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Positivistas

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Positivistas


Juan Gutierrez

Juan Gutierrez de Padilla, nascido na Espanha e naturalizado brasileiro, foi um dos precursores da nossa fotografia jornalística. Republicano, realizou em 1894 o mais completo e célebre trabalho de documentação fotográfica da Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, em trabalho comissionado pelo Exército.

Mais à frente, por ocasião do conflito na Bahia, incorporou-se como ajudante-de-ordens do general João da Silva Barbosa, comandante da primeira coluna da quarta expedição. Desembarcou no porto de Salvador no dia 2 de abril de 1897 e foi o primeiro fotógrafo a chegar em Canudos. Capitão honorário, acredita-se que tenha ido como correspondente do jornal O País.

Juan Gutierrez foi morto no conflito, em 28 de junho daquele ano. Em 14 de julho, O País estampou em sua primeira página o rosto de Juan Gutierrez, numa rara ilustração. No capítulo IV da parte referente à quarta expedição, em Os sertões, Euclides da Cunha registrou, também, o trágico acontecimento, mencionando “Gutierrez, oficial honorário, um artista que fora até lá atraído pela estética sombria das batalhas. ”

Infelizmente não se conhece qualquer fotografia de sua autoria que tenha sido preservada, seja da viagem ou do teatro das operações. Flávio de Barros, que produziu diversas fotografias de Canudos (vistas na presente exposição) somente chegou a local em setembro, pouco antes do desfecho do conflito.


Benjamin Constant Botelho de Magalhães (1836-1891)

Filho de um oficial português, Benjamin Constant nasceu numa família de poucos recursos. Seu nome é em homenagem ao escritor constitucionalista francês.

Ainda jovem, Benjamin Constant entrou para a Escola Militar do Rio de Janeiro. Participou da Guerra do Paraguai. Adepto das ideias de Auguste Comte, criou a doutrina do “soldado-cidadão”, com base nas suas convicções republicanas. Positivista não ortodoxo, exerceu grande influência sobre as escolas militares no Rio de Janeiro. Era considerado o mentor da juventude militar.

Benjamin Constant atuou ao lado de Deodoro e Floriano nos acontecimentos do dia 15 de novembro. Tornou-se ministro da guerra do novo governo.


Miguel de Lemos (1854-1917)

Foi um filósofo brasileiro seguidor das ideias positivistas de Auguste Comte. Filho de oficial reformado da Marinha, Miguel de Lemos é nascido nos estratos das classes médias urbanas do Rio de Janeiro. Estudou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde aderiu ao positivismo. Foi funcionário da Biblioteca Nacional.

Fundou em 1876 a Sociedade Brasileira Positivista ao lado de Teixeira Mendes e Benjamin Constant. Lemos viveu em Paris onde conheceu os principais discípulos de Comte. De volta ao Rio de Janeiro, iniciou uma enérgica ação política se identificando com a corrente mais radicalizada do positivismo, na defesa das causas abolicionista e republicana, assim como dos direitos trabalhistas. Fundou em 1881 a Igreja Positivista do Brasil, de onde exerceu a ortodoxia religiosa e ritualística do comtismo tardio.


Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927)

Foi matemático e filósofo brasileiro adepto do positivismo de Auguste Comte. Nascido nos estratos sociais médios do Rio de Janeiro, Teixeira Mendes cursou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se filiou ao ideário positivista. Defendeu a abolição da escravatura e a instalação do regime republicano. Ao lado de Miguel de Lemos, foi fundador da Igreja Positivista do Brasil, onde exerceu vigorosa atuação apostólica e política.

Foi autor do projeto da bandeira nacional da República, em que o brasão imperial é substituído pela divisa Ordem e Progresso, de inspiração comteana.