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O acervo original da Biblioteca Nacional é resultante da Livraria organizada por D. José I, para substituir a Real Biblioteca, destruída por incêndio provocado pelo terremoto de Lisboa, em 1755. A partir deste núcleo inicial, novas coleções de inquestionável riqueza e importância foram se somando a este precioso acervo, incluindo a valiosa coleção de fotografias doada pelo Imperador Pedro II à instituição, além de muitas outras. De Camões podemos destacar entre cerca de 700 exemplares de sua autoria, entre eles a primeira e a segunda edições de Os Lusíadas e cerca de 300 edições e estudos dos séculos XVI ao XX, em diversos idiomas como latim de 1622, em espanhol de 1580 e dinamarquês de 1828-30. Nosso acervo conta ainda com edições de Rimas, Rhytimas, Obras completas, além de diversas gravuras e desenhos, dos séculos XVI ao XIX, retratando e homenageando o autor e sua obra.
As celebrações camonianas da Biblioteca Nacional, realizadas desde 1880, perseguem um viés inabalável: Camões não pára de crescer. Um compromisso inegociável de expansão, que não distingue tempo e latitude. Apenas o recorte temporal, certos cortes ideológicos, variantes textuais. Toda uma estética da recepção.
Nenhum fantasma cessa de aumentar, enquanto a poesia segue altiva e soberana, aberta, inspiradora. Assim, impõe-se a cada mostra, a vertigem da lista, a coleção dos livros que abordam Camões, para medir seu processo vital, seus renovados estudos, a lealdade dos leitores.
Olhar severo e generoso, voltado a seus escritos – a um só tempo frio e apaixonado, meticuloso e radical, simbólico e literal, centrado e disperso, nos limites da história e não somente, na superfície e em meio às entrelinhas.
Camões passou a metáfora, livre e autônoma. E realiza, a partir dela, uma leitura de Brasil: da língua que se escreve sobre o mar, do canto que se espraia no sertão, entre florestas e alagados. Tão vivo e próximo do imaginário brasileiro. Nossa camoniana dará, muito em breve, seu testemunho.
As palavras de Jorge de Sena, pronunciadas na cidade da Guarda, em 1977, não perderam seu frescor, em torno da figura de Camões:
As celebrações camonianas da Biblioteca Nacional, realizadas desde 1880, perseguem um viés inabalável: Camões não pára de crescer. Um compromisso inegociável de expansão, que não distingue tempo e latitude. Apenas o recorte temporal, certos cortes ideológicos, variantes textuais. Toda uma estética da recepção.
Nenhum fantasma cessa de aumentar, enquanto a poesia segue altiva e soberana, aberta, inspiradora. Assim, impõe-se a cada mostra, a vertigem da lista, a coleção dos livros que abordam Camões, para medir seu processo vital, seus renovados estudos, a lealdade dos leitores.
Olhar severo e generoso, voltado a seus escritos – a um só tempo frio e apaixonado, meticuloso e radical, simbólico e literal, centrado e disperso, nos limites da história e não somente, na superfície e em meio às entrelinhas.
Camões passou a metáfora, livre e autônoma. E realiza, a partir dela, uma leitura de Brasil: da língua que se escreve sobre o mar, do canto que se espraia no sertão, entre florestas e alagados. Tão vivo e próximo do imaginário brasileiro. Nossa camoniana dará, muito em breve, seu testemunho.
As palavras de Jorge de Sena, pronunciadas na cidade da Guarda, em 1977, não perderam seu frescor, em torno da figura de Camões:
“Leiam-no e amem-no: na sua epopeia, nas suas líricas, no seu teatro tão importante, nas suas cartas tão descaradamente divertidas. E lendo-o e amando-o, aprendereis a conhecer quem sois aqui e no largo mundo, agora e sempre, e com os olhos postos na claridade deslumbrante da liberdade e da justiça”.Compromisso de leitura. Sentimento do mundo. Esse, o Camões que lemos e nos lê. Tão coletivo. E singular.
Marco Lucchesi
PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL