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Música | Célia Cruz: a Rainha da Salsa... ¡Azúcar!

26 out 2021

Artigo arquivado em Música
e marcado com as tags Célia Cruz, La Sonora Matancera, Música Cubana, Rainha da Salsa, Salsa

Célia Cruz, nome artístico de Úrsula Hilaria Celia de la Caridad Cruz Alfonso (1925-2003), foi uma cantora cubana que dedicou sua vida a divulgar a música e a cultura cubana, tornando-se uma das principais referências artísticas do país.

Nascida em Havana, ainda criança cantava para os irmãos menores dormirem, além de apresentar-se em festividades, em sua comunidade escolar. Na juventude, notabilizou-se ao cantar os ritmos afro-cubanos como a guaracha, rumba, bolero, salsa. Ficou conhecida como “La Guarachera de Cuba” - gênero musical cubano composto por letras cômicas e burlescas, muito comum em teatros e salões de música das camadas mais populares da sociedade. Posteriormente, ganhou o título de “Rainha da Salsa”, devido ao seu repertório dedicado ao ritmo muito apreciado nos nightclubs estadunidenses (Jornal do Brasil).

Em 1950, passou a integrar La Sonora Matancera - orquestra cubana fundada em 1924, em atuação até os dias atuais (Diário da Noite) -, ficando no lugar da cantora Myrtha Silva, até 1965. Cantou ainda com artistas como Tito Puente, Rene Hernandez, Vicentico Valdez, e suas respectivas orquestras. Suas músicas transbordam alegria, letras românticas e, sobretudo, ¡Azúcar! Em 1954, a cantora já aparece em quinto lugar, em um ranking das melhores cantoras cubanas (Carioca).

Deixou sua terra natal, em 1960, para aceitar um contrato no México juntamente com a orquestra La Sonora Matancera - o que desagradou ao regime castrista, implantado naquela mesma época, que a impediu de retornar ao país, forçando o exílio de Cruz nos Estados Unidos. Passou a residir em New Jersey e, a partir de então, apresentou-se em países como França, México, Brasil. A notícia da vinda de La Sonora Matancera, ao Brasil, teve grande repercussão, como podemos ver nos periódicos Revista do Rádio, Última Hora, e Diário de Pernambuco. A orquestra foi, ainda, eleita como a melhor orquestra tropical, em uma votação popular no Uruguai, no ano de 1961 (Radiolândia).

Com uma discografia com mais de 80 compilações musicais gravadas, em LP, Cruz influenciou vários artistas latinoamericanos, desde a década de 1950. Destacamos, aqui, Tim Maia como um dos cantores brasileiros influenciados pela artista cubana (Jornal do Brasil). Dentre os artistas latinoamericanos, vemos ecos de sua música em Carlos Santana, Shakira, Ricky Martin, Gloria Stefan.

Interpretou músicas como Quizás (1947), do compositor cubano Oswaldo Farrés; Vamos a Guarachar (1964); Dile que por mi no tema (1972), de Tony Smith; Quimbara (1974), de Junior Cepeda. Sua obra teve cinco indicações para o Grammy Latino, no ano de 2002 (Correio Braziliense). Além disso, recebeu das mãos do ex-presidente estadunidense Bill Clinton, o National Endowment for the Arts, em 1994 - o mais alto reconhecimento do país a um artista.

Além da música, também atuou em filmes e novelas. Um dos filmes que contou com sua interpretação foi Affair em Havana, de 1957 (Cine Repórter). A telenovela El alma no tiene color (1997) - em que Cruz interpreta a personagem Macaria, em uma trama que aborda o preconceito racial - foi transmitida no Brasil com o título A alma não tem cor, entre 2001 e 2002, pelo SBT (O Fluminense).

Retornou a Cuba somente em 1990, para fazer um show em Guantánamo, ocasião em que recolheria um punhado de terra, como lembrança de seu país de origem. Faleceu em sua casa em Fort Lee (New Jersey), no ano de 2003, em decorrência de um glioma, aos 78 anos (Correio Braziliense). Sepultada no cemitério de Woodlawn, no Bronx, ao lado de nomes como Miles Daves, Herman Melville, Joseph Pulitzer, teve seu último desejo atendido: o punhado da terra que trouxe de Cuba foi colocado em seu mausoléu. Seu álbum Regalo del Alma (2003) recebeu premiação póstuma, como melhor álbum de salsa e merengue, no Grammy Latino de 2004 (Correio Braziliense).

Explore outras fontes:

Correio Braziliense

http://memoria.bn.br/DocReader/028274_03/132612

http://memoria.bn.br/DocReader/028274_05/698

http://memoria.bn.br/DocReader/028274_05/20874

http://memoria.bn.br/DocReader/028274_05/148712

http://memoria.bn.br/DocReader/028274_05/245497


Jornal do Brasil


Manchete

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/290931

http://memoria.bn.br/DocReader/004120/291152


O Mundo Illustrado


Radiolândia


Revista do Disco



Célia Cruiz, a Rainha da Salsa (Correio Braziliense).