BNDigital

Período: 19 de julho a 04 de agosto de 1996.

Número de Países: 197.

Número de Atletas: 10318, sendo 3512 mulheres.

Modalidades: atletismo, badminton, basquetebol, beisebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica, handebol, halterofilismo, hipismo, hóquei sobre a grama, judô, lutas, nado sincronizado, natação, pentatlo moderno, pólo aquático, remo, saltos ornamentais, softbol, tênis, tênis de mesa, tiro, tiro com arco, vela, voleibol, voleibol de praia.

Local: Atlanta – EUA

Maior medalhista: EUA – 101 no total, sendo 44 de ouro, 32 de prata e 25 de bronze.

Esta foi uma edição comemorativa dos 100 anos dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Foi cogitado que Atenas, precursora dos jogos modernos, devesse sediar a centésima edição, contudo, quando da votação pela sede de 1996, Atlanta superou a proposta de Atenas. A escolha provocou protestos e acusações de suborno aos membros do COI, sem que nada fosse provado, já que a cidade é sede mundial da Coca-Cola, principal patrocinador do evento e da CNN, um dos principais canais de televisão do mundo

Alguns problemas marcaram essa edição dos Jogos. Primeiramente, os vultuosos recursos financeiros empregados na sua organização não impediram problemas nos transportes, que resultaram em grandes engarrafamentos no momento das disputas. Além disso, o calor intenso causou um grande desconforto. Porém nada disso supera o mais grave deles, um atentado terrorista que culminou na explosão de uma bomba no Centennial Olympic Park, matando duas pessoas e ferindo mais 111 em 27 de junho de 1996.

A mascote para a Olimpíada foi apresentada ao público na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, como "Whatizit" (nome baseado na frase "What's it?", O que é isso?) porque ninguém sabia exatamente o que realmente era. Contrariando a tradição na qual as mascotem tinham importância e significado para o país, Izzy, como ficou conhecida, não tinha forma definida, sendo um elemento de fantasia, símbolo da computação gráfica. O resultado é que não foi muito bem recebido pelo público.

Estrearam nos Jogos o futebol feminino, o mountain bike, o softbol e o voleibol de praia. Este último foi disputado em uma praia artificial construída em Jonesboro, área metropolitana de Atlanta. As competições de vela ocorreram no rio Savannah, na cidade de mesmo nome. Também sediaram eventos esportivos Columbus (softbol), o lago Lanier em Gainesville (remo e canoagem de velocidade) e o rio Ocoee, no Tennessee (canoagem slalom). Para difundir melhor as vendas de bilhetes, outros eventos, como o futebol, ocorreram nas cidades americanas de Athens, Birmingham no Alabama, Washington, D.C., Orlando e Miami, na Flórida.

No Brasil, um número recorde de emissoras transmitiram os Jogos Olímpicos: as televisões abertas Globo, SBT, Record, Bandeirantes e Manchete e as Tevês fechadas Sportv e ESPN Brasil.

Vinte e quatro países fizeram sua estreia nos Jogos Olímpicos, incluindo 11 das ex-repúblicas soviéticas que competiram na Equipe Unificada em 1992. A Rússia competiu independente pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos de 1912, quando ainda era o Império Russo. A República Federal da Iugoslávia retornava aos Jogos como Iugoslávia. A Palestina foi reconhecida pelo COI e pode participar dos Jogos Olímpicos pela primeira vez.

O último portador da tocha olímpica na cerimônia de abertura foi o ex-pugilista norte-americano Muhammad Ali, campeão olímpico em 1960 ainda competindo com seu nome de batismo, Cassius Clay. Numa cena emocionante, Ali, acometido pelo Mal de Parkinson, segurou a tocha com as mãos trêmulas e acendeu o fogo na pira olímpica. O ex-atleta ainda ganhou outra medalha de ouro, pois jogara fora em um rio aquela conquistada em Roma em 1960, após recusarem servi-lo em um restaurante por ser negro.

Na cerimônia de encerramento o presidente do COI Juan Antonio Samaranch pediu um minuto de silêncio para lembrar as vítimas do atentado, assim como os onze atletas israelenses vitimados do massacre de Munique durante os Jogos de 1972. Pouco depois o cantor Stevie Wonder interpretou a música "Imagine" de John Lennon.

Carl Lewis conquistou sua nona medalha de ouro em Jogos Olímpicos, dessa vez no salto em distância.

Michael Johnson venceu a prova de atletismo dos 200 metros, batendo o recorde mundial, e a prova dos 400 metros rasos, abrindo 10 metros de vantagem para o segundo colocado (a maior margem em 100 anos de Jogos).

A ginasta americana Kerri Strug, então com 18 anos, impressionou o mundo ao garantir a vitória da equipe de ginastas americanos, saltando na final com o tornozelo quebrado. Sua expressão de dor ao aterrissar com perfeição no solo comoveu o mundo.

A Nigéria encantava o mundo com o seu inesperado talento no futebol, que garantiu a medalha de ouro a um país africano, pela primeira vez na modalidade.

O velejador austríaco Hubert Raudaschl foi o primeiro atleta a competir em nove edição dos Jogos e só não tem a décima contabilizada porque em 1960 ele era reserva.

O nadador russo Alexander Popov brilhava nas piscinas mais uma vez conquistando duas medalhas de ouro, nos 50 e nos 100 metros livres.

Pela primeira vez o brasil levou mulheres ao pódio, no vôlei de praia, no qual a dupla Jaqueline e Sandra derrotou a dupla, também brasileira, Adriana e Mônica. No basquete feminino o Brasil levou a medalha de prata e no vôlei feminino levou a medalha de bronze.

Troben Grael e Marcelo Ferreira deram mais uma medalha de ouro ao iatismo brasileiro, na classe star e ouro também com Robert Scheidt na classe laser. Os judocas Aurélio Miguel, na categoria meio-pesado e Henrique Guimarães, na categoria leve, deram bronze ao Brasil.

A natação olímpica do Brasil chegava ao seu ápice, com duas medalhas para Gustavo Borges (prata nos 200m e bronze nos 100m livres) e uma medalha de bronze para Fernando Scherer, o Xuxa, nos 50m livre.

Robson Caetano foi bronze no revezamento 4x100 do atletismo, no hipismo mais bronze na prova de equipes e o último com o futebol masculino.

Oscar Schimidt completava a sua quinta participação no basquete dos Jogos Olímpicos, o primeiro brasileiro a conseguir tal feito e ainda saiu de Atlanta como o maior cestinha da história olímpica.

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