Entretenimento | George Savalla Gomes, o notório palhaço Carequinha
por Raquel Ferreira
18 jul 2021
Artigo arquivado em Entretenimento
e marcado com as tags Circo Da Alegria, Circo do Carequinha, George Savalla Gomes, Palhaço Carequinha, Secult
De cinco para seis anos de idade, o menino George Savalla Gomes (1915-2006), filho dos trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes - que faleceu quando George tinha dois anos apenas -, ganharia do padrasto, Ozório Portilho, uma peruca, uma maquiagem e a missão: ser o Palhaço Carequinha. Herdeiro de uma família de tradições circenses, seu avô era dono do Circo Peruano, o menino levaria, em seus gestos, sangue e coração, a genética do palhaço.
Se George Savalla nasceu em Rio Bonito (RJ), Carequinha teria nascido em Carangola (MG), em uma das turnês do Circo de sua família. Daí, o amor pelas artes circenses só fez crescer, de tal maneira que seu gestual e suas performances eram descritos como espontâneos e naturais (Imprensa Popular). Conheceu sua esposa no picadeiro, ela assistindo a um espetáculo e ele na atuação - ressignificando o dito popular “do palhaço ladrão de mulher”, encantou o coração da mulher. Constituiu família e passou a residir no município de São Gonçalo, também no Rio de Janeiro.
Do picadeiro, ao passo que fazia a alegria as crianças, também modificou as performances típicas do palhaço. Tradicionalmente, a figura do palhaço é alvo de trapalhadas, enganações, contudo, o Palhaço Carequinha passou a ditar, através de jogos e músicas, os princípios do “bom menino”: não faz xixi na cama, não chupa chupeta, respeita os pais e os mais velhos. Nasceria, assim, a figura do palhaço ídolo, em contraste ao palhaço atrapalhado ou “saco de pancadas”. Com simplicidade e dedicação, encantaria crianças e adultos. Em suas palavras: Quando termino um show, os adultos são os primeiros que vêm falar comigo. Emocionados, me abraçam e até choram (Manchete).
Em 1938, estrearia como cantor no programa Picolino, na rádio Mayrink Veiga. Depois disso, participou de muitos programas de rádio, divulgando seu ofício e a cultura do circo. Até que, na década de 1950, foi contratado para estrear um programa de auditório com crianças. Na TV Tupi, de Francisco de Assis Chateaubriand, fez escola com o programa Circo Bombril, depois renomeado Circo do Carequinha (1951-1964): as gincanas com as crianças, jogos de habilidade e músicas infantis, foram o pontapé que levaria a dupla Carequinha e Rolinha, seu ajudante de palhaçadas, para o Circo Alegre (1983-1985), da TV Manchete (Manchete). As atividades seriam aproveitadas pela produtora Marlene Matos, também da TV Manchete, no programa infantil Clube da Criança (1983-1998) e, depois, no Xou da Xuxa (1986-1992), já na Rede Globo.
Saindo dos picadeiros, gravou músicas de Miguel Gustavo, Fanzóca de Rádio - grande sucesso no carnaval do ano de 1958 (Diário Carioca) -, Paulo Viana, A Careca do Careca, Altamiro Carrilho, O Preço da Gripe. Fez, ainda, participações especiais em Long Plays do Trem da Alegria (Manchete).
Sempre muito ativo, era figura certa em inaugurações (Última Hora), eventos sociais (A Luta Democrática e Última Hora), peças de teatro (A Luta Democrática). Aos finais de semana, assim que terminava as gravações de seus programas televisivos, partia para as turnês de seu circo, percorrendo várias cidades brasileiras. Aos 56 anos, em sua comemoração de 50 anos de carreira, falava em aposentadoria (O Cruzeiro). Contudo, trabalhou praticamente até o fim da vida, atendendo especialmente às requisições para shows com crianças carentes.
Representou o Brasil em um concurso de Clowns, na cidade de Roma (Itália), onde consagrou-se com o prêmio de melhor palhaço do mundo (Última Hora), no ano de 1965. Em seu aniversário de 80 anos, participou de uma passeata pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro (RJ), cantando suas músicas e animando a criançada (Manchete).
Faleceu em sua residência, em São Gonçalo, no ano de 2006, deixando filhos, netos e bisnetos. O legado do Carequinha, um dos maiores palhaços brasileiros, além da alegria no imaginário de quem acompanhou sua carreira, constitui-se de 26 LPs, mais de 180 compactos, quatro filmes, muita marmelada e animação… Tá certo ou não tá, garotadaaa?
Explore outros documentos:
O Cruzeiro
Diário Carioca
Diário da Noite
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Gazeta de Notícias
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A Luta Democrática
Manchete
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Radiolândia
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Revista do Rádio
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Última Hora
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Carequinha (Manchete)
Se George Savalla nasceu em Rio Bonito (RJ), Carequinha teria nascido em Carangola (MG), em uma das turnês do Circo de sua família. Daí, o amor pelas artes circenses só fez crescer, de tal maneira que seu gestual e suas performances eram descritos como espontâneos e naturais (Imprensa Popular). Conheceu sua esposa no picadeiro, ela assistindo a um espetáculo e ele na atuação - ressignificando o dito popular “do palhaço ladrão de mulher”, encantou o coração da mulher. Constituiu família e passou a residir no município de São Gonçalo, também no Rio de Janeiro.
Do picadeiro, ao passo que fazia a alegria as crianças, também modificou as performances típicas do palhaço. Tradicionalmente, a figura do palhaço é alvo de trapalhadas, enganações, contudo, o Palhaço Carequinha passou a ditar, através de jogos e músicas, os princípios do “bom menino”: não faz xixi na cama, não chupa chupeta, respeita os pais e os mais velhos. Nasceria, assim, a figura do palhaço ídolo, em contraste ao palhaço atrapalhado ou “saco de pancadas”. Com simplicidade e dedicação, encantaria crianças e adultos. Em suas palavras: Quando termino um show, os adultos são os primeiros que vêm falar comigo. Emocionados, me abraçam e até choram (Manchete).
Em 1938, estrearia como cantor no programa Picolino, na rádio Mayrink Veiga. Depois disso, participou de muitos programas de rádio, divulgando seu ofício e a cultura do circo. Até que, na década de 1950, foi contratado para estrear um programa de auditório com crianças. Na TV Tupi, de Francisco de Assis Chateaubriand, fez escola com o programa Circo Bombril, depois renomeado Circo do Carequinha (1951-1964): as gincanas com as crianças, jogos de habilidade e músicas infantis, foram o pontapé que levaria a dupla Carequinha e Rolinha, seu ajudante de palhaçadas, para o Circo Alegre (1983-1985), da TV Manchete (Manchete). As atividades seriam aproveitadas pela produtora Marlene Matos, também da TV Manchete, no programa infantil Clube da Criança (1983-1998) e, depois, no Xou da Xuxa (1986-1992), já na Rede Globo.
Saindo dos picadeiros, gravou músicas de Miguel Gustavo, Fanzóca de Rádio - grande sucesso no carnaval do ano de 1958 (Diário Carioca) -, Paulo Viana, A Careca do Careca, Altamiro Carrilho, O Preço da Gripe. Fez, ainda, participações especiais em Long Plays do Trem da Alegria (Manchete).
Sempre muito ativo, era figura certa em inaugurações (Última Hora), eventos sociais (A Luta Democrática e Última Hora), peças de teatro (A Luta Democrática). Aos finais de semana, assim que terminava as gravações de seus programas televisivos, partia para as turnês de seu circo, percorrendo várias cidades brasileiras. Aos 56 anos, em sua comemoração de 50 anos de carreira, falava em aposentadoria (O Cruzeiro). Contudo, trabalhou praticamente até o fim da vida, atendendo especialmente às requisições para shows com crianças carentes.
Representou o Brasil em um concurso de Clowns, na cidade de Roma (Itália), onde consagrou-se com o prêmio de melhor palhaço do mundo (Última Hora), no ano de 1965. Em seu aniversário de 80 anos, participou de uma passeata pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro (RJ), cantando suas músicas e animando a criançada (Manchete).
Faleceu em sua residência, em São Gonçalo, no ano de 2006, deixando filhos, netos e bisnetos. O legado do Carequinha, um dos maiores palhaços brasileiros, além da alegria no imaginário de quem acompanhou sua carreira, constitui-se de 26 LPs, mais de 180 compactos, quatro filmes, muita marmelada e animação… Tá certo ou não tá, garotadaaa?
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