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O Pasquim

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Paulo Caruso

HISTÓRIA UM

NASCE O PASQUIM


POR PAULO CARUSO

Quando o grande humorista Stanislaw Ponte Preta faleceu, em 1969, Tarso foi convidado a assumir a revista dele, A Carapuça. Ao conversar com Jaguar, concluíram que seria melhor criarem um jornal humorístico inteiramente novo. Eles eram amigos de diversos humoristas e jornalistas, com quem tinham trabalhado nas melhores publicações dos anos 1960, e assim formaram uma superseleção, juntando os grandes craques de vários times jornalísticos. Nunca se tinha reunido – nem se reuniu até hoje – uma equipe igual àquela.
Ficaram dias pensando em um nome para o jornal, até que Jaguar sugeriu O Pasquim, palavra que tinha um significado depreciativo, de jornaleco vagabundo, sensacionalista, apelativo. “Já que vão xingar o jornal de pasquim, vamos nos antecipar, aí vão ter que inventar outro xingamento.”

O Pasquim, feito para ser um jornalzinho de bairro (Ipanema), foi um grande sucesso e estourou no Brasil inteiro, para surpresa até de seus criadores. Millôr, sempre sarcástico, escrevera que não duraria três meses. Durou 22 anos e transformou o Brasil.









Além da excelência na caricatura e na charge, compartilhada com seu irmão, Chico, Paulo Caruso enveredou pelos caminhos dos quadrinhos. Iniciou sua carreira desenhando HQ na revista experimental Balão, com Chico, Angeli, Laerte e Luiz Gê.

Em 1983, publicou o álbum Capitão Bandeira, reunindo histórias da contracultura. Colaborou para os principais jornais e revistas do País, mas foi na IstoÉ, por mais de 25 anos, que manteve a página “Avenida Brasil” e seu trabalho se tornou mais conhecido. Unindo a temática das charges com a
linguagem dos quadrinhos, essa página passou depois para o Jornal do Brasil e algumas de suas edições foram reunidas em livro.

Em 1985, como pianista, montou a Muda Brasil Tancredo Jazz Band, composta de desenhistas-músicos e, assim, iniciou, com o irmão, Chico, uma carreira de paródias musicais que dura até hoje, com a banda Conjunto Nacional.

Trabalhou com o pessoal de O Pasquim na revista Bundas e no jornal Pasquim 21. Formado em arquitetura, esse lado voltou a aflorar com a realização, em 2003, de um livro, desenhando edifícios de São Paulo.

Atualmente, cria caricaturas ao vivo no programa semanal de TV Roda Viva.

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