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Centenário | Gilberto Mendes: o transmodernista alegre

13 out 2022

Artigo arquivado em Centenário

Pesquisadores de música têm motivos para comemorar. E trabalhar! É que neste ano, o 13 de outubro marca um importante centenário: o do compositor, maestro, escritor e professor universitário Gilberto Ambrósio Garcia Mendes. Se ele estivesse de corpo presente, certamente estaria dando o que falar. Era daqueles sujeitos sempre perigando inventar algo inusitado. Aos 90 anos, em 2013, estreou no mundo da literatura com “Danielle em surdina, langsam”, lançado pela Algol Editora – depois ainda daria uma palhinha como ator, no filme “New Gaza”, de Rita Martins Tragtenberg. É bem verdade que até aquele momento o então professor aposentado pelo Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo sempre escrevera muito para a imprensa. Mas um romance foi uma feliz novidade – feliz, aliás, como Gilberto sempre aparentava estar. Dentro dos padrões contemporâneos, sua novela, de apenas 88 páginas, tinha rasgos autobiográficos: entre acontecimentos de vulto como a eclosão e o desenrolar da Segunda Guerra Mundial, narrava as desventuras de um jovem compositor nascido em Santos, que se estabelece na Alemanha como um dos mais aclamados compositores de sua geração na Europa. Pois com Gilberto Mendes foi mais ou menos assim. Pena que não deu tempo de lançar um segundo romance: o bamba deixou cá este plano em 1º de janeiro de 2016. Lembremos hoje, portanto, o aniversariante, e com um brinde. De Coca-Cola.

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Quem o visse caminhando por Santos com sua esposa, Eliane Ghigonetto, talvez até achasse que aquele simpático cavalheiro grisalho, de óculos e bengala, fosse um cidadão comum, desprovido de superpoderes: estes tinha, e de sobra. Membro honorário da Academia Brasileira de Música e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, Gilberto Mendes acumulava homenagens, títulos, prêmios e honrarias como quem coleciona botões. Entrou para a história cultural do Brasil sobretudo como um dos porta-vozes da poesia concreta paulista, integrante que foi do grupo Noigandres: coisa da turma de Décio Pignatari e dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. Gilberto, no entanto, era o cara mais do som do que da poesia, embora poesia também tenha som, e som, poesia. Nesse contexto, o gênio santista foi um dos signatários do Manifesto Música Nova, que saiu fresquinho nas páginas da edição número 3, de junho de 1963, da revista de arte Invenção, periódico que sempre deixava boquiabertos os amantes das vanguardas. E foi aí que Gilberto Mendes se firmou como um dos pioneiros da música concreta não só em São Paulo, mas em toda terra brasilis.

Dentro, fora, de cabeça para baixo, do avesso ou ao revés do convencional, a música concreta vai muito além do aleatório: é caso de profunda – e bem pensada – experimentação. Na exploração de novos materiais sonoros e da mescla da ação musical à composição, ela desembocou mesmo no chamado teatro musical e no happening. Por essas e outras, o envolvimento de Gilberto nessa geleia geral só poderia se dar através de sua versatilidade. Não foi à toa que o mesmo não se definia exatamente como um artista de vanguarda, mas como uma figura em constante aprendizado: um “transmodernista”, conforme dizia ao Jornal da USP, em entrevista concedida em junho de 2013, aos sorrisos.

Que se reconheça de onde veio tanta transmodernidade, então. Tudo começou no Conservatório Musical de Santos, onde Gilberto entrou tarde, com pouco menos de 20 anos. Sua primeira obra musical data de 1949: foi “Episódio”, musicalização de um poema de Carlos Drummond de Andrade para voz e piano. Dali, não parou mais: além de sua formação erudita como compositor e maestro, sempre com a devida orientação, não se restringia ao cânone, buscando sempre algo de novo. Se acostumou a pesquisar as raízes da música, no passado longínquo da humanidade, e também o futuro, as novas possibilidades. Depois de anos de investigação e apresentações por São Paulo, teve passagem como bolsista nos cursos Neue Musik na Alemanha em 1962 e 1968.

Ao longo dos anos 1960, Gilberto foi aos poucos virando um agitador cultural na vanguarda musical brasileira, além de crítico e colaborador de jornais, articulador de grupos e eventos musicais, palestrante e organizador de cursos e, enfim, professor universitário. E não só na USP: esteve também na PUC de São Paulo e na Universidade de Brasília, além de ter atuado como docente visitante em universidades dos Estados Unidos. Em mais de cinquenta anos, sua obra foi tocada – regida por ele ou por outros maestros – nos cinco continentes do globo, literalmente. Ouviu-se Gilberto Mendes em apresentações que iam desde auditórios universitários a bienais de arte contemporânea. O talento santista foi consagrado meio mundo (ou mundo inteiro) afora, sobretudo em palcos europeus. Ainda assim, salvo curtos períodos fora, sempre viveu em Santos. É que, de início, não podia deixar de depender de seu salário como funcionário da Caixa Econômica Federal – e, depois, do ordenado que chegava da USP.

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Fruto de muita articulação e jogo de cintura, em 1961 Gilberto Mendes fundou em Santos o Madrigal Ars Viva, junto com Willy Correia de Oliveira, Klaus-Dieter Wolff, Adriana Oliveira Ribeiro, Dulce Fonseca Dias Pinto e Sílvia Lassala Freire. No ano seguinte, montou ainda o primeiro Festival Música Nova de Santos – que faria história por conta própria –, onde o coro se apresentaria. O Gilberto daqueles dias fervilhava. Reflexo de seu genitor, logo no início de sua existência o Ars Viva se projetou como um meteoro, fazendo já em 1965 suas primeiras apresentações pela América Latina: foi o pioneiro na música vocal brasileira a vir com peças aleatórias e microtonais escritas no país. Regido pelo maestro Dieter Wolff até sua morte, em 1974, momento em que Roberto Schnorenberg assumiu, o Ars Viva ainda contou com Roberto Martins como regente. E não foi restrito à música de vanguarda: um de seus dois discos gravados foi com músicas da Renascença e das idades Média e Contemporânea. Impressões digitais de Gilberto em cada peça ali reproduzida.

Foi nas vozes do Ars Viva que “Motet em Ré Menor”, mais popularmente conhecida como “Beba Coca Cola”, obra mais famosa de Gilberto Mendes, inspirada em poema concreto de Décio Pignatari, estreou, em Santos, em 1968, no Teatro Independência. Dali ela partiu em excursão com o grupo, em países da América do Sul, até parar no Coral da USP, que a executou na África, na Europa e nos Estados Unidos: nestes, ganhou elogios do New York Times, durante o Festival de Coros Universitários no Lincoln Center, naquele mesmo ano de 1968. Anos depois o Coral da Rádio de Berlim Ocidental apresentou a peça no IX Foro Internacional de Musica Nueva, na Cidade do México. Em 1989, foi a vez da XII Bienal de Música de Berlim Oriental recebê-la, nas vozes do coral da Humboldt Universitate. Mas isso foi só uma pequena amostra: a composição literalmente ganhou o mundo. Hoje, naturalmente, “Beba Coca Cola” faz parte do repertório dos mais destacados corais brasileiros. Considerada a mais popular peça da música erudita brasileira, ela termina com um arroto, provavelmente o primeiro para um solista em partitura na história da música, conforme o coro lança a palavra “cloaca”, como no fechamento do poema que a inspirara. Um elogio ao refrigerante, afinal? Pelo contrário: embora a empresa nunca tenha acionado Mendes judicialmente, e assim como na poesia de Pignatari, tratava-se de uma espécie de “anti-propaganda”: uma crítica à sociedade de consumo e à publicidade massiva.

Inovador Gilberto Mendes também foi em outra de suas composições mais populares: “Santos Football Music”, uma homenagem bolada em 1969 ao clube de sua cidade natal, em plena dinastia de Pelé. Apresentada inicialmente em 1973 no 17º Festival de Música Contemporânea de Varsóvia, a peça incorpora sonoridades diversas do futebol: os torcedores no estádio, a locução, a espontaneidade. O próprio público é induzido a participar cantando e vibrando, conformes as ordens de um segundo regente, em cartazes. E o maestro, como fica, nessa bagunça? Pois ele é o juiz, apitando cá e lá, quando não dando cartões vermelhos aos músicos que eventualmente deixam instrumentos de lado e se levantam para jogar bola. Se isso não despe as audiências clássicas de sua pompa, as fazendo cair na brincadeira, então, não se sabe o que seria capaz de o fazer. Haveria democratização maior do que essa, na música de concerto? O certo é que, integrando a teatralização de coros e orquestras, “Santos Football Music” engajou plateias no mundo todo – menos aqueles mais ranhetas, que sempre a julgam “polêmica”. Engraçado: seu autor nem ligava para futebol.

Mas nem tudo na obra de Gilberto Mendes era festa, apesar do que se pode imaginar com um currículo desses. Provocando as autoridades do regime militar, nos anos 1980 o compositor veio com obras pelas Eleições Diretas e contra a privatização de estatais. O auge veio com “Vila Socó, Meu Amor”: um memorial em protesto pelo trágico incêndio na comunidade homônima em Cubatão, em fevereiro de 1984, ocasionado pelo vazamento dos dutos da Petrobras nos arredores, jogando 700 mil litros de gasolina no pior lugar possível.

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Além do maestro, do compositor e do professor, outro dos vários Gilbertos Mendes foi o articulista. Desde o início dos anos 1960 – época realmente de ouro para nosso polivalente e triquetraz heroi – o jornal santista A Tribuna cobria cada passo que Gilberto dava em sua carreira musical. Por volta de 1963, o próprio virou colaborador do periódico, onde escreveu não só sobre música de vanguarda: abordou compositores clássicos europeus, bossa nova, samba, MPB, jazz, dança, festivais, música eletrônica, música vocal, música para o cinema, história da música e muito mais. A relação que Gilberto teve com A Tribuna, aliás, é digna de nota: entre períodos de maior ou menor assiduidade, seus artigos e críticas deram as caras no jornal até 2010 (basta dar uma olhada na relação abaixo, seguinte a este texto). E, ali, mesmo quando o batuta já não mais escrevia, ao menos era notícia: em mais de cinquenta anos da história do jornal, Gilberto Mendes aparecia como destaque musical por excelência da cidade de Santos. Suas apresentações dentro e fora do Brasil, conferências, inúmeros cursos e ações em nome do meio cultural da cidade eram recorrentes n’A Tribuna. Até os candidatos que ele apoiava nas eleições apareciam por lá como tal.

Foi A Tribuna, afinal, quem deu a despedida à altura para Gilberto, em janeiro de 2016. Mas foi sem tristezas. O prolífico mestre sobrevive não só em sua obra musical, imortal, mas via acervo: parte de sua documentação pessoal, contando inúmeros manuscritos e partituras, pode ser consultada no Centro de Memória das Artes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) e na biblioteca da Escola de Comunicação e Artes (ECA), ambos departamentos da USP. Não foi por mero acaso que a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, em 2013, para comemoração dos 90 anos do maestro, deu o título que deu ao disco com suas composições: “Gilberto Mendes 90 – alegres trópicos”. Pois sim. Alegres.

 

Explore os documentos:

Em 2 de outubro de 1960, jornal santista A Tribuna anuncia apresentação de Gilberto Mendes. O jornal cobriu com orgulho a trajetória do compositor e maestro até o fim de sua vida:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/7212

 

No dia 2 de junho de 1962, periódico destaca ida de Gilberto Mendes à Europa, como bolsista dos cursos “Neue Musik”:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/23148

 

O Manifesto da Música Nova, que contava com as assinaturas de Gilberto Mendes e Willy Correia de Oliveira, foi publicado na revista de vanguarda Invenção, em 1963. Contudo, A Tribuna santista replica suas palavras, em edição de 14 de junho daquele ano:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/33323

 

Em 25 de setembro de 1963, Festival de Música Nova, idealizado por Gilberto Mendes e então promovido pela Comissão Municipal de Cultura, ganha cobertura de A Tribuna:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/35308

 

“Do período gótico à música nova”: artigo de Gilberto Mendes para A Tribuna de 26 de setembro de 1963 é um dos primeiros da rica e extensa colaboração do músico à imprensa – e ao jornal santista, em particular. Quase um mês depois, em 20 de outubro, Gilberto escreve sobre o Festival de Música Nova, recém-terminado:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/35338

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/36066

 

Para o III Festival de Música Nova de Santos, A Tribuna oferece ao leitor uma entrevista com o jovem Gilberto Mendes, em 22 de novembro de 1964:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/46716

 

Em 10 de outubro de 1965, A Tribuna mostra a “Música do compositor Gilberto Mendes nos concertos europeus de vanguarda”. Logo em seguida, o talento santista se apresentaria na VIII Bienal de São Paulo:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/54760

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/54903

 

No Correio da Manhã de 31 de dezembro de 1965, Décio Pignatari fala da "Vanguarda em explosão sonora": "Na peça de Gilberto Mendes, o excelente pianista Paulo Herculano ataca o piano com a testa":

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_07/67876

 

Para A Tribuna Gilberto Mendes fazia não apenas artigos. Realizada pelo jovem músico, uma entrevista especial com o compositor Yannis Xenakis foi publicada no jornal em 25 de setembro de 1966. Naquele momento, Mendes já era um colaborador regular em sua redação:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/63292

 

Aos trinta anos de falecimento de Noel Rosa, Gilberto Mendes abordava o talento musical do sambista em seu espaço n’A Tribuna, em 7 de maio de 1967. Mais um exemplo da versatilidade do compositor, que, entre constantes reflexões sobre happenings e sobre bossa nova, a 6 de agosto daquele ano trataria ainda de música eletrônica:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/69093

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/71429

 

“Ele hoje faz a música de amanhã”, declara A Tribuna sobre Gilberto Mendes, em 11 de março de 1968, mostrando um trecho de partitura do compositor, “bem diferente das convencionais”. Pouco depois, no dia 22, jornal celebra a obra do jovem músico, ao passo em que Santos passaria a ter seu próprio “estúdio de música eletrônica”, por conta da prefeitura:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/78360

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_01/79653

 

Em 11 de novembro de 1970, Gilberto Mendes dá o recado em A Tribuna: “Mesmo a população desconhecendo o fato, Santos é conhecida internacionalmente como importante centro de música de vanguarda do país”. Ao fim daquele ano, compositor ganharia da prefeitura local uma medalha de Mérito Cultural:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/9155

 

Ilmar Carvalho, no suplemento de cultura do CM de 13 de abril de 1971 traz um panorama: "Música contemporânea: passado e futuro":

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_08/19105

 

“Beba Coca Cola” e “Blirium A-9”: composições de Gilberto Mendes fazem sucesso no exterior, dia A Tribuna em 25 de março de 1972:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/25214

 

Em 4 de agosto de 1972, CM noticia o VII Festival de Música Nova de Santos: http://memoria.bn.br/DocReader/089842_08/32460

 

Em 1º de agosto de 1973, Gilberto Mendes é anunciado como responsável por um curso de música de vanguarda a ser ministrado na Faculdade de Música do Conservatório Musical de Santos. Sua carreira como docente enfim era anunciada:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/49799

 

No Correio Braziliense de 17 de novembro de 1973, página cultural dá destaque a apresentação de Gilberto Mendes:

http://memoria.bn.br/docreader/028274_02/40756

 

Em 21 de julho de 1974, A Tribuna anuncia que a obra “Santos Football Music” será oficialmente lançada no Brasil, no X Festival de Música Nova, a ocorrer em setembro daquele ano:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/60461

 

Em 1º de abril de 1975, em anúncio sobre curso de história da música, Gilberto Mendes é apontado como vanguardista que, além de tudo, “ensina a música do passado”:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/70308

 

Composta em 1966, “Beba Coca Cola” ganha edição em São Paulo, em agosto de 1979:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_02/42800

 

Paixão pelo cinema: em 18 de janeiro de 1981, Gilberto Mendes põe em foco “A iluminada música de [Stanley] Kubrick” em sua habitual coluna n’A Tribuna:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_03/7780

 

Volta e meia sem verbas para ser montado, sobretudo quando por falta de recursos municipais, em alguns anos o Festival Música Nova foi pausado. Foi o que quase aconteceu em 1981, em notícia divulgada em 25 de fevereiro em tons de pesar pel’A Tribuna, sempre disposta a deixar Gilberto Mendes com a boca no trombone. Jornal foi muito crítico ao veto da prefeitura ao festival e, no fim, a verba foi garantida:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_03/9104

 

Em 29 de agosto de 1983, Gilberto Mendes questiona a receptividade do Festival Música Nova no meio público local, cobrando maior valorização:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_03/40299

 

Nas páginas de cultura de A Tribuna, Gilberto Mendes comemora os trinta anos do Festival Música Nova, em edição de 10 de agosto de 1994:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_04/103804

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_04/103806

 

Em 29 de setembro do mesmo ano, o jornal anuncia o lançamento de “Uma odisséia musical”, primeiro livro de Gilberto Mendes, onde, em tons biográficos, o maestro e compositor reflete sobre sua própria obra e carreira musical:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_04/105990

 

Edição de 30 de dezembro de 1998 d’A Tribuna traz matéria sobre trajetória de Gilberto Mandes “de aluno a professor” do Conservatório Musical de Santos:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_04/178528

 

Entrevista publicada em 21 de agosto de 2000 traz um Gilberto Mendes voltado à “abertura cultural para o grande público”:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_05/12299

 

Em 26 de janeiro de 2010, jornal santista A Tribuna mostra faceta literária de Gilberto Mendes: o compositor e maestro leria poesia na Pinacoteca Benedicto Calixto, em comemoração ao aniversário de Santos:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/2018

 

No dia seguinte, 27 de janeiro de 2010, Mendes publica no mesmo jornal um artigo louvando o pianista brasileiro Nelson Freire como “um dos maiores do mundo”:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/2108

 

Em 2 de agosto de 2010, reportagem especial de A Tribuna sobre o Conservatório Musical de Santos, então extinto dez anos atrás, aborda entrada de Gilberto Mendes no mesmo, aos 17 anos de idade:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/17473

 

Em 16 de outubro de 2010, Gilberto Mendes critica estado em que então se encontrava o Festival Música Nova de Santos: “abandonado” e com “aspecto burocrático”:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/24038

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/24039

 

No ano seguinte, o artista se despediria da iniciativa que criara, após 49 anos. “Não estou morrendo pelo fim do Festival”, dizia em entrevista ao jornal A Tribuna, em 3 de julho de 2011:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/44168

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/45743

 

Thiago Macedo, para A Tribuna, publica artigo sobre obra de Gilberto Mendes em 19 de dezembro de 2011:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/59980

 

Em 14 de outubro de 2012, na ocasião dos 90 anos do maestro e compositor, A Tribuna entrevista Gilberto Mendes:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/83998

 

“Gilberto Mendes agora abraça a literatura”, decreta A Tribuna em 12 de fevereiro de 2013. Em 11 e 16 de março, jornal volta a abordar primeiro romance do artista:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/94094

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/96216

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/96557

 

Em 29 de setembro daquele ano, Carlota Cafiero celebra o lançamento de “Música, cinema do som”, uma antologia dos artigos de Gilberto Mendes para a imprensa, e a realização do 47º Festival Música Nova de Santos: “O mestre está livre para criar!”

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/111974

 

Aos 92 anos, Gilberto Mendes relembrava que poucos anos atrás havia descoberto “o prazer de atuar ao fazer uma ponta no filme “New Gaza”, de Rita Martins Tragtenberg: “estou deslanchando na minha carreira no cinema”, brincava:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/145779

 

Leitor voraz, Gilberto Mendes bombardeava o meio cultural – e também a prefeitura – santista com ideias para festivais e projetos literários, como o Letras Santistas. Conforme noticia A Tribuna em 3 de março de 2015:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/149759

 

“O gênio descansa”, abria a edição de 2 de janeiro de 2016 de A Tribuna: ícone da história cultural santista, Gilberto Mendes já não estava mais entre nós:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/161601

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/161621

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/161622

 

Editorial de 4 de janeiro de 2016 de A Tribuna fazia uma singela homenagem a Gilberto Mendes. Exatos dois anos depois, textos de Carlota Cafiero e Tarso Ramos relembram o mestre:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/161660

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/186177

 

Além de ter emprestado seu nome à versão mais recente do Festival Música Nova – homenagem que, particularmente, não gostou –, o maestro, compositor e escritor ganhou ainda a Semana Cultural Gilberto Mendes, em primeira edição realizada em Santos em 2019:

http://memoria.bn.br/DocReader/153931_06/203842

 

Fontes:

AGUILAR, Gonzalo Moisés. Poesia concreta brasileira: as vanguardas na encruzilhada modernista. São Paulo: Edusp, 2005.

Invenção – Revista de arte de vanguarda. Edições nº 1, ano 1, do 1º trimestre de 1962, e nº 2, ano 1, do 2º trimestre de 1962.

KIYOMURA, Leila. Gilberto Mendes chega aos 90 anos com ares de quem atravessa os 20. Jornal da USP. USP Online Destaque, 21 de junho de 2013. Disponível em: https://www5.usp.br/uspdestaque/gilberto-mendes-chega-aos-90-anos-com-ares-de-quem-atravessa-os-20/. Acesso em 15 de setembro de 2022.

MARTINS, José Eduardo. Vila Socó Meu Amor. Estudos Avançados, vol.5 nº 13. São Paulo: Universidade de São Paulo, setembro-dezembro de 1991. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/LzFm3G6XRHqLdwFsmjhWJJf/?lang=pt. Acesso em 26 de setembro de 2022.

MENDES, Gilberto. Uma odisséia musical: dos mares do Sul à elegância Pop/Arte Deco. 2. ed. Santos; São Paulo: Realejo: EdUSP, 2016.

SOUZA, Carla Delgado de. Gilberto Mendes – Entre a vida e a arte. Campinas: Editora da Unicamp, 2013.