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Introdução

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Introdução

Rio de Janeiro, 1984: Alair Gomes comemora a sua primeira exposição individual na Galeria Candido Mendes, em Ipanema. Até aquele momento, mesmo tendo participado de diversas exposições coletivas, fotografar era, antes, uma atividade íntima, contar histórias para si e para alguns poucos amigos. Alair estava muito feliz, começava a ser reconhecido em sua cidade, em seu país.

Ao longo de mais de 30 anos escreveu, fotografou, criou uma obra/arquivo. O volume de fotografias já o assustava na década de 70; no contexto de repressão política e de preconceitos mortais, o pior poderia acontecer. Ao final, somavam mais de 15.000 prints, grande parte produzidos no prazer de flanar pelas praias da zona sul carioca e no seu apartamento, onde compôs a Sinfonia de Ícones Eróticos, com 1.767 imagens, dedicada à contemplação do nu masculino. Muitos de seus escritos tentam compreender a relação entre erotismo e pornografia, no intuito de qualificar suas composições fotográficas e construir sua própria linguagem. Alair caminhara o tempo todo entre ocultar e mostrar, temendo os olhares do controle moralista e a destruição de sua obra/vida. No diário de 1985 a 1989, afirma: "Fear must be like something seasoning for freedom" (o medo deve ser como um tempero para a liberdade). Ele não se acovardava, saboreava a liberdade, resistia e criava.

Os dispositivos disciplinares impõem os sentidos normativos contra os quais devemos lutar. Em Alair, a passagem do ato íntimo para a potência artística/filosófica construiu a singularidade de sua obra; espaço de resistência erótico/política, para além dos gêneros e identidades socialmente definidas.

Sua prosa e seus termos fogem do comum, da vigilância, e nos convidam a ativar novas experiências do visível ao sensorial.

Nosso convite se inspira nas palavras do próprio artista:

 

"O erótico é uma espécie de afirmação suprema da existência!"


Alair Gomes, muito prazer!


Muito prazer, Alair


Prazer, Alair….


Alair, prazer… muito…


Alair Gomes, muito


Muitos, Alair Gomes, muitos


Alair Gomes, muito prazer...


Leia aqui o discurso de abertura da exposição Alair Gomes, muito prazer