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por Rodrigo Basile
Durante muito tempo, sobretudo no século XIX, a imprensa militar brasileira assumiu um perfil memorialista, exaltando sucessos de batalha, documentando a história das instituições militares e enaltecendo personagens. Foi a partir da Proclamação da República e, mais adiante, da instalação dos governos militares no século XX, que esse tipo de imprensa começou a destacar os militares como verdadeiros atores e interventores políticos.
Iconografia intitulada Proclamação da República: Ovação Popular ao General Deodoro da Fonseca e Bucayuva, na Rua do Ouvidor. 1 grav. : xilograv., color. ; 22,8 x 19,7cm em passe-partout 36,9 x 31,5 cm. Rio de Janeiro, RJ : [s.n.], 1889].
O editorial da Revista Marítima Brasileira, na metade do século XIX, assumiu um caráter de destaque dos progressos e melhoramentos das marinhas de guerra e mercante, seu desenvolvimento científico e a propagação de seus ideais. Esse foi um período em que a publicação não foi escrita por militares. A partir da década de 1880 a revista passou a ser escrita por militares e foi possível perceber claramente um perfil institucional, destacando-se um forte alinhamento com a pátria e o surgimento de discussões que indissociavam os interesses da instituição com os do Brasil. Uma explicação pra isso é que a publicação era lida não apenas por membros das Forças Armadas, mas também encontrava muitos adeptos na classe política. Pretendeu assim, ser uma ponte pela qual as ideias militaristas influiriam no desenrolar da nação.
Um outro caso notável é o do editorial de O Marujo, publicação de 1857 da Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina, que propunha uma espécie de “limpeza social”, destinando à instituição o papel de corrigir os menores ali alistados. Pregou, portanto, cumprir a função de caridade e de ser um celeiro para a Armada Brasileira. Foi assim um espelho dos valores da instituição e daquilo que pretendiam ser os valores da pátria. Disciplina, religiosidade, gratidão, enaltecimento dos valores militares e ideias de progresso social foram pautas frequentes no periódico, enxergando o militarismo como um gatilho para atingi-los.
Periódico O Marujo. Edição 01. 24/10/1907.
Iconografia intitulada Proclamação da República: Ovação Popular ao General Deodoro da Fonseca e Bucayuva, na Rua do Ouvidor. 1 grav. : xilograv., color. ; 22,8 x 19,7cm em passe-partout 36,9 x 31,5 cm. Rio de Janeiro, RJ : [s.n.], 1889].
O editorial da Revista Marítima Brasileira, na metade do século XIX, assumiu um caráter de destaque dos progressos e melhoramentos das marinhas de guerra e mercante, seu desenvolvimento científico e a propagação de seus ideais. Esse foi um período em que a publicação não foi escrita por militares. A partir da década de 1880 a revista passou a ser escrita por militares e foi possível perceber claramente um perfil institucional, destacando-se um forte alinhamento com a pátria e o surgimento de discussões que indissociavam os interesses da instituição com os do Brasil. Uma explicação pra isso é que a publicação era lida não apenas por membros das Forças Armadas, mas também encontrava muitos adeptos na classe política. Pretendeu assim, ser uma ponte pela qual as ideias militaristas influiriam no desenrolar da nação.
Um outro caso notável é o do editorial de O Marujo, publicação de 1857 da Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina, que propunha uma espécie de “limpeza social”, destinando à instituição o papel de corrigir os menores ali alistados. Pregou, portanto, cumprir a função de caridade e de ser um celeiro para a Armada Brasileira. Foi assim um espelho dos valores da instituição e daquilo que pretendiam ser os valores da pátria. Disciplina, religiosidade, gratidão, enaltecimento dos valores militares e ideias de progresso social foram pautas frequentes no periódico, enxergando o militarismo como um gatilho para atingi-los.
Periódico O Marujo. Edição 01. 24/10/1907.
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