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CICLO V: Crítica dantesca

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CICLO V: Crítica dantesca


A exposição destaca alguns estudos críticos fundamentais para uma leitura diferida da obra de Dante Alighieri, como é o caso da tese sobre De vulgari eloquentia, apresentada por Gian Pietro Ricci durante o concurso para obter o cargo de professor de língua italiana no Colégio Pedro II, em 1921, ou seja, no mesmo ano das comemorações do sexto centenário de Dante, ou o estudo deslocado de Luís Câmara Cascudo, cujo gesto evidenciava a necessidade de ler a diversidade das culturas populares brasileiras em contato com o outro. Assim, a mostra ressalta, ao mesmo tempo, a figura de Dante como figura “topológica” – como no caso de sua importância no instante do Ressurgimento italiano – e também como figura “tropológica”– que translada os sentidos, ampliando os espaços de leitura para outras culturas.


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RICCI, Gian Pietro. “De vulgari eloquentia”, de Dante, contribuição crítica para a sua interpretação. Rio de Janeiro, 1921.
Tese apresentada por Gian Pietro Ricci durante a realização do concurso para a cadeira de língua italiana no Colégio Pedro II, em 15 de janeiro de 1921. Ricci oferece uma cópia de sua tese à Biblioteca Nacional no mesmo ano, ou seja, em 1921, momento no qual ocorreram as primeiras homenagens ao sexto centenário do poeta, na capital carioca.

CASCUDO, Luís da Câmara. Dante Alighieri e a tradição popular no Brasil. Natal: Fundação José Augusto, 1979.
Esta segunda edição da obra de Câmara Cascudo traz um prefácio escrito por Franco M. Jasiello. Percorrendo a Divina Comédia, Vida Nova e Convívio, Câmara Cascudo procura estabelecer relações com as crenças e costumes do povo brasileiro. Edição publicada pela Fundação José Augusto, em 1979, em Natal. A primeira edição é de 1963, publicada pela PUC de Porto Alegre.

STERZI, Eduardo. Por que ler Dante. São Paulo: Globo, 2008.
O estudo de Sterzi traz um interessantíssimo retrato de Dante, passando por fatos decisivos da vida literária e política do poeta. Traz também, uma série muito rica de estudos críticos das obras dantescas, assim como informações sobre estudos e traduções realizadas no Brasil, oferecendo ao leitor a possibilidade de ampliar seus conhecimentos e pesquisas sobre o autor da Divina Comédia.

LUCCHESI, Marco. A paixão do infinito. Niterói: Clube de Leitura Cromos, 1994.
A edição inclui a Teologia Mística de Dionísio Areopagita. Trata-se de uma parte da dissertação de mestrado do autor, escrita aos 24 anos de idade, assim como de sua tese de doutorado, escrita aos 26 anos. Sua primeira publicação Breve introdução ao Inferno de Dante foi realizada quando o autor tinha 19 anos. O livro é dedicado a Nise da Silveira, “profunda estudiosa que rege a luz em Dante e em Bosch.” A edição traz uma introdução de Antônio Carlos Villaça (1928-2005), escrita em 1992.

LUCCHESI, Marco. Breve iniciação ao Inferno de Dante: poesia e teologia. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 1986.
A edição traz uma dedicatória do autor ao professor Álvaro Antunes, e um prefácio escritor por José Inaldo Alonso, o qual não deixa de ressaltar, visto que é um estudo singular, que “a formação humanística e o acervo de erudição de Marco Lucchesi estão muito além de sua idade, 21 anos. E o livro foi escrito aos 19”.

LUCCHESI, Marco. Nove cartas sobre A Divina Comédia: navegações pela obra clássica de Dante. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/ Fundação Biblioteca Nacional, 2013.
Segundo o autor, o livro é “uma declaração de amor [à Divina Comédia] e, portanto, exige a forma epistolar”. A edição traz uma “pequena iconografia da Divina Comédia” chamada “Divinas Imagens”, cuja seleção e cujos comentários foram feitos por Victor Burton, designer com intensa atuação em diversas editoras nacionais, vencedor de alguns prêmios Jabutis por melhores capas.

PHILLIPS, Tom (1937-). Dante’s inferno/ transled, ilustred, designed and published by Tom Phillips. Londo: Talfourd Press, 1983.
Capa da edição limitada e privada do Inferno de Dante. Tom Phillips foi o próprio tradutor do poema e o ilustrador das gravuras. Essas são o resultado de pinturas, colagens e desenhos a partir de páginas de livros existentes, por vezes dobradas em diversas formas. A fusão da arte visual com conteúdo textual é a marca registrada do trabalho de Phillips aplicada também em outras obras literárias.

AMADOR – legenda acima.

Tradução de D. Pedro – legenda acima.

ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia. Tradução Barão da Villa da Barra, ilustrações de Jean-Édouard Dargent, dito Yan' Dargent (1824 – 1899). Rio de Janeiro- Paris: H. Garnier, 1908.
A imagem refere-se ao gigante Anteo, que Dante encontra no canto XXXI do Inferno, entre outros gigantes punidos por terem se opostos a Deus. Com a força das mãos que tinham lutado contra Hércules, Anteo levanta Dante e Virgílio para colocá-los no último patamar do Inferno (vv.131-135). Na maneira de retratar o corpo nu do gigante é possível constatar o aspeto ingênuo, naturalista, realista, anedótico que caracteriza a linguagem gráfica e litográfica de Yan D’Argent.

CAMPOS, Haroldo de. Pedra e luz na poesia de Dante. Apresentação de Andrea Lombardi. Rio de Janeiro: Imago, 1998.
A edição reúne três conjuntos de traduções e ensaios: as Rimas Pedrosas, seis cantos do Paraíso e sonetos de Dante, Guido Cavalcanti e Guido Guinizzelli.