Segundo Ato - Os Protagonistas e seus Figurinos
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Segundo Ato - Os Protagonistas e seus Figurinos


Figura 30: Debret Grand Costume.
THIERRY FRÈRES. Grand Costume. Paris [França]: FirminDidot Frères, 1839. 1grav, litografia, col, 33,2 x 24,3cm em f. 52,6 x 34,6.
Os figurinos desenhados por Debret buscavam uma modernidade em nada semelhante à pompa absolutista anacrônica e deslocada dos atavios de pele de arminho que Dom João VI, à maneira de Luís IV, ostentara quando foi aclamado em 1818, nos trópicos. O poncho, decorado com a plumagem amarela dos galos-da-serra, pássaros que pertenciam ao acervo do Museu Nacional e que foram por ordem de José Bonifácio depenados para a o traje da ocasião, assim como as botas, dotam o primeiro Imperador de um viril de libertador.
Por outro lado, a pompa e a liturgia do cargo tinham por objetivo transformar o monarca em um avatar do próprio Estado. Na representação dos duas Aclamações, a do Rei e a do Imperador do Brasil, fica evidente a busca em separar, para empregar a expressão de Ernst H. Kantorowicz, os dois corpos do rei, o corpo que simboliza o Estado do corpo biológico.
As representações do monarca buscam ao mesmo tempo a afirmação do corpo político e sua representação na liturgia do cargo separada de seu corpo natural, não importando se o rei era gordo, feio ou sofria de incontinências, e a sua inserção no espetáculo da monarquia. Os acontecimentos políticos deveriam ser apresentados como uma ópera capaz de emocionar e provocar seu culto em seus súditos, sua plateia política. É a transformação de um indivíduo mortal numa instituição que transcendesse o próprio tempo, emanando autoridade e carisma investidos na majestade um único indivíduo.
Ao redor dessa majestade, era preciso encenar uma sociedade do espetáculo de figuras a serem cultuadas, envoltas em aparatos que as alienava enquanto plateia, desejando motivar nela uma ascensão emocional. O espetáculo é uma forma de dominação da burguesia sobre o proletariado e do espetáculo, sua lógica e sua história, sobre todos os membros da sociedade. Ao tomar emprestado o termo de Guy Debordes, buscou-se as imagens que se mostravam capazes de desenvolver a ideia do espetáculo, enquanto um pathos político que deveria ser impregnado em sua mágica de fetiches e tabus: o monarca nunca pode estar nu.
Segundo Debret: “O Imperador usava seu grande uniforme anualmente na abertura das câmaras e, de acordo com o cerimonial adotado, pronunciava seus discursos com a coroa na cabeça.”





THIERRY FRÈRES. Monument et convoi funèbres de l'Impératrice Léopoldine : à Rio de Janeiro. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839.
REGALIA

Figura 36: Debret Cetro e Coroa de D. Pedro I.

Figura 37: Debret Manto imperial do Brasil (com as plumas do Museu Nacional).


Figura 38: Debret Ordres brésiliens. THIERRY FRÈRES. Ordres brésiliens. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 37 x 23,3cm em f. 52,6 x 34,6.

Figura 39: Debret O Imperador com um camareiro e de um primeiro assistente pessoal.
THIERRY FRÈRES. L'Empereursuivid'umchambellanet d'un premier valet de chambre. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1grav, litografia, col, 29,1 x 23,4cm em f. 52,6 x 34,6.



Figura 41: Debret Traje da Corte Imperial no dia da Aclamação – 12 de outubro de 1822.
Debret Costume de la Cour Imperiale au jour de l’Acclamation 12 Octobre 1822. THIERRY FRÈRES. Costume des dames du palais. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 28,1 x 22,2cm em f. 52,6 x 34,6.

THIERRY FRÈRES. Garde d’Honneur de l’Empereur.. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 30,8 x 23,6cm em f. 52,6 x 34,6.