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TECER - CRIAÇÃO DO REINO DO BRASIL

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TECER - CRIAÇÃO DO REINO DO BRASIL

A elevação do Brasil à sede oficial do Reino Unido teria recebido um incentivo da França. No mesmo ano de sua criação, o Príncipe de Talleyrand, plenipotenciário francês no Congresso de Viena, declara: “Convém a Portugal e convém mesmo à Europa toda (...) o enlace entre nossas Possessões europeias e americanas. (...), eu consideraria como uma fortuna que se estreitasse por todos os meios possíveis o nexo entre Portugal e o Brasil; devendo este país, para lisonjear os seus Povos, para destruir a ideia de Colônia, que tanto lhes desagrada, receber o Título de Reino, e o vosso Soberano ser Rei do Reino Unido de Portugal e do Brasil”. Para acompanhar os acontecimentos, Talleyrand enviaria o seu secretário e músico particular, Sigismund Neukomm.

Uma proposta que ia ao encontro do projeto de Antônio de Araújo e Azevedo, feito Conde da Barca em 27 de dezembro de 1815, cujo título tanto poderia se referir a freguesia de Ponte da Barca, como o embarque da Corte portuguesa para a criação de um reino no Novo Mundo.

Chefe do partido francês, Barca era mais simpático à causa americana, abertamente favorável ao Brasil, fazendo-se sentir a influência do abade Raynal, autor do antes proibido de Des colonies et de la révolution, mas logo traduzido para o português.

Coube ao francês Jean-Baptiste Debret desenhar o novo brasão, que unia a dourada esfera armilar brasileira às quinas e castelos de Portugal e Algarves.