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A Restauração da Fachada

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A Restauração da Fachada

Construído em um momento especial na história do Rio de Janeiro, a Belle Epoque tropical, o prédio da Biblioteca Nacional que hoje conhecemos sobreviveu até os dias atuais graças a sua condição primordial de monumento. A nova Avenida Central, hoje Rio Branco, o Boulevard símbolo da cidade que procurava reinventar-se espelhando-se nas grandes metrópoles européias, em especial Paris. Ali foi em 1910 inaugurada a nova Biblioteca, projetada pelo coronel Francisco Marcelino de Souza Aguiar.

Tombado em 1973, o prédio da BN sobreviveu às grandes transformações urbanas, como a construção do metrô. As primeiras restaurações datam da década de 1980, sendo que a fachada foi pela primeira vez restaurada em meados década de 1990.

No início do século XXI a fachada apresentava sinais de degradação que colocavam em risco pessoas e o patrimônio. Isto viria a agravar-se ao longo dos anos. Após o desenvolvimento do projeto e busca de recursos financeiros, as obras começaram em dezembro de 2016 com duração prevista de 18 meses, sendo executadas pela empresa Concrejato e coordenadas pelo Núcleo de Arquitetura da Fundação Biblioteca Nacional com o apoio técnico da Fundação Miguel de Cervantes e o acompanhamento do IPHAN. Ao custo da ordem de 10,7 milhões reais, os recursos utilizados foram provenientes do Fundo Nacional de Cultura do MinC.

Dentre os diversos trabalhos de restauro, que envolveram desde argamassas e ornatos até a cúpula de cobre e elementos pétreos, destaca-se nestas obras a recuperação das 285 esquadrias de madeira, nunca antes realizada, envolvendo pintura, ferragens e vidros.

Uma especial surpresa se deu quando foi feito o restauro das três grandes portas da entrada principal, que estavam há décadas pintadas de preto. Removida a pintura elas retornam agora, majestosas, ao seu bronze original.

Ao final de deste trabalho, a fachada da Biblioteca Nacional recupera a sua beleza original e retoma a sua posição como importante integrante do conjunto arquitetônico da Cinelândia, ao lado de monumentos como o Museu Nacional de Belas Artes, o Theatro Municipal, o Palácio Pedro Ernesto e o Centro Cultural da Justiça Federal.