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Centenário | Ulysses: palavrafarta revolumodernobra

23 fev 2022

Artigo arquivado em Centenário
e marcado com as tags Clássicos da Literatura, Irlanda, James Joyce, Literatura Moderna, Modernismo, Secult, Ulysses

Um continente inteiro vindo abaixo e um cara ali no meio, escrevendo um livro sobre um zé-ninguém, repleto de banalidades. Eis o retrato do artista quando quase quarentão. Ou melhor: eis o contexto em que Ulysses, de James Joyce, veio ao mundo. Celebrada obra prima da literatura moderna, o livro foi, é e continuará sendo apontado como O grande romance do século XX. Seu centenário em 2022 não poderia passar em branco, e não apenas por formalidades acadêmicas: além de tudo, Ulysses é uma daquelas sacudidelas mentais carregadas de valores que não se perdem com o tempo. Originalmente publicado a 2 de fevereiro de 1922, bem no dia do aniversário de 40 anos do autor, num momento em que o mundo ainda procurava compreender o trauma causado pela Primeira Guerra Mundial, o catatau joyceano foi um divisor de águas que ajudou a cristalizar a supremacia do modernismo, com suas premissas libertárias e de ruptura, na literatura. O que os adventos da penicilina e da energia atômica foram para as histórias da medicina e da crueldade, respectivamente, Ulysses foi para o mundo das letras: sua chegada foi, ao mesmo tempo, forte remédio e bomba devastadora para a literatura.

1922 foi o bicho. No mesmo ano em que Ulysses chegou aos antenados leitores europeus, catapultando seu autor ao estrelato no mundo da ficção, também foram publicados outros dois marcos que quebravam paradigmas estéticos preestabelecidos: Jacob's Room, de Virginia Woolf, e The waste land, de T. S. Eliot. Mas, no fervilhante debate sobre a revitalização que a arte deveria sofrer no constantemente atualizado mundo moderno, o grande iceberg frente aos arcaísmos estava com Joyce. Livre de amarras estéticas, historicamente lúcido, linguisticamente experimental, estruturalmente revolucionário, intelectualmente corajoso e para todos os demais efeitos desbravador, pacifista, e irônico, legítimo tapa da cara da hipocrisia nas artes e na sociedade, em geral, Ulysses é, até hoje, isso aí: uma odisseia interna, análoga à obra grega de Homero. Também pedra de toque da modernidade, dessas que são atiradas às vidraças do convencionalismo.

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Ao contrário de Natalia Ginzburg, Ernest Hemingway e Roberto Bolaño, a biografia de James Joyce não teve nada de mais. É quase de bocejar, aliás, como as de Franz Kafka e Marcel Proust, seus colegas modernos de fato. Embora tenha passado pela Primeira Guerra Mundial, o autor quase não deu bola para ela, afinal. Mas não nos precipitemos.

Quando nasceu, na úmida e opaca Dublin de 2 de fevereiro de 1882, o primogênito dos Joyce não suspeitava que ainda teria outros nove irmãos. E que dizer sobre os seus, a não ser que eram uma família comum, que financeiramente já tinha vivido dias melhores? Apesar da pindaíba, o filho mais velho é sempre o rebento que promete. James estudou em boas escolas jesuítas, conseguindo ir parar depois no University College de Dublin. Depois de colar grau por lá, encasquetou que se formaria médico. Para isso, deu o fora da Irlanda, em 1902, rumo a Paris. Mas bem se sabe: ainda naquela época, a capital francesa formava mais aspirantes a artista e fumantes do que profissionais de saúde. Nosso jovem prodígio deu em riscar versos na papelada que achava por aí, começando a se dedicar à concepção do que chamava de um "sistema estético". Os resultados da pesquisa iniciada nesses anos de aprendizado se veriam vinte anos depois.

Já em abril de 1903 James Joyce estava de volta a Dublin, para acompanhar a mãe, fatalmente doente. E ficou por lá, em seu torrão natal. Insistente, sua carreira literária foi se fazendo, aos poucos. Já no verão do ano seguinte conheceu Nora Barnacle, uma jovem de Galway. Os pombinhos vazaram para a Europa continental, onde Joyce esperava ganhar a vida dando aulas de inglês. Ficaram alguns meses na Croácia, até que, de 1905 a meados de 1915, se estabeleceram na cidade italiana de Trieste. Nessa década tiveram um menino e uma menina, deram apenas um pulinho de sete meses em Roma e viajaram três vezes para Dublin, no esquema bate-e-volta. Foi durante esse período no norte da Itália, afinal, que o autor publicou em Londres seu primeiro livro, Música de câmara, de poesia, no ano de 1907. Mas as aparências enganam. Era daqueles escritores em dificuldade, ignorado. Dublinenses, obra contendo seus contos, veio a lume somente em 1914, sem obter grande destaque. E aí, para piorar tudo, estourou a guerra. A Guerra com G maiúsculo, pela primeira vez em proporções mundiais.

Dado o papel da Itália no teatro da Primeira Guerra Mundial, James Joyce e família escapuliram, sabiamente, para a Suíça, eternamente neutra como uma barra de sabão de coco. Não tiveram muitas alternativas a não ser ficar em Zurique, até 1919. De lá, seu Retrato do artista quando jovem foi publicado na Inglaterra, em 1916, em tons um tanto autobiográficos. Exilados, uma peça de teatro, saiu dois anos depois. Então, veio o armistício. Joyce e os seus até que voltaram a Triste, mas Paris guardava maiores perspectivas para a publicação de um calhamaço muito louco que o escriba vinha alimentando desde 1914 e que parecia que jamais acabaria: Ulysses, o tal. E o plano deu certo: da cidade luz, no dia em que o autor completou 40 anos de idade, em 2 de fevereiro de 1922, a vitrine da livraria especializada em títulos em inglês Shakespeare and Company, de Sylvia Beach, passou a conter um curioso e grosso livro de título curto e simples. Beach havia sido doida o suficiente para editar e lançar a mais controversa obra de um gênio ainda no anonimato, mas não era maluca de deixar a oportunidade passar. O mundo conhecia, então, a obra maior do legado joyceano - e do modernismo na literatura, também.

Ulysses deu a Joyce fama internacional, na lata, pelo bem e pelo mal - como acontece com toda obra que sacode com os cânones. Apesar de, na ocasião, estar abalado com a condição psicológica de sua filha e com um problema ocular, já em 1922 Finnegans Wake começou a ser destilado pelo escritor, terminando e publicando o livro apenas em 1939, gerando, novamente, reações variadas. Mas aí a preocupação do autor irlandês - e de meio mundo também, aliás - era outra: a Segunda Guerra Mundial acabava de eclodir. Partido do torrão francês não ocupado pelos nazistas, em dezembro de 1940 Joyce buscou novamente refúgio em Zurique. Morreu lá, em 13 janeiro de 1941. E é isso aí, pessoal, como diria o coelho Pernalonga. Que tem um nome um tanto joyceano, aliás, conforme os entendedores entenderão.

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Que faz de Ulysses uma obra única? Tão virada de página entre as literaturas de ontem e de hoje, afinal? É bom tomar fôlego antes de prosseguir, pois, de forma um tanto análoga ao romance, sua explicação não é tão simples. Talvez até ela inexista em sua forma perfeita e irretocável, de fato. O plumitivo que assina cá estas linhas teve que rebolar para descortinar, talvez, uns 13% da obra, e, humano, pode ter dado bola fora. Atire a primeira pedra quem nunca. Resumir bem é arte para poucos. Sorte que nossa Biblioteca Nacional é mãe. E vamos lá.

A versão brasileira de 2012 de Ulysses, pela dobradinha Penguin & Cia. das Letras, traduzida por Caetano W. Galindo, traz umas pistas serelepes. Ali, o acadêmico irlandês Declan Kiberd vem com uma introdução que, provavelmente, diz tudo o que precisamos saber sobre o livro antes de embarcarmos nessa odisseia letrada. Segundo Kiberd, a própria estrutura do romance, cheia de mecanismos de organização, foi vista por muitos intelectuais como um método autocrítico de contenção das "forças anárquicas da vida moderna". E o melhor: sem recorrer aos arroubos autoritários das cartilhas estéticas, pelo contrário. Em suas palavras, afinal, "vale a pena considerar o Ulysses como a solução triunfante para um problema técnico que, por mais de um século antes de sua publicação, vinha preocupando o escritor moderno europeu". Assim como a mitologia e a contemplação iluminista do mundo real funcionavam como núcleos da literatura antiga, a moderna teria o que, exatamente, como centro? Sensos críticos de temporalidade, ruptura e renovação. Coisas que, não raro, se traduzem na libertação das sensibilidades. Eis as nascentes do "sistema estético" em que Joyce vinha trabalhando desde a virada para o século XX, desaguando em Ulysses.

Apesar de parecer o contrário, nada na obra é gratuito, embora muito, nela, seja aleatório. No que pese a proeza de James Joyce escrever algo tão pensado e complexo enquanto tudo indicava que na velha Europa não sobraria incólume uma simples batata, o livro se insere em seu tempo (para na verdade poder ir além) como um libelo contra a romantização heroica das peripécias armadas. Mesmo contra a militarização da sociedade, e, na época, contra todo um dogma literário, por tabela. Em uma carta a seu irmão Stanislaus, em 1905, James já dizia: "Você não acha a busca por heroísmo uma baita vulgaridade? (...) toda a estrutura do heroísmo é, e sempre foi, uma baita mentira e (...) não há substituto para a paixão individual como força motriz de tudo". Na guerra os homens matam uns aos outros. Que há nisso que não deva ser abordado criticamente na arte?

Para que se chegue na crítica ao código épico ultrapassado que o heroismo significava, há que contextualizar o pensamento de Joyce, quanto às questões bélicas, não apenas em face da Primeira Guerra. No ambiente literário irlandês, em que o autor se fez, historicamente, o nacionalismo tinha suas razões de ser, frente à problemática relação entre o império britânico e a Irlanda, então uma colônia que só se emanciparia como república em 1949. Joyce e seus colegas pacifistas não fugiam ao calor do momento, sentindo na pele os efeitos do Levante da Páscoa de 1916, em Dublin. A diferença era que, diferentemente de W. B. Yeats, Lady Augusta Gregory e Patrick Pearse e outros tantos, em poesia, prosa, teatro e ensaio, James Joyce não entrava no culto à figura mítica local de Cúchulainn, o guerreiro que no norte do país lutava contra tudo e contra todos, até a morte. O autor entendia que a exploração desse mito tinha mais a ver com o reforço do estereótipo do irlandês briguento no além-mar e com climas de bajulação a uma minoria nacionalista "heróica" que gostava de se autocongratular. A tese de Joyce estava na passividade irlandesa.

Na época e no meio de Joyce - assim como em meio mundo -, a condição passavia da sociedade civil tinha, de fato, razões para existir: a prosa marcada em Ulysses coloca de forma romanesca as agruras de uma sociedade de virada de século marcada pelo colonialismo inglês em plena crise estrutural do capitalismo clássico - implosão refletida, naturalmente, no campo artístico. A cultura de massa que restou dessa quebra, marcada numa sociedade cada vez mais urbana e industrial, é palco para odisseias mentais e sensoriais, com nossa cabeça girando à toda. O mundo então se atualizava num ritmo vertiginoso, difícil de acreditar - e de digerir, ainda mais quando novas tecnologias em escalas de produção industriais começavam a ser utilizadas para a matança.

Por mais moderno que fosse, Joyce tinha uma concepção cíclica da história, que vai e volta, muda tudo e, por isso mesmo continua igual, e muito por continuar igual, muda tudo. Afinal, por que evocar o Ulisses homérico, aproximando-o do século XX? Precisa e contraditoriamente, os monólogos interiores e o incurável pacifismo de Ulysses fazem da obra "um urgentíssimo épico da mente", segundo Declan Kiberd. "A história até pode ser um pesadelo de violência autoperpetuada, mas ao menos alguns dublinenses, pelo poder da mente contemplativa, se libertaram daquele ciclo", conclui. Reintroduzindo as figuras históricas de Ulisses, Telêmaco, Helena e companhia na literatura, "tais personagens nos lembram o que os povos têm em comum através das eras, e assim se alcança um dos principais propósitos da arte: fazer com que o homem se sinta menos só".

Na compreensão de que, ao contrário do que se pregava, não há nada de glorioso ou redentor na violência, a repreensão do mito militar antigo vinha, em Ulysses, na figura do personagem Leopold Bloom: um sujeito qualquer, léguas distante de situações extremas e pretensões dramáticas e abstradas, um zé-ruela satisfeito em ser quem é, ainda que ultrajado com as injustiças do mundo. Pois ele é o Ulisses da odisseia moderna: em sua pequenez está sua grandeza, assim como a verdadeira pequenez (aquela de espírito e valores humanistas) está na grandeza bélica. O deslocamento físico de Bloom, no romance, não tem fins heroicos: se dá pela cidade, a esmo, enquanto rumina sobre a fidelidade conjugal de Molly, sua companheira.

E por que uma referência aos gregos, em contraposição a Cúchulainn, e justo numa obra de celebração do militarismo? Ora, não só pela apropriação dos nacionalistas ao mito local, mas pelos valores críticos do grego. O Ulisses de Homero não queria ir para a guerra, em Troia: sabia que tudo não passava de um pretexto comercial para a busca de novos mercados, de acordo com o interesse de mercadores gregos. E qual guerra não é econômica, afinal? O problema é que conflitos armados dóem. Matam. Nas palavras de Bloom: “Como é que as pessoas podem mirar uma arma na cara da outra? As armas às vezes disparam. Coitadinhos”. Melhor ficar em casa. Daí a função do relato cotidiano na obra. "A ideia do Ulysses é bem simples", dizia Joyce, "só o método é difícil". Pois, cada minúcia da vida de Bloom aparece nas páginas do romance: inclusive os momentos em que o personagem urina, come ou defeca. Situação de fato em todo ser humano, certo?

O incômodo causado por essa democratização extrema da literatura levou à censura do livro, tido como obsceno em polos extremos: nos Estados Unidos e na União Soviética. No Reino Unido o escândalo não foi menor, pelo contrário. Mesmo D. H. Lawrence reclamou da "imundície" de Joyce, esse profanador da tradição romanesca. Arnold Bennett falou que, tendo tempo, papel e disposição, qualquer um escreveria aquilo. E Virginia Woolf saiu com essa: James Joyce só poderia ser um sujeito frustrado enfurnado num ambiente claustrofóbico; sua obra se comparava a "um estudante nauseado espremendo suas espinhas". Afinal, na própria Irlanda, grupos católicos e pró-Inglaterra também ficaram desconfortáveis com Ulysses, ainda que a obra minasse as bravatas do nacionalismo local. "Novamente, um grande livro tinha mostrado que nem todos suportariam uma imagem de sua própria condição", diz Kiberd: "Eles pensavam estar lendo Ulysses, quando na verdade o livro é que os 'lia', expondo seus pontos cegos e suas áreas mais sensíveis".

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Em Ulysses dá para ver que, além de não ser muito ligado a arquétipos de heroismo, Joyce não era um cara da boemia. Era, sim, um sujeito do dia-a-dia, como Leopold Bloom. Para muitos leitores a obra é um desafio justamente por ser um blá-blá-blá interminável sobre o banal: o que Bloom comia, o que Bloom carregava nos bolsos, o cronograma da flatulência de Bloom, etc., fazem parte do conteúdo de Ulysses. A uns o livro se resume a apenas um dia de andanças de Leopold Bloom e Stephen Dedalus (este protagonista do Retrato do artista quando jovem, e alter ego da juventude de Joyce) por Dublin, no dia 16 de junho de 1904. E só. Soa algo sem trama, para alguns, mas tão longo que, para outros, parece ter tramas demais. Talvez por isso mesmo, em 1930, o autor autorizou que Stuart Gilbert publicasse um livro sobre seu livro, contendo um diagrama que mapeia devidamente os 18 capítulos de Ulysses, uma ajuda e tanto aos leitores de primeira viagem.

É bom que os pretendentes à entrada no universo joyceano o saibam: a edição brasileira de 2012 tem cerca de 850 páginas com longos parágrafos, longas frases e longos diálogos, indo contra as tendências contemporâneas em literatura - daí sua dificuldade, daí seu charme. O texto pula de trechos que mais parecem roteiros de teatro para listas e orçamentos, monólogos contendo conhecimentos enciclopédicos e mais, muito mais. Em certos trechos vírgulas e hífens escassam como camarões na empada popular. Fora as detidas descrições, o fluxo de consciência de Bloom e Dedalus e as inúmeras e irônicas autorreferências do autor - como, aliás, numa interessante cena na Biblioteca Nacional irlandesa. E fora, também, as palavras inventadas pelo autor, da aglutinação de duas ou mais: um jamesjoycismo de palavrafarta simplescomplicação. Ah, e antes que esqueçamos: as analogias homéricas estão, na verdade, escondidas. Então, toda atenção é pouca. O livro pesa mais de 1 kg, outro detalhe de ordem material no fundo não tão detalhe assim, sobretudo aos que não são dados ao crossfit - sabe-se que é o caso de quem lê estas linhas, agora.

O curitibano Caetano Galindo, professor da Universidade Federal do Paraná, aliás, começa sua nota como tradutor da edição brasileira supracitada da seguinte forma: "Toma então este Ulysses. É teu. Ficou dez anos comigo e agora eu me despeço dele". Despede? Galindo tem, no YouTube, um curso com nada menos que dez aulas só sobre o livro. Assim como Stuart Gilbert - e também Anthony Burgess, o autor do romance Laranja mecânica - o tradutor lançou mesmo a versão brazuca de guia para interessados em embrenhar pela mata joyceana: o recomendável e espirituoso Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulisses de James Joyce, de 2016. Ulysses deu trabalho sobretudo a Joyce, como galhofeiro domesticador de épicos. Mas também deu, dá, e dará muito pano para as mangas tecidas pela crítica. Que dizer do leitor que se propõe a tamanho desafio? A ele, um desafio de proporções homéricas: por que não? Não haverá, acaso, uma surpresa no final?

John Woosley, o juiz norte-americano que afinal liberou a edição de Ulysses em 1933, saiu com essa na sentença: "'Ulysses' não é um livro fácil. É, alternadamente, brilhante e tedioso, inteligível e obscuro. Em muitas partes parece-me desagradável, mas, apesar de conter (...) muitas palavras geralmente consideradas vulgares, não encontrei nada que me pareça vulgar por puro amor à vulgaridade. Cada palavra do livro contribui como uma peça de um mosaico". Pois sim. Ulysses exige a proatividade de seu leitor, que, afinal, acaba sendo sendo levado a "ler" a si próprio, também. Pois, como dizia Declan Kieberd, "a melhor literatura é um ato de profunda crítica, e a crítica mais refinada é literatura em seu sentido mais elevado. (...) o Ulysses é uma das poucas obras que sobrevivem à transição do moderno para o pós-moderno sem serem rebaixadas". Aos corajosos, boa sorte no quebra-cabeça.

Explore os documentos:

"Eveline" e "História de duas irmãs", contos de James Joyce, são publicados na revista carioca Cruzeiro, em 1943 e 1944, respectivamente:

http://memoria.bn.br/DocReader/003581/38114

http://memoria.bn.br/DocReader/003581/40486


Aos 50 anos de Ulysses em 1972, a revista Manchete dedica lugar de honra à obra em sua série "As obras primas que poucos leram". O texto é do bamba Antonio Houaiss, primeiro tradutor brasileiro de Ulysses, em 1966, para a Editora Civilização Brasileira:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/128540

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/128541

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/128543

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/128544

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/128546


Em suas "viagens imaginárias", Manchete visita a Dublin de James Joyce, num especial de 1978, com texto de Carlo Cassola e fotos de Mauro Galligani


"James Joyce: retrato do artista quando centenário", por Eduardo Francisco Alves para a Manchete, em 1982:

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/207846

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/207848