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João do Rio

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João do Rio



O cidadão João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto nasceu em 5 de agosto de 1881, no Rio de Janeiro. Jornalista, cronista, contista e teatrólogo, ele personificou o homem da Belle Époque tropical, com suas peculiaridades e idiossincrasias. O epíteto João do Rio, sob o qual ficou conhecido, é bem adequado para quem amou e foi amado pela cidade onde nasceu e viveu.

Desde a adolescência, ele freqüentou as redações da Cidade do Rio, Gazeta de Notícias, O Paiz e A Pátria. Com o tempo, consagrou-se como o maior jornalista de uma época em que não faltaram grandes nomes escrevendo na imprensa diária. Usou vários pseudônimos, além daquele definitivo: Godofredo Alencar, Claude, Caran d’Ache, Joe, José Antônio José.

João do Rio é considerado o primeiro jornalista brasileiro a ter o senso da reportagem moderna. Sua preocupação não esteve apenas nos acontecimentos tradicionalmente cobertos pela imprensa — as fofocas mundanas e políticas, os fatos dos gabinetes e as decisões governamentais. Suas reportagens revelavam os acontecimentos e movimentos que se mantinham fora do olhar apressado e do bate-boca diário. Quando aborda um assunto, ele não o mostra apenas do ponto de vista de um olhar que o transeunte da avenida lança sobre este ou aquele fato ou situação. A cada reportagem seus leitores percorrem ruas e praças, entram em lupanares e em casas burguesas para, daqueles locais, se confrontarem com as cenas de prostituição, os acontecimentos secretos dos grandes bailes da alta-sociedade, os cultos da macumba ou da igreja anglicana, uma brincadeira de criança ou o flagrante de um viciado.

Além da ficção que escreveu, seu trabalho para os jornais também se transforma em livros, unidos por um único tema — como As religiões no Rio (1904) e Momento literário (1907) — ou ligados pelo grande cenário que era para ele a sua cidade — como Cinematógrafo, crônicas (1909) e Vida vertiginosa (1911).

João do Rio faleceu em 23 de junho de 1921, aos 39 anos.