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Guerra do Paraguai

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Almirante Tamandaré

Joaquim Marques Lisboa (1807-1897)

Patrono da Marinha de Guerra do Brasil. Filho de um capitão de milícias, desde pequeno viajava, atento às manobras dos barcos e às práticas de navegação.

Depois de proclamada a independência, quando da organização da Marinha empreendida por D. Pedro I, alistou-se como voluntário e, aos 15 anos, embarcou como praticante de piloto na fragata Niterói, sob o comando do almirante João Taylor. Participou da luta contra o general Inácio Luís Madeira de Melo na Bahia e da perseguição da esquadra portuguesa até a foz do rio Tejo.

Ingressou na Academia dos Guardas-Marinhas, mas abandonou-a em 1824, com a deflagração, em Pernambuco, da revolução que precederia a Confederação do Equador, para participar dos combates sob o comando de Lord Cochrane. Retornou em seguida à Academia e logo depois, em 1826, graças à recomendação do almirante Taylor, foi efetivado como segundo-tenente e removido para as guerras do sul.

Teve atuação destacada em todas as ações importantes da Marinha no plano interno, como o levante da setembrada, em 1831, e os motins do ano seguinte em prol da restauração de D. Pedro I, em Pernambuco; a cabanagem, em 1835-1836, no Pará; a sabinada, em 1837, na Bahia; a revolução farroupilha, em 1838, no Rio Grande do Sul. Essa última missão, contudo, não lhe agradava, por ser uma luta que envolvia conterrâneos seus. Solicitou e obteve exoneração, mas seu afastamento durou pouco: logo voltaria à atividade, em 1839, no comando da repressão à balaiada, no Maranhão, em colaboração com as forças terrestres do duque de Caxias.

Em 1850, D. Pedro II agraciou-o com o título de barão. Comandante das forças navais do Prata em 1864, ordenou o bloqueio do rio Uruguai e ocupou os portos de Salto, no Uruguai, e Paissandu PR, de onde desceu para Montevidéu, então sob o poder do general Venâncio Flores, aliado do Brasil. Ao irromper a guerra da Tríplice Aliança, determinou o bloqueio do rio Paraguai. Assistiu, em companhia de D. Pedro II, à rendição de Uruguaiana em 1865. Comandou a vitoriosa esquadra brasileira em Riachuelo, batalha que, entre outras tantas memoráveis, lhe daria as maiores glórias.

Promovido a almirante em 1867, exonerou-se do comando da esquadra. Ao completar oitenta anos, recebeu o título de conde e, em 1888, o de marquês. Grande amigo de D. Pedro II, na proclamação da república entristeceu-se com a deposição do monarca, de quem foi despedir-se no caminho para o exílio. Dois meses depois pediu reforma, mas permaneceu no cargo de ministro do Supremo Tribunal Militar, do qual exonerou-se poucos dias antes de morrer, no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1897. No dia de seu nascimento, 13 de dezembro, comemora-se o dia do marinheiro.

Fonte: https://www.mar.mil.br/menu_h/noticias/dia_marinheiro/13dez2005/biografia_tamandare.htm

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