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José Bonifácio: Roteiro Histórico-Sentimental

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José Bonifácio: roteiro histórico-sentimental

Por Wilma Therezinha Fernandes de Andrade


Santos, cidade litorânea do Estado de São Paulo, guarda uma singularidade em relação aos demais municípios brasileiros. A transição de seu estatuto legal de Vila, marca que vinha de tempos coloniais, para sua nova condição de Cidade foi uma homenagem póstuma a um de seus filhos. Não um rebento qualquer. Mas seu filho mais dileto e singular, um dos indivíduos de maior relevância nos acontecimentos históricos que tornaram o Brasil independente. Estamos falando, claro, de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o Patriarca da Independência. Essa elevação ao estatuto de Cidade se deu em 1839, no ano seguinte à sua morte. Passados quase duzentos anos de seu falecimento, sua presença no município ainda é sentida por toda parte.


Santos, cidade portuária, ligada ao mar e cercada por serras
Fonte: Francisco Pastor (1850-1922). Uma vista da cidade de Santos (Brasil). [s.d.].

Nasci em Santos, e como todo/a santista, aprendi desde cedo sobre a importância de Bonifácio. Quando estudante, conheci o monumento aos Irmãos Andradas, no Gonzaga, na Praça da Independência: em granito, mármore, bronze, inaugurado, festivamente, no Centenário da Independência, a 7 de setembro de 1922. E, na ‘Cidade’ (assim os santistas chamam o centro de Santos), o Panteão dos Andradas. Fui Secretária de Cultura de janeiro de 1997 até 25 maio de 1998. No Panteão dos Andradas estão os restos mortais dos irmãos José Bonifácio, Martim Francisco, Antônio Carlos, Pe. Patrício Manoel. Na época, mandei colocar uma vitrine com amostras dos minerais descobertos por José Bonifácio e afixar uma placa explicativa da herma de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, filho de Martim Francisco e de sua esposa Gabriela Frederica – filha de José Bonifácio –, portanto, ao mesmo tempo, sobrinho e neto do Patriarca. Como professora de História na Universidade e no Ensino Médio criei os Roteiros Históricos, levando alunos, na convicção: “a História que se pode ver é um espaço com memória”.
Santos sempre manifestou orgulho por seu filho ilustre, que, durante toda a vida, deu provas de que amava a Vila em que nascera e pediu para nela ser enterrado. No seu túmulo de pedra tosca, estão os versos do poeta português Antônio Ferreira: “Eu desta glória fico contente, que a minha terra amei e a minha gente”.


Fonte: [Autor desconhecido]. Santos. [1909?].

REFERÊNCIAS
PASTOR, Francisco. Uma vista da cidade de Santos (Brasil). [S.l.: s.n.], [s.d.]. 1 grav., xilograv. color (aquarela), 17,8 x 24cm em cercadura de 20,3 x 27cm em papel 32,5 x 50 cm. Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon246138/icon246138.jpg. Acesso em: 27 Nov. 2023.

[Autor desconhecido]. Santos. Santos, SP: M. Pontes & Co, [1909?]. 1 cartão-postal, colotipia, p & b, 8,7 x 13,6 cm. Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon1549392/icon1549392.jpg. Acesso em: 27 Nov. 2023.

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