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Alexandre Rodrigues Ferreira

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Personagens

Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815)

Filho do comerciante Manuel Rodrigues Ferreira. Iniciou os seus estudos na Bahia no Convento das Mercês que concedeu suas primeiras ordens em 1768. Em Coimbra, inscreveu-se no Curso de Leis e posteriormente no de Filosofia Natural e Matemática, bacharelando-se aos 22 anos. Prosseguiu seus estudos na Universidade de Coimbra onde chegou a exercer a função de Preparador de História Natural. Em 1779 obteve, nesta mesma Universidade, seu título de doutor e começou a trabalhar no Real Museu D'Ajuda. Aos 22 de maio de 1780 foi admitido como membro correspondente na Real Academia das Ciências de Lisboa.

Em 1773 a Rainha, Dona Maria I, ordenou a Alexandre Rodrigues Ferreira, na qualidade de naturalista, que empreendesse uma Viagem Filosófica pelas Capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá. O objetivo era conhecer melhor o centro-norte da colônia brasileira, até então praticamente inexplorado, a fim de lá implementar medidas desenvolvimentistas.

Em 1783 Rodrigues Ferreira deixou seu cargo no Museu D'Ajuda e, em setembro, partiu para o Brasil com a finalidade de descrever, recolher, aprontar e remeter para o Real Museu de Lisboa amostras de utensílios empregados pela população local, bem como de minerais, plantas, animais. Ficou também encarregado de tecer comentários filosófico e políticos sobre o que visse nos lugares por onde passasse. Esse pragmatismo será o diferencial desta expedição em relação às congêneres, mais científicas, comandadas por outros naturalistas que vieram explorar América.

Com dois desenhistas, Joaquim José Codina e José Joaquim Freire, e um jardineiro botânico, Joaquim do Cabo, que o acompanhariam durante toda a viajem, Rodrigues Ferreira, em outubro de 1783, aportou em Belém do Pará a charrua Águia e Coração de Jesus.

Os seus nove anos seguintes foram dedicados a percorrer centro-norte do Brasil, iniciando pelas ilhas Marajó, Cametá, Baião, Pederneiras e Alcoçaba. Subiu o Amazonas e o Negro até a fronteira, em seguida navegou pelo Branco até a Serra de Cananauaru. Subiu o Madeira e o Guaporé até Vila Bela, a então capital de Mato Grosso. Seguiu para vila de Cuiabá, transpondo-se da bacia amazônica para os domínios do Pantanal, já na bacia do Prata. Navegou pelos rios Cuiabá, São Lourenço e Paraguai. Retornou a Belém do Pará, aonde chegou em janeiro de 1792.

Regressando à Lisboa em janeiro de 1793, foi nomeado Oficial da Secretaria do Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos. Em 1794 foi condecorado com a Ordem de Cristo e tomou posse como Diretor interino do Real Gabinete de História Natural e Jardim Botânico. No ano seguinte foi nomeado, seguidamente, Vice Diretor dessa instituição, Administrador das Reais Quintas e Deputado da Real Junta do Comércio.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Rodrigues_Ferreira


Domingos Vandelli (1735-1816)

Domenico Agostino Vandelli nasceu em Pádua, Itália. O seu pai, G. Vandelli, foi Professor na Universidade de Pádua e doutor em Medicina. Formou-se em Filosofia pela Universidade de Pádua e foi convidado pelo Marquês de Pombal (1699-1782), para integrar o corpo docente que iria lecionar matérias científicas no Real Colégio dos Nobres. Terá chegado a Portugal em 1764. No entanto, uma vez que o ensino científico no Colégio dos Nobres não teve o sucesso que se pretendia, foi em seguida convidado, no âmbito da reforma da Universidade de Coimbra, para ocupar um lugar na Faculdade de Filosofia, onde foi nomeado lente de Química e de História Natural. Ficaria também responsável pela seleção do local da implantação do Jardim Botânico, do estabelecimento do Laboratório Químico e do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra.

Em 1787 foi viver para Lisboa, onde se tornou o primeiro diretor do Jardim Botânico da Ajuda, sendo nomeado Deputado da ‘Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação destes Reinos e seus Domínios’. Continuou a ser diretor do Laboratório Químico da Universidade até 1791, apesar de estar ausente de Coimbra. Vandelli dirigiu as expedições filosóficas portuguesas de finais do século XVIII, levadas a cabo por Alexandre Rodrigues Ferreira e outros naturalistas que tinham sido seus alunos na Universidade de Coimbra. É autor de um grande número de memórias sobre temas científicos e econômicos.

Durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, foi acusado de ser afrancesado e em 1810, com 80 anos, foi preso e deportado para a Ilha Terceira, Açores, juntamente com outros suspeitos, no que ficou conhecido como a Setembrisada. Mais tarde foi-lhe concedida autorização para se deslocar para Inglaterra, de onde regressou à Portugal em 1815. Morreu em Lisboa em 1816.

Fonte: http://www.instituto-camoes.pt/cvc/ciencia/p10.html


José Joaquim Freire (1760-1847)

Entrou pasa a Casa do Risco do Real Jardim Botânico da Ajuda em 1780. “Riscador” designado para acompanhar Alexandre Rodrigues Ferreira na Viagem Filosófica ao lado de Joaquim José Codina. Regressou a Lisboa em 1793, recebendo pensão vitalícia da coroa portuguesa.

Em 1795 foi encarregado pelo Ministro de Estado, Rodrigo de Souza Coutinho, para organizar uma Carta Geral do Brasil. Por esse serviço, foi promovido a segundo-tenente da Armada Real em 1798. Participou das Guerras Peninsulares e das Guerras Liberais. Faleceu em 18 de novembro de 1847 com a patente de tenente-coronel.

Fonte: FARIA, Miguel Figueira de. A Imagem Útil. Lisboa: Universidade Autônoma Editora, 2001.


Joaquim José Codina (?-1791)

Nomeado em 1783 “riscador” da Viagem Filosófica ao lado de José Joaquim Freire.


Agostinho Joaquim do Cabo (?-1789)

Jardineiro botânico membro da Viagem Filosófica, morreu de febre em Vila Bela, durante a expedição de Alexandre Rodrigues.


Antônio José Landi (1713-1791)

Arquiteto, realizou inúmeros projetos na Itália, Portugal e Brasil. Projetou numerosos prédios públicos e igrejas em Belém, a maioria deles construídos, incluindo o Palácio dos Governadores.
Durante a estada de Alexandre Rodrigues Ferreira em Belém, ofereceu-lhe dois álbuns e diversos desenhos avulsos de projetos, incluindo diversos não realizados, como o prédio da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.


Alfredo do Vale Cabral (1851-1894)

Historiador e biobibliógrafo. Trabalhou na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, onde, em 1876, realizou trabalho de mapeamento dos registros manuscritos e iconográficos produzidos pela Expedição Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira.

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