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12 de julho | Nascimento de Amedeo Modigliani

12 jul 2020

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e marcado com as tags Arte Moderna, Modigliani

Amedeo Clemente Modigliani foi um pintor, escultor e desenhista italiano, nascido em Livorno em 12 de julho de 1884 em uma família judaica. Inserido no mundo das artes ainda criança por influência do avô materno, começou a pintar aos 14 anos no estúdio de Guglielmo Micheli em Livorno, recebendo ali sua primeira instrução artística formal. Mais tarde frequentou a Scuola Libera del Nudo de Florença e de Veneza.

Em 1906 mudou-se para Paris, efervescente centro cultural da época, estabelecendo-se inicialmente em Montmartre e depois em Montparnasse. Em Paris viveu o período das grandes vanguardas artísticas do início do século XX, assimilando-as sem se ligar oficialmente a nenhuma delas. Conheceu muitos artistas e escritores, entre eles o escultor romeno Constantin Brancusi, que o inspirou a dedicar-se quase que exclusivamente à escultura entre 1909 e 1914.

Paul Alexandre, médico francês, foi seu primeiro patrono e colecionador de suas obras. Paul Guillaume, galerista francês, ajudou a divulgar a obra de Modigliani incluindo-a em várias exposições coletivas. Léopold Zborowski, poeta polonês, tornou-se seu marchand e foi amigo e protetor do artista nos anos finais de sua vida. Foi Zborowski quem organizou a única exposição individual de Modigliani em 1917, na Galerie Berthe Weill em Paris, fechada pela polícia no dia da inauguração pela “obscenidade” dos nus femininos.

Chamado de ‘Modi’, um trocadilho entre seu sobrenome e a expressão em francês ‘peintre maudit’ (pintor maldito), o artista de saúde frágil levou uma vida de pobreza e de excessos, de boemia, vícios e relações amorosas tempestuosas. Faleceu aos 35 anos em decorrência de meningite tuberculosa em 24 de janeiro de 1920.

O ser humano foi o tema recorrente de sua obra, estudado através do desenho, pintura e escultura. Considerava o rosto humano a suprema criação da natureza e dedicou-se essencialmente ao retrato e ao nu. Alguns retratos rápidos Modigliani executou em troca de refeições, moedas ou bebidas; vendeu várias obras em vida, mas obteve fama postumamente. No Brasil, algumas de suas pinturas fazem parte do acervo dos Museus Castro Maya, Museu de Arte de São Paulo – MASP e Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC USP, onde se encontra seu único autorretrato em pintura.

Amedeo Modigliani

Sugestões de links para o acervo:

“Um que sabia”, crônica de Carlos Drummond de Andrade sobre Wasth Rodrigues, amigo de Modigliani em Paris, de quem ganhou certos quadros, “infelizmente perdidos”.

“O amigo de Modigliani”, na coluna de Rubem Braga na Revista Nacional (Jornal do Commercio).

“Modigliani – ou o inesgotável na Pintura”, artigo em que Geraldo Ferraz reproduz o depoimento do pintor Wasth Rodrigues, “único de dois brasileiros a conhecerem Modigliani”.