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Música | Luiz Gonzaga, o “rei do Baião”

13 dez 2020

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O rapaz de Exu que fugiu de sua terra por causa de um namoro proibido veio parar no Rio de Janeiro e inventou um gênero musical que chegou, por um tempo, a se comparar, como sucesso, ao samba. Eu vou mostrar para vocês/ como se dança o Baião/ oi quem quiser aprender/ é favor prestar atenção...”. O Baião sintetizou os ritmos nordestinos a partir de uma releitura particular que tinha a memória dos forrós que Luiz Gonzaga frequentava com seu pai e com quem aprendeu a tocar o acordeão.

Sua carreira musical no Rio de Janeiro começou no programa de calouros de Ary Barroso em 1940, onde apresentou sua composição “Vira e mexe”. Foi a partir daí que seu sucesso começou. Ganhou o contrato com a Rádio Nacional, passou a usar o traje de vaqueiro que virou sua marca. Depois veio a parceria com Humberto Teixeira, que colocou em canções o drama da seca e a vida de penúria do povo do nordeste produzindo obras antológicas como “Asa Branca”, “Baião”, “Paraíba” e “Assum Preto”. A parceria desfez-se em 1952. Seu próximo parceiro de sucesso foi Zé Dantas. Com ele Luiz Gonzaga fez 46 composições, entre elas clássicos do cancioneiro brasileiro como “ “A volta da Asa Branca”, “Vozes da Seca”, os xotes “Cintura Fina” e O xote das meninas”, este último com uma gravação antológica de Marisa Monte anos depois , em 1989.

A época de ouro do Baião, de 1945 a meados década de 1950, tornou o conjunto acordeão, zabumba e triângulo o símbolo da música nordestina. A formação do forró pé de serra da infância de Luiz Gonzaga ganhou mundo e os corações brasileiros.