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Biografia

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Biografia

Auguste de Saint-Hilaire nasceu a 4 de outubro de 1779 em Orléans, na França, filho de um oficial de artilharia pertencente à pequena nobreza. Em 1789 foi viver na casa de uma tia, na Alemanha, familiarizando-se com a cultura e a língua do país, o que lhe possibilitaria um aprofundamento nas teorias de Goethe acerca da morfologia das plantas. Entrou também em contato com a obra dos naturalistas Aimé Bonpland e Alexander von Humboldt.


De regresso à França, Saint-Hilaire se dedicou à História Natural. Publicou em várias revistas especializadas e se tornou correspondente e colaborador de vários naturalistas franceses, como Antoine Jussieu e Félix Dunal, e estrangeiros, como o suíço Augustin-Pyramus de Candolle. Em 1811 publicou Réponse aux reproches que les gens du monde font à l´étude de la botanique, um importante artigo no qual discutia as relações da botânica com a sociedade.


Ao vir para o Brasil, em 1816, o naturalista de 37 anos possuía conhecimentos botânicos extensos. Sua viagem tinha o respaldo do governo francês, que lhe concedeu uma bolsa para que coletasse espécimes da flora brasileira e os enviasse ao Museu de História Natural da França. A viagem durou seis anos e serviu para que ele coletasse cerca de 30.000 amostras de mais de 6.000 espécies vegetais, mais tarde descritas e catalogadas em seus cadernos de campo. O herbário ficou no Museu de História Natural e, até hoje, é constantemente revisitado, constituindo-se numa importante fonte para o estudo de várias espécies.


Saint-Hilaire também teve oportunidade de conhecer os costumes das regiões visitadas e de passar por várias experiências, que incluíram um caso severo de envenenamento por mel de vespa. Seus diários de viagem seriam publicados na França a partir de 1830. Ao mesmo tempo, ele prosseguia com seus estudos sobre botânica, alguns dos quais referentes a espécies encontrados na América do Sul e no Brasil. Em 1839, ingressou no Instituto Histórico Geográfico Brasileiro como sócio honorário estrangeiro, e nas décadas seguintes se correspondeu com brasileiros, como o ministro José de Araújo Ribeiro – a quem escreveu em 1847, propondo um intercâmbio de livros entre o Brasil e a França – e do botânico Francisco Freire Alemão, que lhe escreveu em 1851 apresentando seus trabalhos.


Auguste de Saint-Hilaire não se casou e não teve descendentes. Faleceu a 30 de setembro de 1853 em sua propriedade, em Orléans, deixando uma obra importantíssima, tanto para a ciência quanto para o estudo da cultura e da sociedade brasileira nos anos que antecederam a Independência.  Em 1953, centenário de seu falecimento, o governo brasileiro emitiu um selo postal com sua efígie.