Literatura | Albert Camus, escritor e filósofo francês (m.
07 nov 2020
Artigo arquivado em Literatura
e marcado com as tags Albert Camus, Biblioteca Nacional, Escritores, Existencialismo, Filósofos, Literatura Estrangeira, Secult
Nascido de uma família de trabalhadores na Argélia, Albert Camus desde cedo manteve-se atento às questões sociais.Escritor, dramaturgo, jornalista e filósofo, estabeleceu no cinema e no teatro, formas de tradução de suas visões de mundo. Na companhia “Theatre du Travail’, montou peças a partir de obras literárias, algumas de própria autoria, como o ensaio filosófico “O Mito de Sísifo”. A experiência no teatro contribuiu para a formação da estética do absurdo, entendida como sensibilidade do absurdo, cujos limites entre o real e o ficcional são ressignificados, teoria formulada em boa parte em razão da experiência traumática trazida com a Segunda Guerra.
Dotado de grande talento, Camus expandiu suas frentes de atuação nos mais variados campos do conhecimento. Venceu obstáculos, como a tuberculose que o impediu de lecionar filosofia e de ingressar no exército francês em 1940.
Rompeu com o Partido Comunista Francês em 1940. Durante a segunda guerra, fez parte da resistência francesa, contribuindo com o jornal clandestino “Combat”. Já contava com alguma experiência na área, tendo em vista colaborações em outras publicações, como o revolucionário “Alger Republican” durante a guerra de independência argelina na luta contra o colonialismo europeu, denominada por Camus a “doença europeia”. Mesmo após a libertação continuou a colaborar em jornais.
No Brasil, Camus excursionou pelo Nordeste e pela então capital no Rio de janeiro, onde participou de um ciclo de conferências nas dependências do Ministério da Educação e Cultura no ano de 1949. Fora recebido por artistas, políticos e intelectuais, entre eles o sociólogo Gilberto Freyre, que em coluna publicada na revista “O Cruzeiro” participa da filosofia de Camus como um homem preocupado com a dignidade, essencial a qualquer pessoa e a importância de reagir para estar no mundo, desfazendo a visão de existencialista pessimista a ele atribuído.
A influência de Camus também chegou ao teatro experimental do Negro. Correspondências entre Camus e Abdias Nascimento revelam o entusiasmo de sua obra nos trópicos. Embora obras como “O Estrangeiro” e “A Peste” estivessem entre os favoritos do público, foi a peça Calígula a escolhida pela companhia brasileira para a encenação que percorreu vários teatros, entre eles, o Teatro Maison de France (RJ).
Avesso aos ismos, acreditava na capacidade de resistência humana como principal força para garantir a liberdade e suprimir regimes totalitários e todas modalidades de injustiça e opressão, distanciando-se daqueles que se apoiavam em correntes ideológicas, o que lhe custou a famosa rivalidade com Jean Paul Sartre.
Na imagem, coluna de Hildon Rocha para “O Carioca (RJ)” em 1953 sobre o romance “A Peste”, uma das obras mais vendidas de Camus e que compõe a importante obra literária do vencedor do Nobel de Literatura em 1957.
Seção de Iconografia

Carioca (RJ) 1953
Dotado de grande talento, Camus expandiu suas frentes de atuação nos mais variados campos do conhecimento. Venceu obstáculos, como a tuberculose que o impediu de lecionar filosofia e de ingressar no exército francês em 1940.
Rompeu com o Partido Comunista Francês em 1940. Durante a segunda guerra, fez parte da resistência francesa, contribuindo com o jornal clandestino “Combat”. Já contava com alguma experiência na área, tendo em vista colaborações em outras publicações, como o revolucionário “Alger Republican” durante a guerra de independência argelina na luta contra o colonialismo europeu, denominada por Camus a “doença europeia”. Mesmo após a libertação continuou a colaborar em jornais.
No Brasil, Camus excursionou pelo Nordeste e pela então capital no Rio de janeiro, onde participou de um ciclo de conferências nas dependências do Ministério da Educação e Cultura no ano de 1949. Fora recebido por artistas, políticos e intelectuais, entre eles o sociólogo Gilberto Freyre, que em coluna publicada na revista “O Cruzeiro” participa da filosofia de Camus como um homem preocupado com a dignidade, essencial a qualquer pessoa e a importância de reagir para estar no mundo, desfazendo a visão de existencialista pessimista a ele atribuído.
A influência de Camus também chegou ao teatro experimental do Negro. Correspondências entre Camus e Abdias Nascimento revelam o entusiasmo de sua obra nos trópicos. Embora obras como “O Estrangeiro” e “A Peste” estivessem entre os favoritos do público, foi a peça Calígula a escolhida pela companhia brasileira para a encenação que percorreu vários teatros, entre eles, o Teatro Maison de France (RJ).
Avesso aos ismos, acreditava na capacidade de resistência humana como principal força para garantir a liberdade e suprimir regimes totalitários e todas modalidades de injustiça e opressão, distanciando-se daqueles que se apoiavam em correntes ideológicas, o que lhe custou a famosa rivalidade com Jean Paul Sartre.
Na imagem, coluna de Hildon Rocha para “O Carioca (RJ)” em 1953 sobre o romance “A Peste”, uma das obras mais vendidas de Camus e que compõe a importante obra literária do vencedor do Nobel de Literatura em 1957.
Seção de Iconografia

Carioca (RJ) 1953