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Centenário | Charles Mingus: professor bom de briga

02 maio 2022

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e marcado com as tags 100 Anos de Charles Mingus, Charles Mingus, Charles Mingus 100th Anniversary, Jazz, Jazz Workshop, Secult

Antes de mais nada: buscar algum aplicativo de música. Em seguida, procurar por um álbum chamado "The Clown" e cair sem delongas em sua faixa de abertura: "Haitian fight song". Pronto. Os portões do éden do jazz se abrem. Na cadência do contrabaixo que começa a soar tomamos tenência: o dono de tais acordes foi um titã da música do século XX. Além de instrumentista, o sujeito foi, em particular, compositor, arranjador e líder de seus grupos. Chamava a responsa. Era um cara que vivia fora da casinha, sempre de antena em pé, aberto a novas possibilidades. Tanto que bolou até um guia para ensinar gatos a usar privadas humanas, em 1954. Na música, se notabilizou como responsável por estabelecer importantes elos entre estilos tradicionais do jazz e suas formas mais livres, improvisadas, modernas. Na década de 1960, o característico estilo de "fusão" no gênero o lançou à categoria de gênio revolucionário, figurinha carimbada na vanguarda da quarta arte, junto a outros gigantes. Por outro lado, não por acaso, uma de suas músicas tardias se intitulava "Oh Lord, don't let them drop that atomic bomb on me". Pois, como todo camarada fora da curva, foi acusado de chato em grande escala. Egocêntrico. Estourado. Ambicioso. Imprevisível. Grandalhão violento, dentro e fora de palco. Rei da resposta atravessada a jornalistas. Suas mãos ficavam no contrabaixo, mas a boca no trombone: teve um engajamento político que incomodou muita gente, sobretudo no combate ao racismo e na defesa da liberdade de expressão. Seu apelido: "The angry man of jazz". Pois era mesmo, com todas as letras. Revolta e jazz, coisas que bem podem caminhar juntas. Difícil hoje não pagarmos tributo a ele, ainda mais em seu centenário: Charles Mingus, nascido a 22 de abril de 1922. Um desses caras de maior talento e importância na história da música contemporânea e nos desdobramentos sociais da música afro-americana.

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Charles Mingus Jr. nasceu em Nogales, no Arizona estadunidense, em 22 de abril de 1922. Viveu boa parte de sua vida entre Los Angeles e Nova Iorque, morrendo em 5 de janeiro de 1979. Nesse hiato de 56 anos, especialmente após iniciar carreira em 1943, teve tempo de enveredar por uma porção de correntes do jazz: bebop, hard bop, post bop, jazz orquestral, free jazz, fusion, jazz de vanguarda... Se podemos dizer quem foi ao citar com quem andava, basta apontar que foi parça de figuras como Louis Armstrong, Duke Ellington, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Herbie Hancock, Miles Davis, Eric Dolphy, Don Pullen, Dannie Richmond, Lester Young, Max Roach, Mal Waldron, Jack Walrath, entre outros. Brigou com muitos, ou quase todos, é bem verdade. Sem contar que foi casado quatro vezes.

Quente especialmente na cabeça e no hard bop, Charles Mingus mandou ver na fusão do gênero com o blues, o gospel e a música clássica. Ao longo de sua trajetória explorou tanto as tradições da música de matrizes africanas quanto fórmulas latino-americanas e europeias. No mais, foi considerado um gênio do ponto de vista organizacional, por saber gerir, à maneira da tradição musical de Nova Orleans, diferentes talentos em seus conjuntos, onde a improvisação coletiva rolava solta, e funcionando. Para que isso fosse possível, o "angry man" fazia uma coisa que a alguns parecia esquisita: ao formar suas bandas buscava enquadrar não apenas as qualidades técnicas de seus membros, mas também a personalidade de cada um e a forma como cada individualidade interagiria com a outra, no palco e em estúdio. Com Mingus, cada força ganhava ênfase na medida certa. No arranjo musical, muitas de suas configurações seguiram formas que fugiam do convencional: mesmo isoladamente, como performer de maestria no contrabaixo, foi inovador, pioneiro numa técnica toda sua.

Elogios, elogios, elogios. Tudo o que se disse aqui, até agora, foi repetido à exaustão pela crítica musical, ao longo dos anos. Mas, quem foi Charles Mingus? De onde vinha essa alcunha de "angry man"? Pois bem: dentro e fora do cercadinho musical, o jazzista apanhou, e muito. É bem verdade que soube revidar. Sua história, todavia, contém discriminação, racismo, injustiça. Eis o caldeirão que, um dia, transbordou em música.

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As origens de Charles Mingus Jr. são tão diversas quanto suas influências musicais. Pelo lado da mãe, tinha ancestrais de origem chinesa, inglesa, africana e sul-americana. Em sua autobiografia "Beneath the Underdog" seu pai foi apresentado como o filho de um fazendeiro negro com uma mulher sueca. Sabe-se ainda que Mingus teve antepassados indígenas e alemães. Seja como for, em casa, o pequeno Charlie tinha que andar na linha: Charles pai era um sargento do exército dos EUA, e sua mãe, uma devota senhora. Em casa, só se permitia música relacionada ao evangelho. Mas, feliz e infelizmente, certa feita, o filho prodígio do casal havia caído de amores pelo profano Duke Ellington. Parecia, aliás, ter vocação para esse negócio de música, apesar de sua educação um tanto pobre, nesse sentido.

A primeira paulada que a vida aplicara em Charles Mingus Jr. foi justamente nesse terreno, o da música. Quando jovem, estudou trombone. Depois, cello. Com esse instrumento, foi impossibilitado de seguir carreira, profissionalmente. É que, em seu tempo e meio, era quase impossível para um cavalheiro negro adentrar o fechado mundo da música de concerto. Fora isso, havia outra desvantagem: sem conseguir estudar devidamente, até ali, não era capaz de acompanhar as partituras rápido o suficiente quando tentou entrar numa jovem orquestra local, no bairro da zona sul de Los Angeles, onde morava. Por outro lado, o cello não era um instrumento aceito na música do "gueto", ou seja, o jazz. Que tal, então, migrar para algo parecido? Ao fim dos anos 1930 Mingus foi aceito na swing band de Buddy Collette como baixista, aprendendo sobre o riscado 50% na prática, 50% com Red Callender. O barato da coisa: muito da técnica aprendida para o cello pôde ser usada no contrabaixo, o instrumento que Charlie enfim adotou, quando no ensino médio. Por cerca de cinco anos deu um salto em seu aprendizado, passando a frequentar aulas do instrumento com Herman Reinshagen, da Filarmônica de Nova Iorque, e de técnicas de composição, com Lloyd Reese.

Com certa bagagem desde a adolescência, correndo atrás do ostracismo no meio clássico, no jazz, Charles Mingus começou a angariar um novo status: ia se constituindo como um jovem talento no contrabaixo. Passou a compor, aliás, peças um tanto avançadas para sua idade. Seu primeiro trampo de responsa foi com o clarinetista Barney Bigard, um bamba que já havia tocado com o todo-poderoso Duke Ellington. Chamando a atenção, em 1943 entrou para a banda de ninguém menos que Louis Armstrong, caindo em turnê. Andou também com Kid Ory. Dois anos depois estava no grupo de Russell Jacquet, participando de gravações em LA. Ainda no ano de 1945 migrou, assim como o colega Teddy Edwards, para a banda de Howard McGhee. Mas foi ao final daquela década em que, já tocando sob o comando de Lionel Hampton, teve algumas de suas composições gravadas pelo mesmo.

Já ao entrar nos anos 1950, Charles Mingus formou um "power trio" com Red Norvo e Tal Farlow. Teria sido uma maravilha. Mas, em contraste com seus dois colegas, por questões onde a cor de pele do contrabaixista teve peso, a banda entrou em atrito com proprietários de clubes de jazz. E Charles se viu fora do grupo. Em 1952 chegou mesmo a lançar a Debut Records, sua própria gravadora, junto com a esposa Celia Germanis, e Max Roach, pretendendo dar conta dos próprios álbuns e lançar novos talentos no jazz. Mas a iniciativa só durou cerca de cinco anos.

E então chegou 1953, onde um pequeno, porém considerável salto ocorreu. Substituindo Wendell Marshall, Charles Mingus se viu membro da banda de seu ídolo, Duke Ellington. Durou pouco. Pois o esquentado contrabaixista conseguiu uma proeza: ser demitido pelo pacato Duke, um amor de pessoa. Apenas outros dois músicos, Bubber Miley e Bobby Durham, foram capazes da mesma façanha. Não era para menos: depois de uma apresentação, Mingus havia saído no braço com o trombonista Juan Tizol. Gênios são assim mesmo, dizem: geniosos. Tanto que a demissão não influiu tão negativamente assim para o notório briguento.

Depois de sua demissão digna de nota, Charles Mingus foi tocar com Dizzy Gillespie, Bud Powell e Charlie Parker, o ídolo da geração beat. Ali, de certa forma, voltou à escola. Aprendeu muito com as improvisações do espírito livre de um dos maiores saxofonistas da história. Pois, assim como Mingus está para o contrabaixo, Charlie Parker está para o sax. A relação entre ambos sempre foi apontada como de amor e ódio. Mas a Parker o que é de Parker: o contrabaixista sempre o considerara O maior gênio da história do jazz. Tamanho elogio arrancado de um cara desses: algo raro. O problema, para Mingus, estava na multidão de saxofonistas que imitavam Charlie Parker. E, caretão, ficava um tanto enojado com o desperdício de seu próprio talento. O meio jazzístico de certa forma romantizava o uso de drogas, substâncias onde o "Bird" mergulhava de cabeça.  Bud Powell não ficava muito atrás: sofria de alcoolismo e questões psicológicas.

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Baseado em Nova Iorque desde o início dos anos 1950, Charles Mingus ficou farto de tocar com seus talentosos, porém problemáticos colegas intoxicados. Começou, então, o período normalmente encarado como o ápice de sua carreira. Decidiu alçar um voo solo, criando o Jazz Workshop: um grupo rotativo de médio porte, contando de oito a dez músicos de novas gerações. Ali, em fumos que antecipavam o estilo conhecido como free jazz, ajudou a moldar talentos como Pepper Adams, Horace Parlan, Charles McPherson, Jaki Byard, Booker Ervin, Jimmy Knepper, John Handy e outros. É bem verdade que às vezes ameaçava enfiar a porrada em todos, inclusive em pleno palco. Ou sequer ameaçava - Knepper que o diga. Mas eram a nata, ganhando os devidos holofotes.

Fora do jazz, no ano de 1954 Charles Mingus veio com uma sacada genial (quase surrealista, na verdade): escreveu, publicou e vendeu pelo correio o guia "The Charles Mingus CAT-alog for Toilet Training Your Cat". Que é basicamente isso que o próprio título diz: um tutorial para ensinar felinos domésticos de pequeno porte a usar vasos sanitários originalmente desenhados para humanos. A caixa de areia havia que ser superada, assim como as barreiras da música. Além de boladão, nosso talento era assim, um professor imprevisível.

Com ou sem a galera do Jazz Workshop, e com ou sem gatos por perto, Mingus lançou, ao longo da década de 1950, cerca de 30 discos por diversas gravadoras, como a Atlantic e a Columbia, entre outras. Foi nesse período de ouro que tirou da alma as obras-primas "Pithecanthropus Erectus" (1956), "The Clown" (1957), "Blues & Roots" (1959) e "Mingus Ah Um" (1959). O último álbum, como qualquer amante do jazz sabe, tem proporções piramidais: foi um verdadeiro monumento erigido num ano antológico, onde os também gigantes Miles Davis, Dave Brubeck e John Coltrane lançavam "Kind of blue", "Time out" e "Giant steps", respectivamente. Depois de 1959, nada mais foi como antes, jazzisticamente falando.

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No ano da graça de 1960 Charles Mingus formou um quarteto de peso com Dannie Richmond (seu baterista favorito, em total sintonia com o contrabaixo do "angry man"), Ted Curson e Eric Dolphy, trumpetista e multi-instrumentista, na sequência. Essa formação era do mesmo tipo que a usada no grupo de Ornette Coleman, um medalhão do free jazz então um tanto criticado por Mingus, que o via como "experimental" demais, incapaz de chegar ao mesmo tom mais de uma vez. Era, na prática, como se um desafio estivesse sendo lançado pelo contrabaixista duro na queda.

Polêmicas à parte, em 1963 Mingus veio com uma nova gema musical: munido de anotações encomendadas pelo seu próprio psicoterapeuta, o Dr. Edmund Pollock, se inspirou na obscuridade do subconsciente para lançar "The Black Saint and the Sinner Lady". Houvesse tempo, C. G. Jung teria incluído notas sobre o disco em seu "Livro Vermelho" - mas pensar nisso por muito tempo é viagem. No mesmo ano, saíram do forno os discos "Mingus plays piano" e o narcisista "Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus". Em 1964, nosso contrabaixista mal-encarado montou um sexteto com alguns dos talentos garimpados do Jazz Workshop: Jaki Byard, Eric Dolphy, Johnny Coles e Clifford Jordan, mais o bom e velho Dannie Richmond. A nova formação durou pouco, mas gravou muito, pela Mosaic Records.

Em 1964 Charles Mingus conheceu Sue Graham Ungaro, que virou sua nova e definitiva esposa em 1966. Foram casados pelo poeta über-bicho-grilo Allen Ginsberg, numa cerimônia que muitos dariam um ou mais fios de cabelo para ter visto de perto (o plumitivo que assina o presente texto, inclusive). Só para não dizer que tudo então era um mar de rosas, encarando problemas de ordem financeira, naquele mesmo ano de 1966 o contrabaixista sofreu uma ordem de despejo por não conseguir quitar o aluguel, em Nova Iorque. Por esse e por outros baques da vida, incluindo-se nessa conta uma saúde que começava a se mostrar frágil - é possível ver, num dos links abaixo, um exemplo de como era a rotina alimentar do "angry man" -, Charles Mingus pareceu perder um pouco o fio da meada ao início dos anos 1970. Algo mudava, em seu corpo. Ficou menos prolífico.

Em 1971, ano em que foi laureado pela Guggenheim Fellowship e no Jazz Hall of Fame, Mingus deu uma palha como professor na Universidade de Buffalo, em Nova Iorque, por um semestre. Gravou os álbuns "Changes One" e "Changes Two" com um quinteto formado somente em 1974, com apenas Richmond como egresso da banda anterior. E em seguida surpreendeu, em 1976, com "Cumbia and Jazz Fusion". Fez suas duas turnês pelo Brasil, em 1974 e 1977. Parecia retomar a carreira, com tudo. Mas, mais ou menos nesse período, veio o diagnóstico: esclerose lateral amiotrófica. Seus períodos de depressão iam e vinham, entre acessos de criatividade extrema.

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Mesmo quando já não conseguia mais tocar, impossibilitado pela enfermidade, Charles Mingus não largava o osso: continuou compondo e supervisionando gravações. Chegou mesmo a trabalhar um pouco com Joni Mitchell, que bolou letras para alguns de seus sucessos instrumentais, como "Goodbye Pork Pie Hat", num projeto que contava ainda com Wayne Shorter, Herbie Hancock e Jaco Pastorius, pessoal bem mais jovem do que ele. Mas, em certo ponto, não deu mais. Em 5 de janeiro de 1979, aos 56 anos de idade, Charles Mingus cruzou nova barreira, entre tantas. Seu óbito se deu na cidade mexicana de Cuernavaca, para onde tinha ido a tratamento. E saiu do convencional, mesmo depois de morto: suas cinzas foram jogadas no Rio Ganges, na Índia.

A morte, como todo sabichão cedo ou tarde entende, é o início de nova(s) vida(s). Tipo de pensamento que o maior contrabaixista da história do jazz talvez gostasse: esse da cobra de morde o próprio rabo - ou do fantasma genial e enfesado que volta à vida para nos encher de cacetadas, no sentido do arrebatamento artístico ou literalmente. Todo ano acontece o Charles Mingus Festival - mesmo em formato virtual, em tempos de Covid-19. Dois grupos levam o legado mingusiano adiante: a Mingus Dynasty e a Mingus Big Band, ambas geridas pelo Jazz Workshop, que virou Jazz Workshop Inc., comandada pela viúva Sue. Vivíssimo em reinterpretações, Charles Mingus segue. Como qualquer outro virtuoso que morreu, mas passa bem.

 

Explore os documentos:

O crítico musical especializado em jazz Luiz Orlando Carneiro, no diário carioca Jornal do Brasil, de 8 de agosto de 1962, discute o estilo musical como instrumento de combate ao preconceito racial nos EUA. Alguns dias depois louva Charles Mingus como "o mais criador dos músicos de jazz", embasbacado com "Haitian fight song", faixa de abertura do disco "The clown":

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_08/31180

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_08/31784

 

A 13 de outubro de 1963, texto de Robert Celerier do Correio da Manhã, também do Rio de Janeiro, apresentava o versátil "espírito mingusiano" ao público brasileiro:

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_07/44786

 

Na série de quatro artigos "A nova rebelião", publicada no Jornal do Brasil em 1963, Luiz Orlando Carneiro trata do papel de Charles Mingus, Charlie Parker, Thelonious Monk, Sonny Rollings e outros gigantes do jazz na abertura de novos caminhos no gênero. Dizia, no final, que "Charles Mingus está para a atual avant-garde como Duke Ellington está para o jazz, de um modo geral":

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_08/45829

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_08/45859

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_08/46059

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_08/46095

 

Na coluna musical do jornal carioca Última Hora, de 17 de junho de 1965, o disco "The black saint and the sinner lady", de Charles Mingus, dava o que falar:

http://memoria.bn.br/DocReader/386030/117496

 

"Fiel ao hard-bop, continuador de (Duke) Ellington": eis Mingus, em definição de Tárik de Souza para o JB, em 18 de abril de 1974:

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_09/32727

 

Claver Carvalho, pelo Correio Braziliense, em 13 de agosto de 1974, anuncia o show que Charles Mingus daria em Brasília no dia seguinte, antes de seguir para Belo Horizonte e para o Rio de Janeiro:

http://memoria.bn.br/DocReader/028274_02/51203

 

Em 16 de agosto de 1974, mesmo dia em que o astro do jazz chegava ao Rio de Janeiro com banda (Dannie Richmond, Don Pullen, Hamiet Bluiett Jr. e George Adams), o Diário de Notícias se empolga com as apresentações de Charles Mingus nos dois dias seguintes, no Theatro Municipal carioca:

http://memoria.bn.br/DocReader/093718_05/26687

 

Nos dois dias seguintes, 17 e 18 de agosto de 1974, Mingus se apresenta no Rio. No dia 17 o JB publicava uma fala de Mingus coletada em coletiva de imprensa no Hotel Glória, no dia anterior: "sua música está voltando cada vez mais ao que era inicialmente: 'mais simples, mais pura e, por isso mesmo, para mim muito bela'":

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_09/38792

 

"No ringue mais uma vez o 'boxeur' do jazz". Em 22 de maio de 1977, no JB, Luiz Orlando Carneiro e Ruy Castro tratam da segunda passagem de Charles Mingus pelo Brasil, naquele ano:

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_09/97505

 

No dia 24 de maio de 1977, um dia depois de uma apresentação no Teatro João Caetano, Danusia Barbara, também pelo JB, dá o itinerário gastronômico de Mingus pelo Rio de Janeiro. Foi uma entrevista imprevisível com o músico, "mais tocada do que falada", onde, repentinamente, o figurão se manifesta contra a censura então em vigor no Brasil:

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_09/97686

 

Em 25 de maio de 1977, texto de Luiz Orlando Carneiro para o suplemento Anexo, do Diário do Paraná, abordava com todo destaque a nova e pequena turnê de Mingus no Brasil:

http://memoria.bn.br/DocReader/761672/120662

 

Já no dia 5 de julho, a coluna de variedades do mesmo suplemento publica um pitaco extraído do jazzista quando de sua passagem por Curitiba (onde, aliás, não se apresentou):

http://memoria.bn.br/DocReader/761672/122256

 

No jornal paulistano A Tribuna, em 27 de fevereiro de 1978, Allan Ripp decreta "O jazz está de volta - melhor do que nunca", tratando da vanguarda jazzista representada em Charles Mingus e outros:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/64692

 

A 2 de maio de 1979, no jornal carioca Tribuna da Imprensa, Luiz Carlos Antunes lança, em tons de agradecimento e despedida, comentários sobre "Me, myself and I", último disco com a participação de Charles Mingus, gravado mais de um ano antes:

http://memoria.bn.br/DocReader/154083_03/35166

 

Em 1981, Roberto Muggiati relembra "A última mensagem de Charles Mingus", na revista Manchete:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/201906

 

"Um baixo de alto astral": em 1987, Manchete lança a crítica do tardio lançamento do álbum "Ah Um", de Mingus, no Brasil:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/247605