BNDigital

Personagens da Biblioteca Nacional: Frei Antônio de Arrábida, Bispo de Anemúria.

09 abr 2020

Artigo arquivado em Personagens da Biblioteca Nacional

Francisco Antônio de Arrábida nasceu em 9 de setembro de 1771 em Lisboa. Aos 15 anos entrou para o convento de S. Pedro de Alcântara, sendo pouco depois nomeado bibliotecário do convento de Mafra, residência sazonal da família real portuguesa. Ali conheceu o Príncipe Dom João, que por admirar seu trabalho, o chamou para ser o Conselheiro Real, em 1799.

O prestígio de Arrábida cresceu a ponto de Dom João -- quando considerou enviar seu filho Dom Pedro para o Brasil -- tornar o frei responsável pelo príncipe e seus estudos no Vice-Reino. As invasões napoleônicas, no entanto, mudaram seus planos e toda a Família Real terminou por realizar a viagem. Ao chegar ao Rio de Janeiro Arrábida se instalou no Convento de Santo Antônio, onde recebeu visitas frequentes de Dom Pedro para estudar piano e receber conselhos de seu preceptor.

Após o retorno do Príncipe Regente Dom João VI para Portugal, Arrábida manteve seu cargo de conselheiro real e, logo após a independência do Brasil em 1822, foi nomeado para o cargo de Bibliotecário da Biblioteca Imperial e Pública da Corte. Foi responsável pela organização e conservação do acervo documental. Foi nesse mesmo ano que o ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, José Bonifácio, determinou a obrigatoriedade do envio à Biblioteca de um exemplar de quaisquer obras, folhas periódicas e volantes que se imprimissem na Tipografia Nacional.

Contudo, havia um problema de espaço na Biblioteca, ainda instalada nos fundos do Convento de Nossa Senhora do Carmo. Arrábida organizou um Índex da livraria, a fim de melhor dimensioná-la, e um Livro Memorial, em que, a partir do ano de 1822, passou a registrar todos os documentos recebidos. Na ocasião acabou por encontrar uma preciosa obra, os manuscritos botânicos de frei José Mariano da Conceição Veloso, “Florae fluminensis” - até então desaparecidos - contendo a descrição e os desenhos de mais de 1700 espécies de flora e fauna da região do Rio de Janeiro e São Paulo, coletadas entre 1782 e 1790.

Em 1826 o Imperador intitulou Arrábida como Bispo de Anemúria, mas com a abdicação desse e as relações estremecidas com os governantes regenciais – que culminaram até em ameaça de morte – pediu exoneração do cargo de bibliotecário em 1831. Com a criação do Colégio Pedro II, em 1837, recebeu o convite para ser o seu primeiro reitor, cargo que ocupou apenas até 1839. Após a coroação de Dom Pedro II foi nomeado Conselheiro do Estado Extraordinário, cargo do qual foi destituído em 1845. Faleceu poucos anos depois, em 10 de abril de 1850.

 

Para conhecer um pouco mais sobre Frei Antônio de Arrábida, acesse o dossiê digital “Biblioteca Nacional 200 Anos” em:

http://bndigital.bn.gov.br/dossies/biblioteca-nacional-200-anos/os-personagens/frei-antonio-de-arrabida-o-bispo-de-anemuria/

 

Para ver uma gravura de Frei Antônio de Arrábida, acesse:

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon254328/icon254328.html

 

Para ver a obra do frei José Mariano da Conceição Veloso, “Florae fluminensis – Volume VIII” acesse:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss1198657/mss1198657.htm

 

Para ver a gravura "Local onde se situava o consistório do antigo Convento do Carmo, onde primeiro se instalou a Biblioteca Real", acesse:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon1208194.jpg

 

Para ver uma gravura do Convento de S. Antonio e Igreja dos Terceiros de S. Franco da Penitencia”, acesse:

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon1416922/icon1416922.jpg