BNDigital

Hartmann e Reichenbach.
Nossa Senhora da Penha. Ca. 1908.

A Igreja da Penha, um dos mais antigos símbolos do subúrbio carioca e elemento marcante na paisagem da cidade, está associada a conhecida lenda urbana. No início século do século XVII, o capitão português Baltazar de Abreu Cardoso, dono de terras na região, subia o penhasco em cujo topo o templo se acha hoje, quando uma cobra venenosa ameaçou atacá-lo. Assustado, Baltazar gritou: “Minha Nossa Senhora, valei-me!” Imediatamente um lagarto surgiu do nada e devorou a serpente. Num gesto de gratidão à sua protetora, o capitão mandou construir a igreja, que ficou pronta em 1635. O bairro, hoje com 80 mil habitantes, nasceu e se expandiu em torno do famoso santuário, hoje tombado pelo município, após sucessivas reformas. A Festa da Penha, realizada em outubro, é um evento concorrido, durante o qual milhares de fiéis em dívida pagam suas promessas subindo de joelhos os 382 degraus escavados na rocha que conduzem até o templo, cujo perfil ainda hoje se destaca diante da ocupação desordenada dos morros adjacentes, que configuram um intricado conjunto de 13 favelas, conhecido como Complexo do Alemão.