Música e Artes | 28 de setembro | Nascimento de Tim Maia, cantor e compositor brasileiro (m. 1998)
por Raquel Ferreira
04 out 2021
Artigo arquivado em Música e Artes
e marcado com as tags Chama o Síndico, Jovem Guarda, Soul Man, Tim Maia
Tim Maia: o síndico do Brasil
Tim Maia (1942-1998), nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia, foi um cantor e compositor brasileiro, natural do Rio de Janeiro. Dono de uma voz potente, é considerado o introdutor do rock, soul e funk, na música brasileira. Residia no bairro da Tijuca, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro e, antes de entrar para o mundo da música, ajudava a família vendendo refeições, na pensão de seus pais - trabalho que lhe rendeu contato com os jovens Roberto Carlos, Erasmo Carlos, dentre outros cantores e compositores que, nos anos posteriores, seriam reverenciados no movimento musical da Jovem Guarda.
No ano de 1957, liderou a banda The Sputniks (com Roberto e Erasmo Carlos), uma referêcia aos satélites artificiais soviéticos, lançados no mesmo ano. Participaram do show de jovens talentos, apresentado por Carlos Imperial, no programa de rádio de Jaci Campos. Dois anos depois, em 1959, viajou para os Estados Unidos, a pretexto de estudar música (Manchete). Ali, além de trabalhar entregando pizza e outros serviços, envolveu-se com uso de álcool e drogas, foi preso e deportado para o Brasil trazendo, em sua bagagem, o soul e o funk - que introduziria em suas músicas em meados da década de 1970 (Diário da Tarde).
Suas composições rapidamente tornavam-se líderes de venda, ficando no topo dos rankings de sucesso por várias semanas. Muito elogiado pela crítica, tanto os rítmos quanto as letras de suas composições são marcantes até a atualidade - os discos eram difíceis de serem encontrados, pois esgotavam tão logo chegassem às lojas (O Cruzeiro). Contemporâneo dos artistas da Jovem Guarda, Bossa Nova, Mutantes, Tropicália, Tim Maia seria homenageado por Jorge Ben Jor, seu grande amigo, com o apelido de “Síndico do Brasil”: o zelador da alegria do povo.
Consciente de suas influências internacionais, dizia que um compositor não pode ter pátria, no sentido de que é importante o intercâmbio cultural, para agregar novidades aos rítmos brasileiros (Diário da Noite).
Fez versões de músicas de compositores internacionais, como A Mulher, de J. Browm (Intervalo), bem como compôs sucessos como Azul da cor do mar (O Jornal), Primavera, Chocolate, Festa do Santo Rei, Não quero dinheiro, Você (Intervalo), Não vou ficar (Intervalo), que foram regravados e são lembrados até os dias atuais. Influenciou várias gerações de artistas brasileiros, como seus contemporâneos Tony e Frank (Intervalo) e Sandra de Sá, com quem gravou Vale Tudo - uma das músicas consideradas, em Última Hora, uma das joias da blequitude musical.
Paralelamente a tudo isso, a personalidade de Tim Maia era bastante difícil. Avolumavam-se os problemas com álcool e drogas, além de casos de agressividade contra companheiras e brigas em locais públicos. Envolveu-se em polêmicas até com artistas famosos, como o próprio “Rei” Roberto Carlos. Para tentar afastar-se dos vícios, e controlar a agressividade, nos anos de 1974-1975, ingressou da Cultura Racional - filosofia religiosa, baseada em obras como “Universo em Desencanto”, que buscava a união entre ciência e fé, para o exercício de uma convivência equilibrada em sociedade (O Cruzeiro). Foi um período equilibrado, de fato, em que sua voz alcançou plena potência. Para, logo depois, recair nos antigos vícios que o acompanharam até o fim da vida.
Por conta de suas eternas brigas com as gravadoras e emissoras de TV, Tim Maia seria preterido em favor de outros cantores menos polêmicos. Seus shows eram sempre uma surpresa: será que Tim se apresentaria? Teve temporadas canceladas em locais como Canecão, Circo Voador e Scala, casas de espetáculo prestigiadas na cidade do Rio de Janeiro, porque simplesmente não aparecia. Tentando retomar a carreira organizou, junto com a MTV, um show no Teatro Municipal de Niterói, cidade vizinha ao Rio de Janeiro. Ele foi. Subiu ao palco. Desceu logo em seguida, vitimado por edema pulmonar, seguido de uma parada cardíaca. Não teve tempo de fazer o tão esperado show de retomada da carreira (Manchete).
Mais de mil pessoas seguiram o cortejo de Tim Maia, muitos amigos, dentre eles Jorge Ben Jor que fez questão de segurar a alça do caixão do amigo de mais de 40 anos (Manchete).
Explore outros documentos:
Diário da Tarde
Intervalo
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25220
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25539
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25544
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25829
O Jornal
A Luta Democrática
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/45689
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/45810
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/48278
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/48781
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50083
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50137
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50420
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50446
Manchete
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/302460
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/109412
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/110418
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/113214
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/119766
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/171216
Última Hora
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/120215
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/120499
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/122061
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/122219
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/123732
Tim Maia: o síndico do Brasil (Manchete)
Tim Maia (1942-1998), nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia, foi um cantor e compositor brasileiro, natural do Rio de Janeiro. Dono de uma voz potente, é considerado o introdutor do rock, soul e funk, na música brasileira. Residia no bairro da Tijuca, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro e, antes de entrar para o mundo da música, ajudava a família vendendo refeições, na pensão de seus pais - trabalho que lhe rendeu contato com os jovens Roberto Carlos, Erasmo Carlos, dentre outros cantores e compositores que, nos anos posteriores, seriam reverenciados no movimento musical da Jovem Guarda.
No ano de 1957, liderou a banda The Sputniks (com Roberto e Erasmo Carlos), uma referêcia aos satélites artificiais soviéticos, lançados no mesmo ano. Participaram do show de jovens talentos, apresentado por Carlos Imperial, no programa de rádio de Jaci Campos. Dois anos depois, em 1959, viajou para os Estados Unidos, a pretexto de estudar música (Manchete). Ali, além de trabalhar entregando pizza e outros serviços, envolveu-se com uso de álcool e drogas, foi preso e deportado para o Brasil trazendo, em sua bagagem, o soul e o funk - que introduziria em suas músicas em meados da década de 1970 (Diário da Tarde).
Suas composições rapidamente tornavam-se líderes de venda, ficando no topo dos rankings de sucesso por várias semanas. Muito elogiado pela crítica, tanto os rítmos quanto as letras de suas composições são marcantes até a atualidade - os discos eram difíceis de serem encontrados, pois esgotavam tão logo chegassem às lojas (O Cruzeiro). Contemporâneo dos artistas da Jovem Guarda, Bossa Nova, Mutantes, Tropicália, Tim Maia seria homenageado por Jorge Ben Jor, seu grande amigo, com o apelido de “Síndico do Brasil”: o zelador da alegria do povo.
Consciente de suas influências internacionais, dizia que um compositor não pode ter pátria, no sentido de que é importante o intercâmbio cultural, para agregar novidades aos rítmos brasileiros (Diário da Noite).
Fez versões de músicas de compositores internacionais, como A Mulher, de J. Browm (Intervalo), bem como compôs sucessos como Azul da cor do mar (O Jornal), Primavera, Chocolate, Festa do Santo Rei, Não quero dinheiro, Você (Intervalo), Não vou ficar (Intervalo), que foram regravados e são lembrados até os dias atuais. Influenciou várias gerações de artistas brasileiros, como seus contemporâneos Tony e Frank (Intervalo) e Sandra de Sá, com quem gravou Vale Tudo - uma das músicas consideradas, em Última Hora, uma das joias da blequitude musical.
Paralelamente a tudo isso, a personalidade de Tim Maia era bastante difícil. Avolumavam-se os problemas com álcool e drogas, além de casos de agressividade contra companheiras e brigas em locais públicos. Envolveu-se em polêmicas até com artistas famosos, como o próprio “Rei” Roberto Carlos. Para tentar afastar-se dos vícios, e controlar a agressividade, nos anos de 1974-1975, ingressou da Cultura Racional - filosofia religiosa, baseada em obras como “Universo em Desencanto”, que buscava a união entre ciência e fé, para o exercício de uma convivência equilibrada em sociedade (O Cruzeiro). Foi um período equilibrado, de fato, em que sua voz alcançou plena potência. Para, logo depois, recair nos antigos vícios que o acompanharam até o fim da vida.
Por conta de suas eternas brigas com as gravadoras e emissoras de TV, Tim Maia seria preterido em favor de outros cantores menos polêmicos. Seus shows eram sempre uma surpresa: será que Tim se apresentaria? Teve temporadas canceladas em locais como Canecão, Circo Voador e Scala, casas de espetáculo prestigiadas na cidade do Rio de Janeiro, porque simplesmente não aparecia. Tentando retomar a carreira organizou, junto com a MTV, um show no Teatro Municipal de Niterói, cidade vizinha ao Rio de Janeiro. Ele foi. Subiu ao palco. Desceu logo em seguida, vitimado por edema pulmonar, seguido de uma parada cardíaca. Não teve tempo de fazer o tão esperado show de retomada da carreira (Manchete).
Mais de mil pessoas seguiram o cortejo de Tim Maia, muitos amigos, dentre eles Jorge Ben Jor que fez questão de segurar a alça do caixão do amigo de mais de 40 anos (Manchete).
Explore outros documentos:
Diário da Tarde
Intervalo
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25220
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25539
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25544
http://memoria.bn.br/DocReader/109835/25829
O Jornal
A Luta Democrática
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/45689
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/45810
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/48278
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/48781
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50083
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50137
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50420
http://memoria.bn.br/DocReader/030678/50446
Manchete
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/302460
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/109412
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/110418
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/113214
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/119766
http://memoria.bn.br/DocReader/004120/171216
Última Hora
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/120215
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/120499
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/122061
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/122219
http://memoria.bn.br/DocReader/386030/123732
