BNDigital

Música | Ângela Maria, Rainha do Rádio

03 jun 2021

Artigo arquivado em Música
e marcado com as tags Ângela Maria, Biblioteca Nacional, Música Popular Brasileira, Secult

Ângela Maria (1929-2018) foi a cantora mais popular da década de 1950 e ainda era considerada assim até a década de 1970. Foi um fenômeno. Sua marca eram as canções românticas, principalmente sambas-canções e boleros, que embalavam a “dor de cotovelo” do público romântico como as inesquecíveis “Nem eu” (Dorival Caymmi) e “Orgulho” (Waldir Rocha/Nelson Wederkind).

Iniciou sua carreira como crooner de boate no final dos anos 1940 no Dancing Avenida, e logo foi descoberta e levada para a Rádio Mayrink Veiga. Em 1951 gravou seu primeiro disco e no segundo estourou com os sucessos “Saber Mentir” (Othon Fortes Russo) e “Não tem você” (Paulo Marques e Ari Monteiro). O show “Coisas e graças da Bahia” com Dorival Caymmi na famosa Boate Casablanca selou seu caso de amor com o público.

Com apenas três anos de carreira ganhou o concurso de Rainha do Rádio em 1954 com campanha entusiasmada de João Goulart. Foi considerada a “cantora dos presidentes”, era a predileta de Juscelino Kubitschek, Janio Quadros e Getúlio Vargas. Este último deu-lhe o apelido pelo qual ficou conhecida, “sapoti”. Dizia que ela tinha a voz doce e a cor do sapoti.

Foi a primeira artista a ter contrato com emissoras de radio rivais, a Mayrink Veiga e a Radio Nacional. Foi o maior salário feminino do Radio nos anos de 1950. Quando a indústria cultural no Brasil se solidifica, Ângela Maria participa ativamente deste processo atuando nas TVs Tupi, Rio e Record, no cinema e nas rádios.

Ângela Maria foi referência para muitas cantoras da musica popular brasileira que vieram depois dela e que a consideravam como influência fundamental, como Elis Regina e Gal Costa. Ângela Maria foi um dos raros casos de ídolos da Era do Radio que nunca deixou de fazer sucesso.

(Seção de Iconografia)


Revista do Radio, 1952