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Literatura | Victor Hugo, poeta e escritor francês

26 fev 2021

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Victor Hugo foi escritor e político, sendo considerado um dos principais nomes do romantismo francês e mundial.

Victor-Marie Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802, em Besançon (França). Filho de Joseph Léopold-Sigisbert Hugo, Conde de Siguenza (1773-1828) e de Sophie Trébuchet (1772-1821). Sua infância foi marcada pelas frequentes viagens e mudanças acompanhando seu pai, que era oficial do exército de Napoleão Bonaparte, e por desavenças entre sua mãe (monarquista) e seu pai (republicano) por conta das diferenças ideológicas entre ambos.

Ainda jovem tornou-se escritor; aos 15 anos, seu poema Les avantages de l’étude (As vantagens do estudo) recebeu diversos prêmios. Chegou a cursar a Faculdade de Direito de Paris. Publicava com frequência textos em diversos periódicos.

Casou-se em 1822 com Adèle Julie Victoire Marie Foucher (1803-1868), sua amiga de infância, com quem teve cinco filhos. Teve diversos relacionamentos extraconjugais.

Em 1822 publicou seu primeiro livro de poemas, Odes et poésies diverses (Odes e Poesias Diversas). Em 1823, escreveu seu primeiro romance, Han d'Islande (Hans da Islândia), uma ficção histórica. Em 1829, publicou o romance Le Dernier Jour d’un Condamné (O último dia de um condenado), que marcou o início de seu engajamento político-literário e sua luta contra a pena de morte. Divulgava seus ideais românticos de liberdade e justiça social através de suas obras.

Em 1825 Victor Hugo recebeu o título de Cavaleiro da Legião de Honra, e em 1837 foi promovido a Oficial da Legião de Honra. Em 1841 foi eleito para a Academia Francesa. Em 1844 iniciou a carreira política, e em 1848 foi eleito deputado por Paris. Em 1851 foi para o exílio, retornando a Paris apenas em 1870.

Suas obras mais conhecidas em todo o mundo são Notre-Dame de Paris e Les Misérables. Publicou o romance histórico Notre-Dame de Paris (mais conhecido como O corcunda de Notre-Dame) em 1831, com o qual alcançou grande sucesso e projeção internacional. Em 1862 publicou o romance épico Les Misérables (Os Miseráveis), seu maior sucesso até os dias de hoje. Ambas foram traduzidas em diversos idiomas, e tiveram inúmeras versões e adaptações para teatro, cinema e televisão, como óperas, musicais, filmes, animações etc.

Aqui estão algumas das principais obras de Victor Hugo: romances: Hans da Islândia (1823), O último dia de um condenado (1829), Nossa Senhora de Paris (1831), Os miseráveis (1862), Os trabalhadores do mar (1866), O homem que ri (1869); poesia: Odes e baladas (1822), Novas odes (1824), Os orientais (1829), Os cantos do crepúsculo (1835), As contemplações (1856), A lenda dos séculos (1859), Canções das ruas e dos bosques (1865), A arte de ser avô (1877), A piedade suprema (1879), Os quatro ventos do espírito (1881); teatro: Cromwell (1827), Marion de Lorme (1828), Hernani (1830), O rei se diverte (1832), Lucrécia Bórgia (1833), Maria Tudor (1833), Angelo (1835), Ruy Bras (1838), Os burgraves (1843), Torquemada (1869); ensaios: Napoleão, o pequeno (1852), Obras oratórias (1853), William Shakespeare (1864), Atos e palavras I e II (1875), Atos e palavras III (1876).

Victor Hugo também era desenhista, seu lado menos conhecido pelo público. Vários de seus desenhos foram gravados e publicados durante sua vida, alguns como ilustrações de suas obras literárias. Após sua morte passaram a ser organizadas algumas exposições de seus desenhos em diversos países.
Em 1877 Victor Hugo recebeu a visita de D. Pedro II em Paris, dando início a uma profunda amizade. Na ocasião ele ofereceu ao Imperador um de seus desenhos, um exemplar de sua obra recém-publicada L'art d'être grand-pere (A arte de ser avô) e uma fotografia sua com seus netos Georges-Victor Hugo e Jeanne Hugo, que D. Pedro havia conhecido em sua casa.

Victor Hugo morreu em Paris no dia 22 de maio de 1885. Seu corpo foi velado por vários dias no Arco do Triunfo, sendo sepultado com honras em 1° de junho no Panteão, monumento onde jazem os restos mortais dos heróis nacionais franceses.
Em 1903 a casa onde Victor Hugo morou em Paris entre 1832 e 1848 tornou-se o museu Maison de Victor Hugo.

Retrato de Victor Hugo por Angelo Agostini (1843-1910), publicado na capa da Revista Illustrada em maio de 1885.

Ilustração de Angelo Agostini referente à morte de Victor Hugo, publicada na Revista Illustrada em maio de 1885, com os seguintes versos: “Victor Hugo, passando do mundo onde se morre para aquelle onde sempre se vive, eclypsa o Sol, e, com a sua sombra, cobre a terra de lucto.”

Retrato de Victor Hugo por Charles-Jules Robert (1843-1898), publicado no periódico O Novo Mundo em maio de 1872.

“Victor Hugo á hora da morte rodeado da sua família e dos íntimos da casa”, gravura publicada em A Illustração: Revista Universal em junho de 1885.

“Os funeraes de Victor Hugo – A chegada do cortejo ao Panthéon”, gravura publicada em A Illustração: Revista Universal em junho de 1885.

“Paris: Monumento a Victor Hugo”, publicado em A Illustração: Revista Universal em 1886.

“Hymno a Victor Hugo por Camille Saint-Säens”, partitura para piano publicada em A Illustração: Revista Universal em junho de 1885.

http://memoria.bn.br/docreader/767026/406?pesq=victor%20hugo

http://memoria.bn.br/docreader/767026/407?pesq=victor%20hugo

(Seção de Iconografia)