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A marginalização do samba

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A marginalização do samba

O samba foi, desde seu nascimento, perseguido e marginalizado. Cantado por descendentes de escravos, cresceu na chamada "Pequena África", região localizada, no Rio de Janeiro, entre os bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e Pedra do Sal e que abrigava terreiros de candomblé, onde, depois dos cultos, eram formadas rodas.


Por ter a marca da estética negra e ser uma manifestação cultural da classe trabalhadora, que expressava seu modo de vida e sua visão de mundo, o samba carioca da Primeira República foi duramente perseguido pela grande imprensa e pela polícia.


Os primeiros relatos em jornais sobre o tema surgem no início do século XX e, em sua ampla maioria, são cartas de leitores aos diários denunciando as rodas. Segundo esses leitores, nos sambas reuniam-se negros capoeiristas e arruaceiros que cantavam até o amanhecer acabando muitas vezes em confusão com consequências graves. Estas cartas publicadas na seção de “reclamações” dos jornais buscavam atingir as autoridades policiais da região onde o “crime” fora cometido e pediam providências.