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Estima-se que existam mais de 70 mil brasileiros descendentes de irlandeses residindo principalmente nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

O Dicionário das Famílias Brasileiras (1999-2001), de Antônio Henrique Bueno e Carlos Eduardo Barata (eds.), lista cerca de dezoito famílias brasileiras de ascendência irlandesa desde o século XVIII: Archer, Browne, Colvill, Darcy, Dwyer, Fella, Hayden, Maxwell, O’Brien, O’Connor, O’Grady, O’Hanlon, O’Kane, O’Leary, O’Reilly e Rohan, duas das quais são notáveis – Belfort e Whitaker.

William (Guilherme) Whitaker (1794-1856) deixou numerosos e ilustres descendentes, entre eles José Maria Whitaker, que se tornou presidente do Banco do Brasil em 1920.

Lourenço (Lancelot) Belfort (1708-c.1777) foi um empresário irlandês que enriqueceu cultivando lavoura e criando gado em sua propriedade no Maranhão. Em 1756, construiu um sobrado em São Luís, o Solar dos Belfort, que existe até hoje, após restauração em 2015. Ele também construiu uma capela em homenagem a São Patrício em 1769. O Município de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, deriva seu nome de um de seus descendentes, Raimundo Teixeira Belfort Roxo.

John Joaquim Fleming (1773-1849) foi um bem-sucedido imigrante irlandês que participou de um movimento revolucionário em São Paulo (junho-julho de 1842). Seus descendentes incluem Francisco de Almeida Fleming (1900-1999), que foi pioneiro do cinema brasileiro em Pouso Alegre (MG) aos 18 anos, e Thiers Fleming (1880-1971), que possuía a patente de Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil e recebeu a comenda “Ordem do Mérito Naval” em 1952. Hoje, a família Fleming soma cerca de 5000 pessoas!

Brasileiros de ascendência irlandesa conhecidos incluem Lorena Simpson, de Manaus (ascendência portuguesa/irlandesa) – cantora, dançarina e compositora; Cintia Dicker (ascendência alemã/irlandesa) – modelo e atriz; Prof. Dr. José Roberto O’Shea – Professor Titular da UFSC, shakespeariano e tradutor, inclusive de James Joyce; e os irmãos Haroldo de Campos, in memoriam, escritor, tradutor, crítico e coorganizador de várias comemorações do Bloomsday em São Paulo, e Augusto de Campos, escritor, tradutor e crítico – ambos tradutores de Joyce e orgulhosos de sua linhagem materna irlandesa de Galway.