Periódicos Religiosos na Hemeroteca Digital Brasileira
< Voltar para DossiêsImprensa Religiosa e a Visão de Educação no Brasil
por Rodrigo Basile
A tendência para a educação religiosa na imprensa a acompanha desde sua implementação e já era observada claramente em periódicos do início do século XX, dentre os quais pode ser mencionado o caso do La Libertá, de Caxias do Sul (RS), que passou a ser chamado de Il Colono Italiano e adotou uma linha editorial voltada para, na visão de seu proprietário, o padre João Franchetti, “manter os católicos na boa leitura”.
Mas foi a oficialidade do Estado laico que agiu como principal mola propulsora para a imprensa religiosa brasileira. Essa reação pode ser melhor entendida a partir dos anos de 1930, quando o ensino religioso nas escolas começou a ser contestado na ocasião da Constituição Federal de 1934.

Notícia da proibição do ensino religioso nos estabelecimentos públicos de ensino no Brasil. Periódico Gazeta de Notícias (RJ). Edição 0108. 18/04/1890.
No esforço de não deixar esmorecer a religião na formação educacional, muitos periódicos católicos associaram os ideais de ordem e progresso, presentes no nosso Pavilhão, com os dogmas da Igreja. Dessa forma, enxergavam que um Estado laico semeava a desordem e o desajuste da sociedade, tendo a religião o papel de “recuperar” esses cidadãos e de resgatar uma “consciência de nacionalidade”. Usando a imprensa, a religião se reconsolidaria através do descrédito de quaisquer ideias que afastassem as pessoas dela.

Manchete do jornal A Ordem enaltecendo o potencial da imprensa religiosa na formação do cidadão. Periódico A Ordem (RN). Edição 01. 14/07/1935.
Para sustentar esse papel da imprensa, ao leitor caberia a obrigação de custeá-la, assinando, publicando anúncios, cartas, obituários, depositando doações e divulgando tanto o periódico em si na comunidade, quanto propagando seus valores e ideias, tornando-se, assim, militantes construtores de uma identidade católica.

Considerações apontadas no jornal A Ordem quanto às obrigações dos leitores da imprensa religiosa, então chamados de "catholicos sinceros". Periódico A Ordem (RN). Edição 029. 18/08/1935.
Muitos desses periódicos, todavia, tiveram vida curta, sendo comum que circulassem apenas por meses ou poucos anos. Essa curta duração tinha muitas causas mas, em especial, o alinhamento partidário que comumente assumiam, inflamava o cenário político e eventualmente levava ao cancelamento de sua circulação. Outros problemas recorrentes eram a dificuldade na aquisição de matérias-primas, custo de transporte e distribuição, falta de mão-de-obra qualificada e até escassez de assinantes.
Mas foi a oficialidade do Estado laico que agiu como principal mola propulsora para a imprensa religiosa brasileira. Essa reação pode ser melhor entendida a partir dos anos de 1930, quando o ensino religioso nas escolas começou a ser contestado na ocasião da Constituição Federal de 1934.

Notícia da proibição do ensino religioso nos estabelecimentos públicos de ensino no Brasil. Periódico Gazeta de Notícias (RJ). Edição 0108. 18/04/1890.
No esforço de não deixar esmorecer a religião na formação educacional, muitos periódicos católicos associaram os ideais de ordem e progresso, presentes no nosso Pavilhão, com os dogmas da Igreja. Dessa forma, enxergavam que um Estado laico semeava a desordem e o desajuste da sociedade, tendo a religião o papel de “recuperar” esses cidadãos e de resgatar uma “consciência de nacionalidade”. Usando a imprensa, a religião se reconsolidaria através do descrédito de quaisquer ideias que afastassem as pessoas dela.

Manchete do jornal A Ordem enaltecendo o potencial da imprensa religiosa na formação do cidadão. Periódico A Ordem (RN). Edição 01. 14/07/1935.
Para sustentar esse papel da imprensa, ao leitor caberia a obrigação de custeá-la, assinando, publicando anúncios, cartas, obituários, depositando doações e divulgando tanto o periódico em si na comunidade, quanto propagando seus valores e ideias, tornando-se, assim, militantes construtores de uma identidade católica.

Considerações apontadas no jornal A Ordem quanto às obrigações dos leitores da imprensa religiosa, então chamados de "catholicos sinceros". Periódico A Ordem (RN). Edição 029. 18/08/1935.
Muitos desses periódicos, todavia, tiveram vida curta, sendo comum que circulassem apenas por meses ou poucos anos. Essa curta duração tinha muitas causas mas, em especial, o alinhamento partidário que comumente assumiam, inflamava o cenário político e eventualmente levava ao cancelamento de sua circulação. Outros problemas recorrentes eram a dificuldade na aquisição de matérias-primas, custo de transporte e distribuição, falta de mão-de-obra qualificada e até escassez de assinantes.