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Música | Pixinguinha, músico e compositor brasileiro

17 fev 2021

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Chapéu panamá, terno alinhado à fina estampa ou “na estica” como se dizia. Assim era Alfredo da Rocha Viana Filho, arranjador, compositor, flautista, regente, saxofonista e, sobretudo, o improvisador Pixinguinha.Filho do também músico Alfredo da Rocha Viana, Pixinguinha compartilhava com os irmãos a verve musical.

A elegância e a harmonia também estavam presentes em seu estilo musical, variado e pulsante. Conseguiu reunir elementos até então dispersos para a composição do choro, gênero musical que virou sua marca registrada. Versátil, Pixinguinha compunha choros, mas também valsas, polcas, maxixes e sambas, envolvendo-se com a métrica jazzista, algo bem inovador para a época. Pixinguinha era um exímio observador e um talento para misturar diferentes sons e ritmos: africanos ou do folclore nacional, tornando-se um dos pilares do samba e da formação da música popular brasileira.

Desde cedo, Pixinguinha despontava na cena musical compondo modinhas. Ainda novo estudou no Conservatório de música da Universidade do Brasil.Integrou o grupo Caxangá, com os músicos Donga e João Pernambuco. A experiência resultou na criação do conjunto “Oito batutas”, tendo o maestro Heitor Villa Lobos como mentor do grupo. De grande sucesso pelo país, com direito à excursão em Paris em 1922, tocava em elegantes music halls, teatros de revista e cabarés como o Assírio no Rio de Janeiro.

A frente de orquestras, jazz-bands, ou ranchos carnavalescos, lá estava Pixinguinha, entre o erudito e o popular, executando variações melódicas, típicas de um grande músico virtuose.

Seu sucesso mais conhecido, a peça musical “Carinhoso” composta em 1917 foi gravada somente em 1928 na versão instrumental pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga.

Ao longo da carreira realizou centenas de composições, algumas com parcerias inesquecíveis,entre elas: Donga, Benedito Lacerda, João da Baiana, João de Barro, Carmen Miranda, além do poetinha Vinícius de Moraes.

O legado de Pixinguinha e demais artistas, entre músicos e compositores, foi organizado através do Projeto Pixinguinha, projeto criado em 1977 pela Funarte em parceria com as secretarias de cultura, cujo objetivo consistia em divulgar a música popular brasileira por todo o país.

O Acervo Pixinguinha reunido no Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro mantém o arquivo pessoal do compositor, com destaque para um conjunto de cerca de mil partituras, atestando o valor inestimável para os amantes da música e profissionais.

A Divisão de Música da Biblioteca Nacional conta também com discos de autoria ou participação do músico. Trechos de faixas musicais estão disponíveis na plataforma digital da BN.

Na imagem Pixinguinha (na segunda fila é o segundo à direita da foto) junto aos demais integrantes dos “8 Batutas”, grupo de choro composto por grandes nomes da música brasileira como Donga, João Pernambuco, Raul Palmieri, Nelson dos Santos Alves, José Alves de Lima e Otávio Vianna, o China, irmão do compositor.

(Seção de Iconografia)