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150 Anos da Imigração Italiana nos Periódicos

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Apresentação

Periódicos Italianos da FBN

O Brasil definitivamente não é um país monoglota.

São 274 línguas faladas hoje em nosso país, segundo dados do IBGE, línguas dos povos originários, com sua extrema variedade e beleza.

Parte desse tesouro vive na Biblioteca Nacional, incluindo outras línguas, extintas, registradas em gramáticas antigas ou mais recentes.

Há que incluir aquelas da diáspora africana, a riqueza das linguagens e tradições, num espectro variável, tonais e abúgidas.

O Brasil guarda um somatório complexo, dialético, dramático e sublime, de um processo de reconquista da memória, do território, línguas e cantares.

A hemeroteca da FBN é bem o espelho das línguas que aderem ao Brasil, como também as de matriz europeia e asiática, a partir de publicações seriadas em árabe, alemão, polonês, italiano, dentre outras, escritas e publicadas em nosso território.

A coleção de jornais e revistas italianos forma um capítulo determinante.

Quanto  à filiação ideológica, temos  um espectro ecumênico: católicos, anarquistas, socialistas, filofascistas, comunistas. Páginas de nossa História, política e econômica, greves e sindicatos, contos e folhetins, autônomos ou derivados do horizonte político.

A língua italiana, ao longo da Unificação daquele país (1870), não formava maioria. Os imigrantes utilizavam o português para melhor compreensão entre si, mesclado à imponente abundância de seu respectivo dialeto de origem. Toda uma série de interlínguas, faladas e escritas, faz da coleção de jornais italianos da FBN um laboratório vivo, objeto de estudo de não poucas universidades italianas e brasileiras.

Algumas obras da literatura brasileira nasceram, de forma direta ou indireta do cenário desse importante encontro linguístico, do pastiche de La divina increnca, de Juó Bananere, fundamental na Semana de 1922, ao romance-memória  Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai.

A ordem de grandeza dos periódicos italianos atinge, até o momento, a casa de uma centena.

E justamente, na comemoração dos 150 anos da imigração italiana, fique registrado na história da FBN um gesto simbólico.

Para marcar a importância do presente dossiê digital, a princesa Elettra Marconi repetiu o gesto de seu pai, iluminando, desde Roma, na sede de nossa embaixada, a fachada da Biblioteca, no dia 5 de julho de 2024.

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