Sérgio Buarque de Holanda

Sérgio Buarque de Holanda

Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)

Jornalista, sociólogo e historiador brasileiro, Sérgio nasceu a 11 de julho de 1902, em São Paulo, e iniciou seus estudos em São Paulo, de onde se mudou para o Rio de Janeiro, com a família, em 1921. No mesmo ano ingressou na Faculdade de Direito da então chamada Universidade do Brasil.

Tinha tido contato com artistas e escritores paulistas que fariam a Semana de Arte Moderna de 1922, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, entre outros. No Rio, atuou como uma espécie de representante do movimento modernista.

Além disso, trabalhou em agências de notícias internacionais e diversos órgãos da imprensa brasileira, como o “Jornal do Brasil” e a “Folha de S. Paulo”, durante muitos anos da sua vida. Entre 1929 e 1930 foi correspondente internacional dos Diários Associados em Berlim, onde freqüentou esporadicamente atividades acadêmicas. Lá assistiu, por exemplo, a conferências do historiador Friedrich Meinecke e entrou em contato com a obra do sociólogo Max Weber.

De volta ao Brasil, continuou trabalhando como jornalista. Em 1936 se tornou professor assistente da então Universidade do Distrito Federal. No mesmo ano, casou-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, com quem teria sete filhos, dentre eles o cantor e compositor Chico Buarque. Ainda em 1936, publicou o ensaio Raízes do Brasil, que foi seu primeiro trabalho de grande fôlego e que permanece ainda hoje seu escrito mais conhecido.

Em 1939, extinta a Universidade do Distrito Federal, passou a trabalhar na burocracia federal. Em 1940 passou a escrever regularmente uma coluna de crítica literária no Diário de Notícias. Em 1941 traduziu e prefaciou as Memórias de um colono no Brasil, escritas pelo suíço Thomas Davatz, e fez sua primeira viagem aos Estados Unidos.

Monções, que publicou em 1945, e Caminhos e Fronteiras, coletânea de textos editada em 1957, tematizam a expansão geográfica brasileira dos séculos XVII e XVIII, realizadas mediante expedições bandeirantes e monções de povoamento, a partir do território paulista.

Em 1946 voltou a morar em São Paulo, para assumir a direção do Museu Paulista, cargo em que permaneceria até 1956. Em 1948 passou a lecionar na Escola de Sociologia e Política da Universidade de São Paulo. Entre 1953 e 1955 esteve como docente na Universidade de Roma. Em 1957 assumiu a cadeira de História da Civilização Brasileira, agora na Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP. O concurso para essa vaga o motivou a escrever Visão do Paraíso, publicado em 1958, texto em que analisa aspectos da mentalidade européia à época da conquista da América (corrigido e ampliado em 1959).

A partir de 1960 passou a coordenar o projeto da História Geral da Civilização Brasileira, para o qual contribuiu também com uma série de artigos. Os volumes referentes às épocas colonial e imperial contaram com sua direção, ao contrário do que aconteceria com os referentes ao período republicano, que acabaram sendo organizados pelo historiador Boris Fausto. Em 1962 foi colocado na presidência do recém-fundado Instituto de Estudos Brasileiros (USP). Em 1969 requereu aposentadoria da Universidade de São Paulo, em sabido protesto contra a aposentadoria compulsória de colegas na seqüência do AI-5.

Em 1972, no contexto da História Geral da Civilização Brasileira, publicou Do Império à República, pensado a princípio como um artigo para a coletânea e depois ampliado num volume independente. Trata-se de um trabalho de história política que aborda a crise do regime imperial brasileiro no final do século XIX. Nele tal crise é explicada como resultante de um desgaste interno do império, de uma corrosão de seu mecanismo fundamental de sustentação: o poder pessoal do imperador.

Permaneceu intelectualmente ativo até 1982, tendo ainda nesse último decênio publicado diversos textos. De 1975 é o volume Vale do Paraíba – Velhas Fazendas e de 1979, a coletânea Tentativas de Mitologia. Esteve nesses anos também ocupado da reelaboração do texto de Do Império à República (algo que declarou diversas vezes entre 75 e 82) – o que não chegou a concluir. Participou, em 1980, da solenidade de fundação do Partido dos Trabalhadores. Em 1986 se publicou a obra póstuma O Extremo Oeste.

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/SergBHol.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Buarque_de_Holanda

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