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A Phalena: jornal critico, litterario e recreativo

por Maria Ione Caser da Costa

Com redação à rua Gonçalves Dias 28, surgia no Rio de Janeiro, a 14 de janeiro de 1882 A Phalena, que levava o subtítulo de jornal critico, litterario e recreativo. Impresso semanalmente pela Typographia Economica estabelecida na rua Gonçalves Dias nº 28. Francisco José da Cruz Gomes aparece como redator chefe, tendo por companheiro de redação, na função de gerente, Alexandre José Meira. Seria no número 6, publicado em 25 de fevereiro de 1882, último da coleção encontrada na Biblioteca Nacional, que apresentaria a informação de que o periódico era de propriedade de Meira & Costa.


A coleção da Biblioteca Nacional é composta por cinco exemplares, sendo que a edição de número 5 não existe. Os exemplares eram vendidos ao preço de 40 réis cada. O valor das assinaturas anual, semestral e trimestral para a Corte era de  2$000, 1$000 e $500. Nas Províncias o valor cobrado era de 3$000, 2$000 e 1$000 respectivamente. Solicitava-se o pagamento adiantado.


O periódico era composto em quatro páginas, com os textos impressos em duas colunas. A separação das matérias, artigos e poemas era feita por fios duplos ou simples. Não havia ilustrações.


O editorial de lançamento d’A Phalena pedia a benevolência do público para seguir no caminho escolhido por seus idealizadores:


No vasto mundo do jornalismo apparece hoje mais este pequenino atomo que, se por acaso for bem acolhido pela opinião publica, pode´ra ainda algum dia, tornar-se um colosso.


Não queremos dizer com isto que, pelo simples motivo d’uma acceitação favoravel, tentemos, d’um momento para outro elevar-nos como o condor dos Andes, ás alturas infinitas; não.


Primeiro procuraremos consolidar-nos e depois, quando tudo estiver nos seus devidos eixos empregaremos solicita e acertadamente tudo quanto a pratica nos for indicando como razoável e próprio para a realisação do fim a que nos propomos, na certeza de que não é o interesse pecuniário que nos faz dar este passo; apesar de estarmos plenamente convencidos de que elle preside á todas as publicações jornalísticas. [...]


Sendo o nosso único objectivo, instruir, recreando, e querendo nós proporcionar a nossos leitores uma leitura amena e agradável, franquearemos, seguindo o exemplo do Globo illustrado as columnas d’este modesto periódico, a todos os homens de letras que nos queiram honrar com seus escriptos.


Na revista escreveram Eugenio de Carvalho, Eduardo J. M. Carvalho, Flavio Daréna, C. Gomes, Eugenio Guilherme de Magalhães Carvalho, Alfredo Magalhães, Gabriel da Rosa, M. Parahibuna dos Reis, Sá d’Albergaria, Alvares de Azevedo (1831-1852), Zulmira de Sá dentre outros. Como apontado no primeiro editorial, seus editores aceitavam contribuições dos “homens de letras”, conhecidos ou não.


Em caso relatado no exemplar de número seis, editado em 25 de fevereiro de 1882, sob o título Desaggravo, seus  editores informam que foram vítimas do logro de um mal intencionado: “foi o caso que o Sr. Luiz José de Brum, com a maior desfaçatez e cynismo possiveis,  copiou, textual e integralmente, a inspiração da poesia Berço e Tumulo, do chorado poeta Casimiro de Abreu, e, sobscriptando-a, nol-a mandou como produção de sua lavra”.


A Phalena publicou poemas, folhetins e crônicas, com seções destinadas ao entretenimento como charadas e enigmas.

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