arquivado em Meio Ambiente
e marcado com as tags 30 Anos da Rio92, Eco 92, Ecologia, Meio Ambiente, Mudanças Climáticas, ONU, Secult

O inverno está louco. Mais intenso do que deveria ou ameno demais, atrasado ou adiantado. Como o verão. Ondas de calor e secas causam estrago na conta de luz, no plantio e etc. No outro extremo, chuvas torrenciais e tsunamis, sinônimos de tragédia. Fora os incêndios florestais: pegam em cheio o Brasil no cerrado, no pantanal e na amazônia. Com eles também sofrem a Europa, os EUA e a Rússia siberiana, onde uma área equivalente a Portugal virou cinzas, recentemente. Cá por estas bandas, uma nuvem de poeira fez ainda São Paulo parecer Marte, enquanto Marte, curiosamente, continua lá, de boa, cada vez mais atraente a olhos humanos, aliás. Se pudessem, talvez até os bichos migrassem para lá. Porque aqui, hoje, pássaros caem do céu, à filme de terror. Abelhas, ursos polares e corais estão na pior. Fora as mazelas, tanto em bicho quanto em gente. Alterações climáticas deixam este último grupo, hoje, mais vulnerável a ebola, cólera, malária, dengue, vírus do Nilo Ocidental, doença de Lyme e quetais. Ora, ora. Há 30 anos o recado já estava dado. Na verdade, há mais tempo ainda. Ocorre, no entanto, que no intervalo entre 3 a 14 de junho de 1992 a ficha mundial realmente parecia cair. Foi quando um evento nunca antes visto no Brasil aterrissava no Rio de Janeiro: a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esse era o nome oficial da Rio-92, ou Eco-92: marco que previa, alertava e deliberava quanto às questões ambientais do momento. Ela abriu alas para um ciclo de grandes encontros internacionais a respeito de tópicos globais, sobretudo voltados ao meio ambiente e à sociedade. Pela primeira vez, nesse sentido, autoridades reconheciam que algo ia mal, muito mal.

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Em 1992 a ONU tinha o egípcio Boutros Boutros-Ghali como secretário-geral. Pois foi sob sua batuta que a organização quis retomar e aprofundar as discussões de vinte anos atrás, ocorridas na Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, de 1972, considerada a primeira “tomada de consciência” global quanto à fragilidade dos ecossistemas do planeta frente à ação predatória do homem. Não que os anos 1970 fossem dos mais glórios às Nações Unidas. Eram tempos em que o austríaco Kurt Waldheim respondia como secretário-geral: no início da década de 1980, cumpre lembrar, uma comissão da própria ONU levantou suspeição do mesmo como criminoso de guerra, tendo como base seu envolvimento com a Alemanha nazista na ocupação da Iugoslávia. Na virada de 1981 para 1982, então, o peruano Juan Pérez Cuéllar sentou no assento deixado por Waldheim.

A gestão do primeiro (latino) americano a asumir o cobiçado posto testemunhou, em 1985, uma Assembléia Geral parir um produto das rodadas de discussão de Estocolmo: o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que seria incumbido de traçar estratégias ambientais para o ano 2000 e além. Pouco depois, em 1987, foi a vez de um documento da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento vir a lume. O chamado Relatório Brundtland, nomeado em homenagem à presidente da comissão que o redigira, Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra norueguesa, foi tido como um marco. Para se ter ideia de sua importância, foi em suas páginas que se estabeleceu oficialmente um conceito hoje popularizado, tido como fundamental na preservação do meio ambiente: o do desenvolvimento sustentável. Nada de se estranhar que, em consequência, uma nova Assembleia Geral decidisse, em 1988, pela realização de uma nova conferência para tratar dos mais quentes tópicos do texto. Nascia, assim, a ECO-92.

Findos os dias de Cuéllar como secretário-geral da ONU, coube a Boutros-Ghali retomar a bola levantada inicialmente em Estocolmo sem maiores percalços. E com um bônus: em 1992, o mundo havia mudado. A Guerra Fria havia acabado e, em tese, não adiantava mais aos lados antagônicos, de cá e de lá da então caída Cortina de Ferro, apontar os dedos um em direção ao outro. O mesmo valia para as bombas nucleares. Arrefecidas, as preocupações mundiais com uma eventual guerra atômica mudavam de prisma: enfim tomava força a discussão do uso da radioatividade no plano energético. Estamos todos no mesmo planeta que adoece, afinal.

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O ineditismo do primeiro chefe africano da organização “moderadora do mundo” encontrou eco, então, no Brasil: um evento de tamanha magnitude jamais havia ocorrido cá no florão da América. Ao final dos anos 1980, o país foi escolhido como sede sob um contexto específico. Eram tempos de empolgação com a Constituição de 1988. Chancelados pelo então presidente José Sarney, os embaixadores Paulo Tarso Flecha de Lima e Paulo Nogueira Batista, respectivamente o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores e o representante brasileiro permanente junto à ONU, tomaram a frente da candidatura verde e amarela para sediar o evento. Havia certa vontade de superação da até então tradicional postura tupiniquim de repelir, no meio internacional, questões voltadas ao ambientalismo, com a justificativa da soberania nacional. Agora com uma postura mais aberta à comunidade global, nesse sentido o Brasil se mostrava disposto à abertura – e à responsabilidade – no sentido da implementação de direitos internacionais e tratados de cooperação.

Vista como sinal de boa fé, a proposta brasileira de sediar a ECO-92 foi aceita pela Assembléia Geral em 22 de dezembro de 1989, na mesma ocasião em que se originava uma carta com 23 itens voltados à conceituação e à importância do desenvolvimento sustentável, bem como ao papel do Brasil e dos demais países em desenvolvimento integrantes da ONU em observar princípios de proteção ambiental no decorrer de suas agendas de progresso socioeconômico. Um comitê preparatório nasceu, comandado pelo diplomata Tommy Koh, de Cingapura, auxiliado em grande parte pelo embaixador e empresário canadense Maurice Frederick Strong e pelo economista indiano Nitin Desai, dando origem a um grupo de organização divido em quatro sessões. Estas, durante os dois anos seguintes, bolaram a documentação que seria lida, discutida e aprovada na Cidade Maravilhosa, entre imbricadas agendas de contato envolvendo chefes de Estado e membros da sociedade civil.

Assim que o grupo organizador da Eco-92 se criou, o Brasil instaurou em 1990 a sua Comissão Interministerial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de sigla CIMA, presidida por Francisco Rezek, ministro das Relações Exteriores – às vésperas do evento, Rezek seria substituído por Celso Lafer. Mudanças à parte, o objetivo da comissão era claro: de forma multidisciplinar, preparar e articular a participação de diversos setores da sociedade brasileira – não apenas no âmbito estatal – para o processo de tomada de decisões quanto ao meio ambiente. Fora ela, tendo em vista o esforço logístico para a preparação e o decorrer do evento no Riocentro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o governo federal criou o Grupo de Trabalho Nacional, presidido pelo embaixador Carlos Moreira Garcia, secretário de Administração Federal, com outro diplomata, Flávio Miragaia Perri, como secretário-geral. O GTN manteve estreito contato com as autoridades fluminenses e cariocas, à época encabeçadas pelo governador Leonel Brizola e pelo prefeito Marcelo Alencar.

Mesmo originada em gabinete, a CIMA obteve respaldo de suas ações junto à opinião pública, muito pelo discurso do então presidente da República, sempre em atenção aos princípios do evento internacional: Fernando Collor de Mello. Sediar um evento da ONU era visto como uma boa por boa parte dos brasileiros. Só havia um problema: o governo começava a viver uma de suas piores crises, acentuada a partir de maio de 1992, depois da publicação de uma reportagem que apontava para um esquema de arrecadação de verba ilícita envolvendo agentes públicos. Com pouco apoio político, em abril daquele ano, bem no momento em que a Rio-92 ocorria, Collor começava a ser investigado, para sofrer processo de impeachment em dezembro de 1992. Procurando melhorar sua imagem, o presidente havia, naquele mês de abril, realizado ampla reforma ministerial, procurando qualificar seu ministério com um quadro de “notáveis”.

Proeminente ecoativista, o agrônomo e escritor José Lutzenberger havia então sido elevado ao cargo de responsável pela Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, sob os holofotes da imprensa, ficando por lá até praticamente a véspera do evento, quando foi substituído por José Goldemberg. Em paralelo, inúmeros embaixadores brasileiros foram mobilizados para o assessoramento da CIMA – a exemplo de Luís Filipe de Macedo Soares, então secretário-executivo da comissão interministerial, e Marcos Azambuja, apontado como representante especial do país, com a tarefa de defender e coordenar as posições brasileiras na conferência. Que foi presidida, afinal, pelo próprio presidente Collor.

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O ex-ministro Celso Lafer, em verbete sobre a Eco-92 na base de dados do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, o CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, vai direto ao ponto em relação ao que a envergadura do evento significou para o Brasil:
Da Rio-92 participaram 187 estados; 16 agências especializadas (como OIT, GATT, Banco Mundial, FMI); 35 organizações intergovernamentais (como OEA, BID, OECD, SELA) e um expressivo número de organizações não-governamentais. No segmento de cúpula da conferência, realizado nos dias 12 e 13 de junho, 102 chefes de Estado ou de Governo, ou seus representantes especiais, se manifestaram. Projetou-se, assim, ativamente, a presença do Brasil no mundo. Em função de sua escala e universalidade, a Rio-92 contrasta com os outros dois eventos multilaterais, mas de cunho regional, realizados no país, também no Rio de Janeiro, que são os seus antecedentes em matéria de importância em termos da história diplomática brasileira: a 3ª Conferência Internacional Americana de 1906 — que projetou, na gestão do barão do Rio Branco, uma presença mais ampla do Brasil no cenário das Américas — e a Conferência Pan-Americana de 1942 (3ª Reunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores das Américas), que na presidência Getúlio Vargas, e sob o impulso da liderança do chanceler Osvaldo Aranha, recomendou aos países americanos o rompimento de relações diplomáticas com o Eixo, tendo, desta maneira, impacto nos rumos da política internacional.

Na Eco-92, oito grupos temáticos, subordinados ao comitê principal, foram criados. Havia, por exemplo, o grupo voltado à proteção da atmosfera, assim como o dedicado à declaração de princípios sobre florestas e ao combate ao desflorestamento, e ainda um específico a respeito de diversidade biológica e biotecnologia. No de transferência de tecnologia, coordenado pelo holandês J. G. W. Alders, o embaixador brasileiro Celso Amorim teve atuação de destaque. No mais, muita atenção era dedicada ao grupo de economia, sob a coordenação do embaixador brasileiro Rubens Ricupero. Foi ali que se travaram complexas – quando não amargas – discussões em relação aos problemas financeiros acarretados pela chamada Agenda 21, um documento que estabelecia o comprometimento de cada país membro da ONU a refletir local e globalmente a respeito da solução de problemas socioambientais. A agenda, por si só, foi um dos principais resultados do evento, junto com a Declaração de Princípios sobre Florestas. Pobreza, educação, geração de renda e riqueza: não há como pensar em preservação ambiental sem abordar, também, esses três pilares, fundamentais para a economia e a sociedade. E como falar de sustentabilidade sem falar de justiça? Políticas públicas e questões sociais de classe, raça, gênero e etnia vinham à tona naturalmente num debate até o momento visto como estritamente ligado às ciências geológicas, meteorológicas e biológicas.

Retomando, atualizando a aprofundando a Declaração de Estocolmo de 1972, a Agenda 21 e a Declaração de Princípios sobre Florestas foram fortalecidas ainda pela Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, carta de princípios ainda da última sessão do comitê preparatório. Diferentemente das declarações, sucintas, a Agenda 21 traz, em mais de 500 páginas, por volta de cem programas de ação divididos em quatro seções e 40 capítulos. É um documento, de fato, sem precedentes na história da diplomacia. Ela aponta, por exemplo, que para a adoção de modelos de desenvolvimento sustentável por parte de países em desenvolvimento é necessário que, em parceria, nações desenvolvidas efetivem transferência de recursos financeiros adequados e partilhem tecnologias limpas, em exercício tácito da responsabilidade compartilhada, porém diferenciada, entre economias nacionais robustas e magricelas.

De quebra, em complemento a temas expostos na Agenda 21, dois instrumentos internacionais negociados paralelamente ao comitê preparatório foram assinados na Rio-92: a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Consequência direta do evento no Riocentro, a Assembléia Geral da ONU estabeleceu sua Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável (CDS), composta por 53 Estados-membros, voltados à observância dos compromissos aprovados na Agenda 21. Depois é que vieram, ainda nos anos 1990, a Convenção de Combate à Desertificação e o Protocolo de Quioto. A Convenção da Diversidade Biológica virou depois o chamado Protocolo de Nagoya. E, mais recentemente, o Acordo de Paris entrou em vigor, em 2015. Houve até uma nova conferência no Rio de Janeiro, a Rio+20, dos dias 13 a 22 de junho de 2012: era um marco de celebração aos vinte anos da Rio-92. Assim como hoje, a aniversariante, afinal, se fez ouvir em cada uma dessas oportunidades.

Por outro lado, nem tudo dizia respeito a chefes de Estado e figuras da administração pública na conferência histórica ocorrida no Rio de Janeiro. O evento abrigou ainda um Fórum Global, articulado pelo Fórum Brasileiro de ONGs em parceria com o International Facilitating Committee (IFC), entidade internacional criada pelo secretariado da Rio-92. Foi o primeiro evento do gênero no mundo, onde foram inscritas cerca de 1.800 organizações não-governamentais inscritas. O fórum contou com inúmeros eventos paralelos à reunião intergovernamental no Riocentro: entre debates, mostras e eventos culturais no Aterro do Flamengo, a faceta não-estatal da conferência foi aberta à participação pública, no sentido da conscientização popular e global para questões socioambientais. Isso, ainda nas palavras de Celso Lafer,
(…) inaugurou tendência que passou a prevalecer em outras conferências sobre temas globais da ONU, de permitir o acesso e acreditamento como observadoras, de organizações não-governamentais que não gozam do status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social Ecosoc, indicando que a política externa não mais se cinge ao trabalho discreto das chancelarias, requerendo a luz do espaço público. Neste sentido, a Rio-92 é uma expressão de “diplomacia aberta”, que se generalizou depois da Segunda Guerra Mundial, por obra da expansão dos meios de comunicações e por força da democratização das sociedades de massa. Foi assim, como se imaginava, uma verdadeira Earth Summit, termo como informalmente se referia à conferência a imprensa internacional.

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Independentemente de ter sido um “bem-sucedido exercício diplomático de adaptação criativa”, onde “exploraram-se as possibilidades inerentes à realidade internacional, respeitando, no entanto, seus limites”, como define Lafer, a Rio-92 se traduziu em um grande passo em busca de soluções para problemas socioambientais, embora nem sempre à altura da complexidade dos mesmos. Com a Agenda 21, incentivos em pesquisas afloraram e metas de sustentabilidade puderam ser colocadas, límpidas como a água deve ser. No entanto, uma coisa é o discurso, outra a realidade concreta.

Na prática, as leis de mercado, a necessidade de consenso entre países com inclinações políticas e econômicas díspares, questões de soberania nacional e o lucro (quando não a dependência financeira) atrelado a práticas predatórias dificultam a imediata operacionalização dos dispositivos levantados na Eco-92. Boa parte das expectativas colocadas pela sociedade civil e ineditamente reconhecidas por chefes de Estado em 1992 ainda não se confirmou, sobretudo em relação ao abandono do uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, e da manutenção de padrões de consumo de materios como o plástico, por exemplo. Graças à conferência fica, ainda assim, o alerta: os esforços conjuntos atuais não estão sendo o suficiente para mitigar os efeitos mais nefastos da atividade humana, em geral de ordem industrial. E o tempo não pára, nem volta.

A Rio-92, para a diplomacia brasileira, foi uma ocasião ímpar: mudou-se a visão que se tinha do país. Mais ainda, foi um evento-chave, no campo internacional, no sentido das sensibilidades em relação a valores ambientais. Num raro momento de consenso multilateral, ela deixou patente: para o bem em escala planetária, outros rumos precisavam ser tomados nas atividades humanas, urgentemente. Seu legado por vezes parece frágil, mais na ordem das palavras do que das ações. Mas não se perdeu. Ou ainda: mais necessário do que nunca, não deveria se perder. Fruto de uma ação conjunta com visão estratégica, produziu ferramentas que compõem uma bússola: que, via pacto sustentado em valores de paz, solidariedade, cooperação, justiça, respeito à vida e embasamento científico, mostra possibilidades para o futuro. Algum futuro. Onde a humanindade (ainda) seja possível.

 

Explore os documentos:

Uma série de reportagens relativas às questões ambientais ganha espaço na revista carioca Manchete em 1991, em preparação à Rio-92, com detaque à viagem do presidente Fernando Collor de Mello à Amazônia ao lado de José Lutzenberger:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/266068

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/266069

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/266070

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/266071

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/266072

 

Dossiê Netuno: Manchete revela o risco da existência de bombas e reatores nucleares “afundados nos oceanos da Terra”:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/266191

 

Ainda em 1991, Manchete destaca a ação de reflorestamento do inglês Nicholas Burch em Rondônia: opção "é mais lucrativa do que destruir o mato para dar vez ao gado":

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/268380

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/268381

 

Desertificação da campanha gaúcha é abordada em Manchete. Como conciliar a criação de gado com a preservação do meio ambiente?

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/270910

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/270911

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/270914

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/270915

 

Pouco antes das denúncias de esquemas de corrupção no governo de Fernando Collor de Mello, Manchete destacava o “jogging” presidencial com camiseta alusiva à Rio-92:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/271940

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/271941

 

Henrique Brandão Cavalcanti, ministro do Meio Ambiente, dava entrevista a Luiz Carlos Prestes Filho, para a Manchete, em 1992: "Nossas riquezas são patrimônio da humanidade":

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/283209

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/283210

 

Às vésperas da Eco-92, diário carioca Jornal do Brasil publica encarte em inglês do Earth Summit Times, jornal da conferência publicado por Theodore W. Kheel e Katsuhiko Yazaki, em cooperação entre o próprio JB e The New York Times. Em paralelo, jornal trazia também uma edição própria em inglês voltada ao evento:

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/78988

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/79284

 

“Pensamentos nebulosos sobre aquecimento global”: presença do presidente americano George Bush na Rio-92 é carregada de dúvidas, segundo reportagem de Manchete:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/273382

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/273383

 

"Bush vs. Biodiversidade: a polêmica da biodiversidade é um míssil lançado do Riocentro à Casa Branca":

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274336

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274337

 

Enfim, Manchete anunciava: "Tudo está pronto para o Rio se tornar a capital ecológica do planeta". Obras no valor de 250 milhões de dólares jogavam as atenções do mundo para a capital fluminense:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274012

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http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274014

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http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274019

 

No dia de abertura da Eco-92, 3 de junho de 1992, o Jornal do Brasil reflete em editorial a respeito do momento do evento, no contexto pós-Guerra Fria. Ao lado, charge de Lan lembra que, enquanto isso, governo Collor começa a entrar em crise:

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/79449

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/79458

 

No mesmo dia, Jornal do Commercio, também do Rio de Janeiro, diz que o ministro da Economia Marcílio Marques Moreira “espera ‘chuva de dólares’ na Rio-92”:

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_18/26651

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_18/26666

 

Milton Nascimento, Marina e Chitãozinho e Xororó empolgam no Show da Terra, na abertura da Eco-92, transmitivo pela TV para 56 países:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274234

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274235

 

Jantar presidencial com empresários e direitos indígenas no Fórum Global: os primeiros dias da Rio-92. Em seguida, Manchete publica o chamado “dossiê Bombard”, um texto da Cúpula da Terra listando os principais desafios ambientais válidos para o momento e para os anos seguintes:

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“Aluguem a Amazônia”. Lembrando dizeres de Raul Seixas, o ambientalista britânico Jonathon Porritt, conhecido como “Capitão Eco” (um equivalente real ao personagem de desenho animado “Capitão Planeta”), sugere que países como o Brasil arrendem suas áreas de florestas tropicais úmidas para o então chamado “Primeiro Mundo”:

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http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274244

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“Não sou o presidente do mundo”, diz George Bush com exclusividade ao Jornal do Brasil. Na mesma edição, caderno de ecologia traz “duro discurso do presidente” Collor: “devastação causada pela fome é tão ou mais importante que preservação da natureza”:

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/81311

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/81364

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/81324

 

Reunião de ONGs no Fórum Global, no Aterro do Flamengo, é tido pela Manchete como “O Woodstock ecológico”, cheio de hippies saídos “do freezer da história” direto para o sol carioca. “Babel ecológica”, no entanto, talvez fosse um termo mais adequado:

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Participante do Fórum Global no Aterro do Flamengo, a líder indígena guatemalteca Rigoberta Menchú Tum dava algumas palavras sobre a Rio-92, em entrevista à Manchete:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/276233

 

"Entre reis, rainhas, presidentes e líderes dos mais importantes países do mundo, Jacques-Yves Cousteau aparece como a grande vedete da Ecologia na Rio-92":

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/274338

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Presença massiva de jornalistas: antenas do planeta inteiro estiveram voltadas para a Rio-92:

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Mostrando foto oficial que exigiu habilidade do Itamaraty, ao enquadrar num mesmo plano tanto Fidel Castro quanto George Bush, Manchete faz um balanço do "triunfo histórico" da Rio-92: "A nova face da Terra - o futuro do planeta depois da maratona ecológica":

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Celso Lafer, então ministro das Relações Exteriores, também faz seu balanço, na Manchete:

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“Deu a louca no clima”: Manchete explica os efeitos da degradação ambiental no planeta e prospecta ações da Eco-92 nesse sentido:

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De celebridades a líderes religiosos, e de autoridades a pessoas comuns, a sortida gama de participantes do Fórum Global:

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Junto de texto de Barbosa Lima Sobrinho “Sob as inspirações da Rio-92”, findo o evento, Millôr Fernandes provocava, na edição dominical do Jornal do Brasil: “Uf, minha gente, terminou a Rio-92! Todos à churrascaria!”

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_11/81323