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Embora hoje pudesse soar como crime a ideia de se pôr abaixo um monumento natural de valor histórico inestimável como o Morro do Castelo, pois foi lá que nasceu o Rio de Janeiro, desde os tempos do Império discutiu-se sua demolição. Em 1839, José Clemente Mendonça, “bacharel formado em Filosofia Natural pela Universidade de Coimbra e cidadão brasileiro”, apresentou ao governo um arrazoado de mais trinta páginas, como sua contribuição ao debate. A venda de material e objetos recolhidos durante a demolição – ferros, madeiras, ladrilhos etc. – podia, segundo ele, ajudar no financiamento da obra. Também por esta época, o respeitado cientista Francisco Freire Alemão deu seu palpite por escrito, sugerindo a construção de um “bairro modelo” no lugar em que ficava o morro, cujo desmonte só se deu em 1921-22.