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A Escola: litterario e recreativo

por Maria Ione Caser da Costa

Lançado em Penedo, uma cidade alagoana situada ao sul do estado, margeando o Rio São Francisco, em 15 de junho de 1910, A Escola foi um periódico que trazia o subtítulo de litterario e recreativo, e era órgão do “Externato José Batinga”. Ulysses Batinga, um dos filhos ilustres penedenses, era o diretor do externato, além de também ser poeta, cronista e professor. De acordo com informações de Francisco Reinaldo Amorim de Barros no ABC das Alagoas: dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico das Alagoas, a revista foi fundada e redigida por Dario Gomes, Roberto Costa e outros.


O diretor assina o primeiro editorial apresentando, para o leitor, em nome dos editores o ideal e a pretensão do periódico:


Educar a alma da mocidade penedense, preparal-a para os fortes embates da vida, para as supremas conquistas da Luz; temperar-lhe o caracter; emancipal-a de toda a sorte de preconceitos perniciosos e obsoletos; falar-lhes de uma sociedade melhor, a do futuro, assentada sobre bases solidas, seguras escorreitas dessas monstruosidades q’ as sociedades hodiernas abortam; incutir-lhe no coração o amor abnegado e sincero da Justiça e da Verdade, enfim, todos os pórticos que dão para a vida commum para c’ Ella possa seguir, sinão perfeita, pelo menos, já a passos largos e firmes na ampla estrada da Perfeição.


Com quatro páginas, o exemplar se apresenta com diagramação em três colunas, utilizando fios e alguns ornamentos que funcionam como recurso para a orientação da leitura. A última página é montada em duas colunas, também separadas por um fio, onde podiam ser encontradas várias propagandas de colégios e externatos da região,  proporcionando ao leitor, tomar conhecimento das disponibilidades pertinentes a cada um. Entre elas aparece a propaganda do próprio Externato José Batinga, que se situava na Rua do Rosário, 23. Entre as vantagens da escola estava listada o uso do método americano de ensino intuitivo, elaborado por Norman A. Calkins para o ensino da leitura.  Entre uma das vantagens do método aparecia a de sua tradução para a língua portuguesa, ser atribuída a Rui Barbosa em 1881.


A Escola trazia em suas páginas notícias e crônicas e contava com os seguintes colaboradores: Ulysses Batinga, Osmar Gomes, Rodrigo Lyra, Mario Rêgo, José Octacilio, José Melchiades de Lima, Aureliano Lessa, Luis Gama, Murilo Silva, Luis Martins, Americo Medeiros e Julio de Sant’Anna.

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