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200 da Independência | 21 de agosto, falecimento de Maria Quitéria

21 ago 2022

Artigo arquivado em 200 anos da Independência
e marcado com as tags Bicentenario da Independencia, Exército Pacificador, Maria Quitéria, Voluntários do Príncipe

Maria Quitéria de Jesus nasceu em Feira de Santana, na Bahia. Sua data de nascimento exata é controversa, mas registros apontam o ano de 1792. Era a filha mais velha de Gonçalo Alves de Almeida e de Quitéria Maria de Jesus. Quando se iniciou o movimento de independência do Brasil, Maria Quitéria vivia com o pai, madrasta e irmãos na fazenda da Serra da Agulha, freguesia de São José das Itapororocas (hoje um distrito de Feira de Santana, rebatizado com o nome da heroína da independência).

Em setembro de 1822, apresentou-se na fazenda um emissário da junta de governo, recrutando voluntários para os batalhões que lutavam contra os portugueses no Recôncavo Baiano. Falando a Gonçalo durante o jantar, elevou louvores ao imperador D. Pedro e criticou a tirania de Portugal sobre o Brasil. Expôs os benefícios que a independência traria à nação. Maria Quitéria foi conquistada pelo discurso do emissário. Dirigiu-se à casa da irmã Josefa, que lhe emprestou roupas do marido. Assim disfarçada, fugiu de casa e alistou-se nas fileiras do Regimento de Artilharia, usando também o nome do cunhado, José Medeiros.

Logo foi descoberta sua identidade, o que não a impediu de continuar lutando entre os Voluntários do Príncipe. Solicitaram para a cadete uma veste especial, com saiote sobre as calças, além de uma espada, como ficou reproduzido em seus retratos. Eram conhecidas sua intrepidez e habilidade. Maria Quitéria participou de batalhas importantes, como a da ilha da Maré, a da foz do rio Paraguaçu, e das localidades de Pituba e Itapuã. Em 20 de agosto de 1823, foi recebida em audiência no Rio de Janeiro pelo imperador D. Pedro I. Este lhe conferiu a condecoração de cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro, além de ordenar a concessão de um salário vitalício de alferes.

Regressada à Bahia, Maria Quitéria se casou com Gabriel Pereira, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Morreu em 21 de agosto de 1853, devido a doenças no fígado. Em 28 de junho de 1996, foi declarada Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

 

Explore os documentos:

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon389302/icon389302.jpg

(Maria Quitéria em gravura de

 

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon595757/icon595757.jpg

(a cidade de Salvador em gravura do século XIX)

 

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mssp0000600/mssp0000600.pdf

(ordem de derrama destinada a prover o Exército Pacificador na Bahia)

 

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mssp0000615/mssp0000615.pdf

(Correspondência com o Conselho Interino da província da Bahia e com José Bonifácio de Andrade e Silva sobre acontecimentos referentes a luta do exército pacificador contra as forças do general Madeira de Melo)