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Biblioteconomia | Convite: um documento atemporal

10 set 2021

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Durante a nossa vida muitos são os documentos que produzimos, recebemos e acumulamos. Alguns documentos são oficiais, que todos os cidadãos brasileiros deveriam ter, como certidão de nascimento, documento nacional de identificação civil, mais conhecido como RG, o título de eleitor. Quando saímos do escopo dos documentos oficiais, uma espécie documental nos chama atenção, o convite. O convite já foi ou ainda é associado à demonstração de carinho, de reconhecimento, de seleção social e afetividade.

O ato de convidar e de ser convidado está presente na sociedade nas mais diversas situações e configurações sociais, seja no âmbito profissional ou institucional. O convite de caráter pessoal é comum para aniversários, casamentos, celebrações religiosas, reuniões políticas e sindicais. Já no âmbito institucional os convites estão relacionados a inaugurações, celebrações e datas festivas, festas de final de ano, eventos culturais, confraternizações. Os convites também são estendidos a situações que não de celebração, como sepultamentos e missa de sétimo dia.

O convite, espécie documental que se desdobra em uma infinidade de tipologias documentais apresenta e acompanha as diferentes fases e transformações de nossa sociedade. A forma de entrega ou envio, além de presencial muitas outras são possíveis. No século XIX os convites chegavam a cavalo, por mensageiro, através de cartas. Já no século XX as cartas permaneceram e foram somados os telegramas, fax e ligações. Atualmente, temos os envios virtuais, através de aplicativos de mensagens e plataformas.

No início do século XX até o final da década de 80, onde o hábito já vinha perdendo força, muitos convites eram feitos nos jornais de grande circulação. Em especial, os convites de grandes empresas e as notificações de óbito com as informações sobre o sepultamento e a missa de sétimo dia. Neste caso, embora nem sempre o verbo convidar fosse explicitado, as informações ali encontradas convidavam aqueles que conheciam o falecido ou sua família para que comparecessem à despedida. Embora o formato e o tipo dos eventos estejam mudando, o ato de convidar permanece presente em nosso meio e certamente em poucos anos teremos novas formas de convidar!

O convite em destaque, “O padre” é uma gravura custodiada pela Seção de Iconografia. A imagem da década 60 ilustra o convite para a Exposição de Xilogravura de: Isa Aderne Vieira que ocorreu no Salão do Pequeno Quadro em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Convite de Casamento [Convite a Arthur Ramos, para o casamento de Darcilio Nobre Ramos e Maria Raphaela.] 

Correio da Manhã, 1921, comunicados de falecimentos e missa de sétimo dia.